quarta-feira, 2 de março de 2011

ENTRE A MEDIOCRIDADE E O HEROÍSMO?

Parece ter causado alguma estranheza, quiçá mesmo decepção, o facto de Tomar a dianteira não ter realçado o sucesso da moção de censura, votada maioritariamente na recente sessão da Assembleia Municipal. Convém, antes de mais nada, esclarecer que de acordo com a velha máxima popular, "Quem manda na carvoaria são os carvoeiros". Temos assim que neste blogue, quem define e aplica a linha editorial são os cidadãos que figuram no seu título, um com o nome real, o outro com nome suposto, por exigência das funções que ocupa. Os ilustres comentadores que gostariam de influenciar alinhamentos analíticos ou informativos, bem como os respectivos leitores, terão de fazer o favor de engendrar outros blogues, cuja instalação é inteiramente gratuita, como se sabe.
Indo agora ao tutano da questão, ninguém nega -nem o poderia fazer de forma fundamentada- a oportunidade e a importância política da moção aprovada. Acontece todavia que a sua eficácia prática oscila entre entre o quase nulo e a nulidade total. O que não deslustra de modo algum nem quem a apresentou, nem quem a votou. Convém simplesmente deixar de actuar em extremos opostos: após meses e meses de medíocre actuação (para não ofender ninguém), vota-se uma moção de censura e já está, somos uns heróis! E que tal continuar a trabalhar em prol da comunidade nabantina, discretamente, de forma articulada e sem estar sempre a reclamar dividendos?
Nos meios geralmente bem informados do microcosmo político tomarense, ninguém parece acreditar que uma simples moção de censura possa levar a renunciar, um presidente já antes reiteradamente convidado, pela actual liderança do partido pelo qual se candidatou, a deixar o lugar ao senhor que se segue. Se apesar de tudo tal vier a acontecer, desde já se avança que será uma agradabilíssima surpresa e -então sim!- algo de histórico a nível local.
Tenho contudo uma enorme dúvida. A ocorrer tão acalentado desfecho, o que se seguirá? Onde estão os projectos, as políticas, as estruturas, os eleitos para inverter a nossa inexorável marcha para o abismo da irrelevância? Que é feito dos programas que os concorrentes às autárquicas de 2009 garantiram aos eleitores que tinham? Como é que se sai do actual buraco, que os próprios membros de executivo, ajudados por alguns funcionários superiores mais diligentes, vão aprofundando de dia para dia, com uma notável constância?

1 comentário:

Anónimo disse...

Não é preciso fazer-se muros da vergonha para se ser desavergonhado, basta governar como a coligação! Basta não se preocupar com a falência de empresas, o desemprego e a crise continuada! Basta andar nos carros novos! Basta não se arrepender de nenhuma decisão!
Morra a coligação, morra pim!