Foto Rádio Hertz, com os agradecimentos de Tomar a dianteira
A décima edição da iniciativa conjunta Rádio Hertz/Tomar a dianteira, "À mesa do café" teve lugar no Café Paraíso, com o arquitecto Costa Rosa como convidado. Com várias obras na cidade e professor aposentado com casa na Corredoura, por sinal a mais antiga e castiça, falou-nos sobretudo da urbe e dos seus problemas, na sua óptica de apaixonado por esta terra onde nasceu, cresceu e sempre viveu, excepto durante os seus estudos nas Belas-Artes.
Questionado logo no início sobre a eventualidade de se mudar a estátua de Gualdim Pais para a Cerrada dos Cães, disse discordar, como de resto já fizera há cerca de 25 anos, quando circulou um abaixo assinado nesse sentido. Assinalou que o fundador de Tomar está na posição de outorga do foral, pelo que faz todo o sentido que se mantenha na praça principal. Até porque foi projectado para ali, apesar de o pedestal ser demasiado alto. Na sua opinião,a ter de haver mudança, faria sentido que fosse para o Chão de Pombal, na zona da Rotunda, onde se situaram os primeiros Paços do Concelho e o correspondente Pelourinho, símbolo das franquias municipais.
Noutro passo falou da sua Corredoura, "muito mais bonita antes de lhe terem retirado os passeios". Lastimou que tenham acabado com o trânsito numa rua que é um eixo fundamental, o que tem contribuído para acentuar a crise que o comércio local atravessa, anotando que o arranjo actual não foi nada feliz. Comparou até o seu aspecto actual quando chove, com a Rua do Centro Republicano, a que os tomarenses de antanho chamavam a Rua das Poças. Acrescentou que para facilitar a vida a todos, a solução ideal seria autorizar a circulação em toda a cidade antiga, mas apenas para cargas e descargas, proibindo o estacionamento. Na sua opinião, não faz qualquer sentido que na Corredoura, que é larga, esteja proibido o trânsito e o estacionamento, enquanto que nas ruas adjacentes, muito mais estreitas, se circula normalmente e há lugares para estacionar.
Defendeu a substituição das guardas da Ponte Velha pelas anteriores a 1944, que eram de ferro, bem como a iluminação cuidada do Açude dos Frades, a mais linda e típica perspectiva da cidade. Quanto à actual Rotunda Alves Redol, acha que o já célebre "muro-mijatório" está bem proporcionado e integrado no local, esclarecendo que não teria feito melhor. Já em relação à rotunda propriamente dita, pensa que teria sido melhor instalar uma fonte com cascatas ou, em alternativa, substituí-la por flores, dado não fazer muito sentido naquele local, uma vez que o Nabão é mesmo ao lado.
Admitiu igualmente que os arranjos junto à Ponte do Flecheiro não lhe desagradam, embora pudessem ter plantado mais árvores, mas absteve-se de comentar o paredão marginal. A concluir, disse não se opôr à requalificação dos Moínhos da Ordem, na Levada, embora os previsíveis custos de exploração lhe pareçam um problema grave e ainda por resolver.
Para a edição nº 11, mudaremos de café e teremos como convidado o engenheiro Carlos Carvalheiro, tomarense, professor e homem de teatro, fundador e dinamizador do Fatias de Cá. Para seguir na Hertz, no próximo sábado, das 11 ao meio dia, como habitualmente.
3 comentários:
O que eu vociferei com alguns amigos quando um dia deparei com a irradicação dos passeios da corredora.
Ignorante em qustões de arquitetura, dizia que ficava descalça, perdia em estética, amputavam-lhe o tempo e a memória.
Não senhor, vai ficar bonito, leva uns canteiros, estás sempre a dizer mal.
Sabe bem saber que alguém dessa ciência dá razão ao meu gosto estético.
" Statler and Waldorf "
Aquela dupla brilhante de velhotes rabugentos dos Marretas.
:-)
Bonita foto. Dois "velhos do restelo", a especialidade de Tomar.
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