quarta-feira, 23 de março de 2011

A EUROPA, O PAÍS E A CIDADE

1 - Infelizmente, enquanto País europeu, raramente acertamos uma. A crise agora aberta pela oposição, na sequência do recente comportamento canhestro do primeiro-ministro, que o seu próprio ministro de Estado Luis Amado admitiu e lamentou, confirma uma vez mais que assim é. Com inteira liberdade para planear de forma ponderada o debate do PEC IV, seguido da votação das resoluções subsequentes, a Assembleia da República falhou. Foi anunciado publicamente, julgo que pelo governo, o encontro do primeiro-ministro com o presidente da República, para as 19 horas, bem como uma comunicação de José Sócrates ao País, para as 20 horas. 
Dado o habitual atraso nos trabalhos do parlamento, a referida votação apenas ocorreu cerca das 20 horas, o primeiro-ministro só foi recebido em Belém por essa mesma hora, tendo a comunicação aos portugueses acontecido às 21 horas, com uma hora de atraso. Julgo por isso legítimo e pertinente colocar esta pergunta inocente: Se nem em planeamentos tão simples como este de hoje, conseguem programar de forma adequada, como querem que em Bruxelas acreditem nos nossos planos a curto, médio e longo prazo? Se é que existem mesmo...
2 - Fiel à sua palavra, José Sócrates apresentou a sua demissão logo que soube da votação maioritária, por parte de toda a oposição, de resoluções de rejeição do PEC IV. Vamos assim ter eleições, uma vez cumpridas as formalidades legais, lá para o fim de Maio/princípio de Junho. Ainda a tempo, portanto, de haver novo governo empossado para cumprir um pouco mais de dois anos de mandato, o que corresponde a sensivelmente metade da legislatura. A oposição agiu por conseguinte de acordo com os seus interesses, mas igualmente tendo em conta a tarefa ingrata do futuro governo, seja ele qual for. Com efeito, se a queda do governo viesse a ocorrer apenas aquando do debate e votação do orçamento para 2012 -como chegou a estar previsto- as eleições seriam apenas no primeiro trimestre do novo ano, pelo que o governo delas resultante na prática apenas teria tempo para preparar nova consulta eleitoral e pouco mais. Andaram por conseguinte bem os líderes da oposição, ao decidirem aproveitar a manobra (ou o descuido?) de José Sócrates, provocando a sua demissão.
3 - Sabia-se que o PEC IV nem carecia de qualquer votação para "passar" no parlamento. Bastava para isso que nenhuma força política apresentasse qualquer resolução para ser votada. Conscientes desse facto, PEV, BE, PCP, CDS e PSD apresentaram cada um seu documento, mas todos com um ponto comum -rejeição do PEC IV. A oposição deu dessa forma a volta à Lei e provocou o derrube do governo.
Há semanas, a Assembleia Municipal de Tomar, debateu e aprovou por maioria uma moção de censura ao executivo camarário. Temos assim que PS, IpT, CDU e BE resolveram censurar a actual maioria relativa, com a particularidade de os socialistas censurarem os seus próprios parceiros de coligação. Tal como no caso do PEC, também a moção de censura não é vinculativa, a menos que os seus apoiantes saibam dar a volta à legislação. O que até agora ainda não sucedeu, permitindo que o trio liderado por Corvêlo de Sousa continue a arrastar Tomar para a ruína, tudo na maior das calmas.
Caso realmente pretendam pôr fim ao descalabro quanto antes, é meu entendimento que os apoiantes da citada moção de censura deveriam comunicar com urgência ao presidente da edilidade que tencionam votar contra qualquer medida tendente a agravar as finanças municipais (inclusão no orçamento da indemnização à ParqT, autorização para contraír qualquer empréstimo, orçamento para 2012), pelo que julgam que a relativa maioria PSD deve apresentar a sua renúncia colectiva aos cargos quanto mais cedo melhor, no sentido de haver eleições intercalares e um novo executivo legitimado, ainda com algum tempo útil pela frente. A não procederem assim, perderão a última oportunidade que lhes resta para se demarcarem do que aí vem. E serão então, em conjunto com o PSD, os bombos da festa em 2013... Resta-lhes optar enquanto é tempo.

8 comentários:

Anónimo disse...

Ponto 2: era o que Socrates queria há muito, um pretexto ir embora...anjinhos.
Ponto 3: O PS cá da terra não apoia moções apenas contra os parceiros, é tambem contra ele proprio...tal tá a moenga!

Anónimo disse...

O Governo caíu.
E agora Luis Ferreira?
E agora PSD de Tomar?
Quem vem dar dinheiro a este município endividado...
AA

Alferedes Bruno reformado mas sem chular disse...

VEJAM ESTA CHULAGEM. DISTO HÁ MILHARES POR ISSO ISTO FOI AO FUNDO. REFORMADO POR TER ESTADO 10 ANOS NO EXÉRCITO E AINDA QUERIA CHULAR MAIS 3500,00 EUROS/MÊS

qUANTO EM tOMAR ESTÃO NAS MESMAS CONDIÇÕES?
E NO PAÍS?

