UM TRISTE GUARDANAPO PARA SE LIMPAREM...

Manchete do Correio da Manhã de hoje, 02/03/11

"As mesma causas... ...produzem sempre os mesmos efeitos", dizia o Lavoisier com toda a razão. No dia 27 de Fevereiro, no post "Será que tudo isto vai acabar bem?", escrevi aqui o seguinte, no último parágrafo:

"A tradicional megalomania tomarense, quando associada a uma ignorância crassa da economia, leva a confundir despesa com investimento e a precipitar o "estampanço" contra a parede. Aguentem-se. Pode ser que consigam pagar atempadamente aos funcionários até final do mandato. Pode ser... E até continuar com os subsídios, as cedências dos autocarros e os passeios gratuitos comezaina+tintol+animação. Poder ser..."

Com habitualmemnte, mas em muito maior quantidade, não tardaram os comentários insultuosos, ordinários, procurando fazer chacota... Os mais brandos garantiam que eu me tinha "passado", ou que realmente "a idade não perdoa". Outros consideraram-me um pessimista encartado e crónico, ainda pior do que o Medina Carreira. Outros ainda asseveraram que a minha ambição desmedida pelo lugar de presidente da câmara me cegava. Quanto aos mais ordinarecos, manda a decência nem sequer os citar, designadamente devido ao cheiro nauseabundo.

Como sempre, foi tudo directo para o "caixote do lixo" e continuei a dormir sossegadamente. Porque tais palermices ao abrigo do anonimato, quando "não passam de simples balas de cartão, que resvalam na couraça da minha indiferença", apenas me provocam uma profunda tristeza, por fazer parte de uma comunidade com  gente tão reles e lorpa, que nem "cabeça" tem para disso mesmo se dar conta. Mas pronto; é o que temos, pelo que sou forçado a concordar com o Marechal Beresford: "Não adianta dizer mal. Mesmo assim, é com eles que temos de fazer a guerra, porque não há outros".

Perante a ilustração supra, outros não deixaram de embandeirar em arco, proclamando triunfalmente "Eu não vos dizia?!" Não é o meu estilo. Não gosto de represálias, de vinganças, de desforços. Prefiro a cooperação, a fraternidade, a união em prol de causas comuns, no exercício da cidadania. Sem alardes nem foguetes. Só pela satisfação do dever cívico cumprido com êxito.

Façam o favor de ler quanto antes as páginas 4 e 5 do CM de hoje, estejam com muita atenção às notícias de 11/3 à noite, na TV, e nos jornais do dia seguinte. Façam outro tanto em relação aos dias 23, 24, 25, 26 e 27 de Março. Entretanto saibam que quando ouvem falar de produtividade e de reformas estruturais, o que nos estão a dizer é afinal muito simples, em linguagem corrente: Os portugueses ganham e gastam demais para aquilo que produzem. Estado e autarquias vivem acima das suas reais possibilidades. Mais cedo que tarde vamos ser confrontado com duas hipóteses. A mais favorável consiste em termos de trabalhar mais para ganharmos o mesmo. A mais pessimista é aquela em que teremos simultaneamente de trabalhar cada vez mais, ganhando cada vez menos. É assim, quer estejamos ou não de acordo.