sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Em dia de Santa Iria, quem diria...

 Foto 1
 Foto 2
 Foto 3
 Foto 4
 Foto 5
 Foto 6
Foto 7
A comemoração do Dia de Santa Iria, uma tradição local cujo restabelecimento com os alunos das escolas é posterior ao 25 de Abril, constituiu mais uma ocasião para evidenciar as mazelas da administração municipal. A fachada da Igreja, no interior da qual há uma capela privada -a Capela dos Valles- propriedade da Casa Nova Goa, foi caiada a preceito, como manda a tradição e mostra a foto 1. Já as ruínas do antigo convento, coitadas, tarde ou nunca se vão restabelecer de uma maleita chamada megalomania paivina (fotos 2 e 3). Até a vaca está com aspecto melancólico, ao contrário da suas homólogas açorianas, que estavam sorridentes, segundo constatou Cavaco Silva, aquando da sua recente visita ao arquipélago (foto 3).
A procissão foi muito participada e a assistência numerosa e interessada. Muito antes da hora marcada, já havia mirones a marcar os melhores lugares (foto 4). Infelizmente, como já vem sendo costume, houve falhas. Cumprindo ordens superiores ilegítimas, os guardas da PSP proibiram a circulação pedonal na Ponte Velha, a partir de certa altura, o que além de desnecessário era ilegal. Conforme as garantias constitucionais, nenhum cidadão pode ser impedido de circular a pé na via pública, salvo imprevisto grave ou determinação em contrário. Dado que não havia nenhum imprevisto e que a autarquia não mandou publicar previamente nenhum edital interditando o trânsito de peões por aquela via, sem disso se darem conta, os agentes da autoridade, embora de boa fé, agiram ilegalmente, o que constitui um abuso sempre condenável.
Outra mazela cada vez mais evidente é a acentuada tendência dos autarcas PSD, apoiados pela oposição que integra o executivo, para preferir o 80 em vez do 8. As fotos 5, 6 e 7 são bastante explícitas a esse respeito. Os imóveis retratados estão num lastimável estado de conservação. Se fosse questão de obras de montante superior a algumas centenas de milhares de euros, naturalmente financiadas pelos fundos europeus, já teria havido projectos mal alinhavados, adjudicações e obras às três pancadas. Assim, tratando-se de simples manutenção, coisa para apenas alguns milhares de euros em cada caso, ninguém parece interessar-se pelo problema.
No caso documentado na foto 7, da Sinagoga de Tomar, a situação tornou-se até algo cómica. Tendo consciência do aspecto vergonhoso das paredes daquele templo judaico, o responsável da delegação tomarense da Entidade de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, disponibilizou uma verba para cuidar das paredes interiores e instalar expositores. Para o efeito solicitou a celebração de um protocolo com a autarquia, proprietária do imóvel, que recusou. Mesmo sem protocolo, foi entregue a verba prometida. Os expositores último grito já foram instalados há mais de um mês. A reparação das paredes continua a aguardar melhores dias...E viva o turismo cultural, que há-de vir a ser o motor do desenvolvimento económico local! Com autarcas assim, Tomar não precisa de mais inimigos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Texto e imagens bem ilucidativas do desnorte político em que vive parte significativa do Poder Local Autárquico português.

Quem não se empenha na resoluçao dos problemas mais simples, não tem a mínima noção para o que foi eleito.

Para atestar esse desnorte usem o endereço a seguir para lerem uma bela peça no "J. Negócios" de hoje sobre uma decisão da câmara de Barcelos, e tirem as conclusões. Quanto às minhas, fiquei baralhado... Ajudem-me.

"http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=514031"