POR ISSO ISTO ARREBENTOU E FOI PRECISO UM SÓCRATES DE CORAGEM PARA ACABAR EM PARTE COM ESTA MISÉRIA. OUTROS LADRÕES SE PERFILAM PARA MANDAR ISTO PARA A BANCARROTA

IN MIRANTE O MELHOR JORNAL NACIONAL

Adjunto de Paulo Caldas exonerado por não poder acumular cargo com reforma do Exército





O adjunto do presidente da Câmara do Cartaxo, Carlos Cláudio, que acompanhou Paulo Caldas durante os últimos nove anos, foi exonerado do cargo num despacho publicado pelo autarca a 28 de Fevereiro em Diário da República, que produziu efeitos a partir de 1 de Março. A impossibilidade de Carlos Cláudio acumular a pensão de reforma pelos dez anos que esteve ao serviço do Exército, que concluiu como sargento-ajudante, com o cargo de adjunto do presidente da câmara, levou a esse desfecho.

Diz o artigo 78 do Decreto-Lei 137/2010, que determina as medidas de consolidação orçamental no Programa de Estabilidade de Crescimento 2010-2013, que “os aposentados não podem exercer funções públicas remuneradas para quaisquer serviços da administração central, regional e autárquica, empresas públicas, entidades públicas empresariais, entidades que integram o sector empresarial regional e municipal e demais pessoas colectivas, excepto quando haja lei especial que o permita ou quando, por razões de interesse público excepcional, sejam autorizados pelos membros do governo responsáveis pelas áreas das finanças e da administração pública”.

É com base na última parte do texto que Carlos Cláudio espera que possa ainda haver uma decisão favorável a si. “Falei há uma semana com o senhor presidente que disse que iria tentar abordar pessoalmente o secretário de Estado da Administração Local”, refere Carlos Cláudio, confirmando a situação da exoneração.

A mesma “esperança” não mostrou Paulo Caldas na segunda-feira, após conferência de imprensa sobre outro assunto. O autarca do Cartaxo reconhece que o processo está finalizado, que será impossível obter uma excepção e que não vai nomear novo adjunto.

“Essa é uma medida muito abrangente, na qual solicitámos a excepção mas revelou-se impossível de ultrapassar pelo Ministério das Finanças. Fizemos a análise de todos os colaboradores mediante essa legislação e verificámos que outros podiam permanecer por serem provenientes do sector privado”, explicou Paulo Caldas.

Carlos Cláudio tinha a seu cargo a coordenação do serviço municipal de protecção civil que já transitou para o vice-presidente Paulo Varanda, informou o líder camarário.

Ex-presidente da junta e actual presidente da Assembleia de Freguesia de Valada, terra de onde é natural e onde preside também ao centro de dia local, Carlos Cláudio diz que ainda não desistiu e espera por uma rectificação do processo. Quanto ao seu futuro fora da câmara, confia que “irão certamente aparecer oportunidades” noutros sectores de actividade tendo em conta a sua experiência profissional e de vida. Além de adjunto de Paulo Caldas, Carlos Cláudio foi técnico de comunicações ao serviço da Presidência da República nos mandatos de Mário Soares.

Anónimo disse...

Para AA
Quem vai dar dinheiro ao falido município de Tomar?
O sr. Relvas, grande político que trouxe o progresso à cidade nas últimas duas décadas!
Hoje já disse que o "Projecto de Esperança do PSD" pode implicar mais impostos (IVA). Um traste!

Anónimo disse...

E agora Luís Ferreira?

Sendo os Partidos os legítimos representantes do povo em Democracia, então, cerca de 70% da população representada na AR disse NÃO a este (des)governo do Partido Socialista.

Claro que eu sei que você irá já "dizer" que estes 70% de população que delegou a sua representação não é legítima. Para si, apenas o PS é legítimo, mesmo com a bandalheira que o PS institucionalizou aos mais variados níveis da máquina do Estado (que o PS sempre confundiu como sua).

Também sei que este resultado catastrófico que o PS deu ao país tem a mão da Maçonaria, que tem sido o grande calcanhar de Aquiles deste país. Tudo fazem para se promoverem; tudo fazem para saquear as riquezas do país; e, o mais grave, é o ar de anjinhos com que se apresentam ao país. Pobres incautos!

Espero, muito sinceramente, que a Justiça impere e que alguns dos membros deste (des)governo venham a responder na barra do tribunal pelo Enriquecimento Ilícito que fizeram a partir do poder.

Tenho dito!

Anónimo disse...

Mas ó Rebelo, o PS não disse já isso de não apoiar mais nenhum pedido de empréstimo na última assembleia municipal?
pelo menos foi parangona nos jornais!

Anónimo disse...

Para comentário em 10:27

Tem razão. Porém, só, o PS não constitui maioria. E os outros ainda não se manifestaram. Além de que, em política, sobretudo aqui em Tomar, as coisas têm de ser ditas muito claramente e com solenidade. E mesmo assim...o líder da relativa maioria um dia destes é bem capaz de dizer que não ouviu dizer nem leu nada sobre essa matéria. Trata-se de queimar tempo...

Anónimo disse...

O PSD arranjou a crise porque pensa que tem as eleições no papo.
Talvez lhe saia o tiro pela culatra. Para além dos tomarenses, muitos outros portugueses também acham que nos dias que correm a liderança do PSD está entregue a um bando de incompetentes.
AA