sábado, 12 de março de 2011

RECORTES DA IMPRENSA DE HOJE

No PÚBLICO de hoje, Vasco Pulido Valente, com a sua habitual frontalidade britânica,  denuncia a causa das lamúrias da actual geração à rasca, que em vez de se ir fazendo à vida, vai insistindo par ver se obtém o que já não há -empregos bem pagos, limpos e com pouco ou nenhum trabalho, até à aposentação. Curiosamente, ou talvez não, a sua análise chega a conclusões similares às do prémio Nobel de Economia 2008 - Paul Krugman, (ver anterior post Recortes da imprensa de hoje), com um enfoque diferente. Enquanto o americano analisa a realidade do seu país, VPV limita-se ao caso português, como é lógico, que o Público não é o New York Times, nem para lá caminha.
Por sua vez, Miguel Sousa Tavares, na sua habitual crónica no EXPRESSO, esta semana intitulada "Estou à rasca", também não é nada meigo com os "deolindos", como ele os designou.
Largar a protecção e os subsídios do Estado, eis o que aconselha João Vieira Pereira, no seu Bloco Notas, igualmente no EXPRESSO, mas no suplemento economia.
Tudo o que antecede porque singelamente, se as coisas já não estão nada bem  quanto a verbas do Orçamento de Estado para as autarquias, a partir do ano que vem ainda vai ser muito pior. Donde não se perceber lá muito bem onde tenciona Corvêlo de Sousa ir arranjar fundos para pagar a parte do município nas onerosas obras em curso, bem como para assegurar as remunerações dos 23 novos funcionários recentemente admitidos. Se calhar está convencido, e com ele a sua vereação, de que a crise vai acabar já ali ao virar da esquina. Ou muito me engano, ou fazendo orelhas moucas e implementando obras supérfluas, ao mesmo tempo que recusam cumprir a lei do direito à informação (Lei 46/2007, de 24 de Agosto), os nossos queridos autarcas estão a fornecer a corda que um dia vai servir para os enforcar (Em sentido alegórico, claro!). Oxalá esteja a ver mal, mesmo com os óculos de lentes incolores.

Para o caso de ainda haver dúvidas, Henrique Raposo, jornalista do EXPRESSO alerta para a situação da jovem geração, a do Portugal moderno e dinâmico. Escreve ele, em carta aberta ao Presidente da República, que está disposto a ajudar os outros dois Portugais, o dos avós e o dos pais, o Portugal do reumatismo, segundo afirma, mas para isso não pode continuar a sustentar igualmente reformas a 100%, RSI, subsídio de desemprego demasiado generoso...e os boys e girls governamentais, autárquicos e culturais.
Resumindo, as coisas estão mesmo a complicar-se como nunca até agora. Mas entre mortos e feridos, escapa sempre muita gente, diz o povo com a sua sabedoria multimilenar. É preciso é saber nadar, pescar, navegar...
Ter ideias novas, em suma. Exactamente o que mais parece faltar por estas bandas e não só aos da geração à rasca...

7 comentários:

Anónimo disse...

Não deixa de ser curioso que alguns dos que dizem ter lutado pelo 25 de Abril são hoje contra a manifestação da Geração à rasca. Ou seja, viva a democracia, desde que a razão esteja sempre do nosso lado. Infelizmente, na comunicação social nacional, quem domina os espaços de opinião são aqueles que falam de barriga cheia, que pouco ou nada tiveram que fazer para chegar a um poleiro. Bastou-lhes uma certa amizade... e lá foram eles por aí acima. Agora, do pedestal, olham para baixo e só conseguem ver a ralé. É esta a nossa sociedade. Não deixa de ser curioso que um simples festival da canção, cuja importância é mínima, tenha feito levantar vozes de protesto relativamente à música vencedora. Será uma vergonha para Portugal, dizem as virgens ofendidas que, se calhar, nem nunca viram um programa do género. Viva a democracia... mas desde que ganhem sempre aqueles que nós queremos. É uma vergonha para Portugal que a Europa veja certos personagens a cantar, mas já não é vergonha termos dos mais baixos salários da europa, das mais baixas reformas, não é vergonha termos que pagar quando necessitamos de saúde, de justiça, de estradas, enfim, os impostos que descontamos a alguns são só mesmo para sustentar chulos, sorvedores de dinheiro, onde os «barriga cheia» querem colocar as pessoas de confiança, como rtps, cps, rens, taps, etc, etc. Quantas mais manifestações, melhor! O país está podre e pobre! O círculo criado pelos «barriga cheia» tem que acabar de vez! A corrupção tem que acabar de vez!

Anónimo disse...

ASSINO POR BAIXO.

BOM E LÚCIDO COMENTÁRIO.

Cantoneiro da Borda da Estrada disse...

Há muitos anos que não participava numa manifestação política. E em quantas e quantas eu participei naquela Av. da Liberdade, Restauradores e Rossio!!! Nem eu sei já quantas...

-Liberdade! Democracia!
-Nem mais um soldado para a guerra colonial!
-Imperialismo e social-imperialismo fora de Portugal!
-Nem fascismo nem social-fascismo!
-CIA e KGB fora de Portugal!

E muitas outras, algumas a clamar por uma revolução. Mas tudo veio a terminar por uma luta alargada contra uma guerra civil que "esteve por um cabelo". As condições objetivas existiam para uma revolução, as subjetivas nem pouco mais ou menos... O povo quis a democracia e o povo é quem mais ordena!

Não estando "à rasca" (com as medidas de ontém bem posso começar a desatar o cinto...), senti um apelo de cidadania e não resisti a ir "observar" a manifestação de hoje dos "á rasca".

