segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Feiras e circos

Sinal dos tempos incertos que vivemos, este ano a multicentenária Feira de Santa Iria começou quase uma semana antes da data tradicional.  Mas ainda assim, respeitaram-se alguns costumes mais vincados na idiossincrasia tomarense. Houve cerimónia de abertura, comezaina à borla e discursos. Foi  dito que era pena o certame estar disperso por três locais diferentes; que com a continuação feirantes e  público frequentador se habituam e que este ano até há mais barracas e divertimentos. Um grande triunfo, em suma! O habitual por estas benditas paragens. O enterro continua, mas há música, divertimentos, discursatas, muita comida e muito líquido para ir molhando as sequiosas gargantas. Só as carpideiras é que se obstinam em verter lágrimas apenas pela calada, não vá dar-se o caso de... Como bem reza o popular anexim, "Ovelha que berra é bocado que perde!" Razão porque o rebanho tomarense continua pacatamente rumo ao abismo, mas sem fazer barulho.
Apesar do proclamado triunfo, garantido pelo vereador de serviço, nota-se que este ano não veio nenhum circo, quando aqui há uma década até vinham dois. Porque será? Como os nabantinos bem sabem, em termos de governação local, temos tido direito a um circo permanente, embora com artistas em geral de fraca qualidade e palhaços pobres armados em palhaços ricos. Será por isso que os verdadeiros artistas circenses resolveram demandar outras paragens?
Que pena os contribuintes não poderem fazer outro tanto. Podia ser que assim os senhores autarcas se resolvessem a libertar o palco para outra troupe, que desta, ou muito me engano, ou estamos todos fartos. E ainda faltam longos 24 meses para Outubro de 2013...

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