Perante as ilustrações acima, alguns leitores estarão algo incrédulos, pois pensavam que João Baião não seria bem um dos meus autores preferidos. Pois têm toda a razão. O simpático apresentador não constava na minha lista de autores a ler ou já lidos. Ocorreu todavia que o livro me veio parar às mãos e que eu nunca fui capaz de recusar aprioristicamente qualquer leitura. E desta vez, confesso não ter perdido o meu tempo. O texto é agradável, ligeiro, num português escorreito, aspecto que é sempre de assinalar, por se estar a tornar relativamente raro.
Melhor ainda, o autor até se mostra bastante simpático para com a nossa cidade: Publica uma receita das Fatias e confessa que "Outra das minhas cidades preferidas... ...é Tomar, conhecida como a Cidade Templária. ...Passei uma temporada em Tomar. Lembro-me do Rio Nabão, de um jardim muito agradável e de uma capelinha muito bonita, dedicada a Nossa Senhora da Piedade... ...Imponente é também o Convento de Cristo, nas suas enormes proporções. ...Levou quatrocentos anos a ser construído e conjuga vários estilos arquitectónicos, como românico, gótico, renascentista, barroco e manuelino."
Após estas amáveis referências, cabe reproduzir outras tantas farpas, muito bem colocadas, reconheça-se: "A Festa dos Tabuleiros de Tomar envolve música e foguetes, charretes, bois, jovens, mordomos e cavaleiros. ...Hoje em dia é uma aparatosa romaria popular que atrai muitos visitantes a Tomar. Em 2010, a Câmara Municipal tomou a iniciativa de avançar com a candidatura da Festa dos Tabuleiros a Património Imaterial da Humanidade."
"Na Freguesia de Formigais, perto de Tomar, existe uma praia fluvial com características terapêuticas. É a praia fluvial do Agroal, cuja nascente está rodeada por um muro, que forma uma espécie de barragem, onde é possível tomar banho.
... ...Há poucos anos, a zona foi requalificada e hoje constitui um agradável e refrescante espaço de lazer, ao fundo de um vale, rodeado por árvores e outra vegetação. Para lá chegar, as indicações não são claras, mas nada que umas perguntas pelo caminho, ou um bom GPS não resolvam."
Mais adiante, João Baião é franco: "Mesmo quem nunca visitou o convento, conhecerá dos livros de História a famosa Janela da Sala do Capítulo, que exemplifica bem o original estilo manuelino.
Todo o espaço é monumental, mas lamento que tenha tão pouca vida e que conte aos visitantes tão pouco da sua rica história: salas vazias, pouca informação explicativa. Em Portugal, por vezes aproveitamos mal os magníficos legados que a História nos deixou."
E assim acontece mais uma vez: Ficamos sempre bem na fotografia. Mesmo quando, como no caso presente, o autor termina com mais um louvor às nossas coisas: "Mas o Convento de Tomar é, ainda assim, um espaço magnífico, imperdível para quem esteja nas redondezas. Felizmente, abriu as suas portas a uma companhia de teatro local, o Fatias de Cá, para servir de cenário a originais peças de teatro, que aliam a gastronomia à arte teatral e ao património."
Deve ter sido o Carlos Carvalheiro, incansável motor do Fatias, que moveu mais uma vez as suas influências... quem sabe, sabe!
O negrito e as cores são de Tomar a dianteira.
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