E lá estive, não a observar mas a participar, do Marquês ao Rossio, três horas e meia,até que as pernas me doeram por via da circulação..., mas não foi por isso que não correspondi à palavra de ordem gritada por disfarçados, "Quem não salta é do Governo!"; meti-me bem lá dentro, envolto de muitos e muitos jovens, parte deles bem poderiam ser meus netos.

Fui conquistado pelas suas reivindicações, ficaria pesaroso se não tivesse lá estado.

Julgaram MUITOS que iam partir montras e carros, julgaram e desejaram... O que eles gritaram na rua é que o sistema partidário está putrefacto e é urgente desparasitá-los, começando por não eleger a esmagadora maioria dos que têm sido eleitos nos últimos 25 anos, da mais pequena autarquia ao mais alto representante da Nação.

Estão velhos uns, muitos são corruptos, outros só pensam nos seus interesses - estão viciados e é preciso que lhes seja movida batalha sem tréguas, nem que seja à cacetada, para irem para o meio da rua e

SALVAR OS PILARES VITAIS DA DEMOCRACIA: OS PARTIDOS:

Emocionei-me várias vezes ao ouvir gritar rapazes e raparigas de 15,16,18, 20 anos "Luta, luta camarada, luta!", "E o Povo pá?", E o povo pá?", não me importei se o "camarada" que as puxava era deste ou daquele partido. E outras.

Algumas vezes senti um ardor nos olhos..., e quando, em plena Avenida, cantaram o Hino Nacional, bem cantado, e "PORTUGAL-PORTUGAL-PORTUGAL" entrei na onda, uma onda tsunâmica a invadir-me os olhos- Aguenta aí! Estás velho?! Estava ali mesmo a juventude portuguesa, não a deste ou daquele partido - a juventude portuguesa!

Fizeram aquilo de que são capazes neste momento. Mas vim embora certo de que a política portuguesa vai ser bem diferente a partir de hoje. É imperioso!

Se não o for (da base ao topo do sistema partidário), eles vão ser mesmo capazes de partir as fuças aos conservados deste país, que tanto medo manifestaram por não estarem organizados e por a sua luta ser contra os partidos e as instituições. NÃO FOI NADA DISSO.

Pois não foram os partidos que os afastaram da vida política? Pois não foram também os dirigentes das organizações da juventude partidária, contaminados pelos velhos, que se desinteressaram deles?

Se o que resta de SÃO no interior dos partidos não for capaz de o fazer....

Esperem então pela demora.

Cantoneiro da Borda da Estrada disse...

......
ADITAMENTO ao meu anterior comentário:

Nesta manifestação tinha uma curiosidade especial:

A juventude estudantil universitária estará lá a marcar presença, devidamente enquadrada pelas suas associações representativas?

Não as coquei.

Cada um tire as suas ilações.

(Posso não tê-las localizado)

Anónimo disse...

Hoje foi um dia para a História, finalmente o Povo falou, várias gerações mas todos à rasca juntos contra este tipo de politica mostraram o caminho do grande salvador, a rua.
E em Tomar?

Anónimo disse...

E em Tomar?

Mas passa-se alguma coisa em Tomar?
O presidente da Câmara é incompetente quanto baste!
O Carrão é apenas o acompanhante dos autarcas de garrafão de tinto na mão!
A Rosário é não só incompetente com é também a responsável política pelo alojamento do José Carlos no hotel (WC público) junto à Capela de S. Gregório!
O Ferreira foi o mãos largas dos subsídios (tal qual os governos socialistas) para a sua auto promoção!
O Becerra está para defender os seus interesses (sua empresa)!
O Pedro continua sem qualquer rumo e sem projecto, apenas lhe interessa os negócios que a posição de vereador lhe proporciona!
A Graça é uma inutilidade e apenas serve de pau-de-cabeleira aos interesses obscuros do Pedro!

Tomar está no seu melhor...

O Rebelo tem caracterizado até ao limite do possível a realidade tomarense, mas, ao que parece, os autarcas e líderes partidários têm uma visão tão sectária quanto incompetente, face aos graves problemas com que Tomar se debate.

Andamos todos a olhar para o lado, uns mais que outros, mas todos somos culpados. E porquê?

Somos uns tansos, uns bananas, uns medrosos e merdosos, já não contamos para nada.

Viva os interesses instalados!
Viva os autarcas incompetentes!
Viva a hipocrisia!

A Iria, já era! Veio para o convento para sair com a reforma de directora, o resto são cantigas!
Aliás, o mesmo que o Corvelo que é o autarca mais incompetente que Tomar teve em toda a sua história.

Mas o homenzinho anda para aí convencido e ainda não percebeu que que é uma nódoa na história de Tomar.

Os "outros" querem o quanto pior melhor para, caso lá cheguem, poderem justificar a sua incompetência com a situação deixada pelo Paiva/Corvelo/Relvas.

Pobre Tomar!!!

Anónimo disse...

Pobres "deolindos" que não têm emprego fixo findo o curso onde investiram tanto.
- Investiram dinheiro que não tinham e que pediram emprestado aos bancos;
- Investiram o dinheiro que amealhavam nas férias quando faziam biscates, nas obras, nas cabeleireiras, nas vindimas, ...
- Investiram horas e horas, meses e anos de estudo, abdicando de noites de folia e de férias no Algarve e no estrangeiro;
- Investiram na independência de quem sai de casa dos pais, quebra as amarras da família e ruma ao desconhecido em quartos alugados ou de familiares, abdicando de muitos bens (e comodidades) para preservar a integridade;
- Investiram no bem comum, dando à sociedade acções de solidariedade antes de pedir beneces que vão deixando de existir.
Estes "deolindos" querem o que já não existe, nem mesmo para os que trabalharam ou trabalham largos anos: "Emprego para a vida".

Bem vindos à realidade do Século XXI meus caros!...

P.M.