quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Também nasci em 41...

PÚBLICO, 20/10/2011, última página
Também nasci em 41. E conheci a fome, a miséria, o medo, o frio, o racionamento, a guerra, a emigração, a solidão em plena multidão. Mas tudo isso me deu mundo. O que não impediu que goste muito desta crónica,  e me levou a reproduzi-la, com agradecimentos ao seu autor. Oxalá os leitores jovens a consigam entender na sua plenitude...Oxalá!

1 comentário:

Anónimo disse...

Saudade..., saudade....

Completemos: ...vai-te embora!

A saudade envolve uma noção de tempo que não é compatível com a realidade - digo eu.

Por falar em saudade, que tem dois elementos- lembranças e desejos -, relembro aos tomarenses o primeiro filósofo português que analisou a saudade como sentimento: o nosso "Rei-Filósofo" - D. Duarte, o segundo da segunda Dinastia.

O Rei que morreu em Tomar no dia 9 de setembro de 1438. O que acrescentou condições fundamentais para a Epopeia da Grande Aventura por terras de Além-Mar, de nosso orgulho ou de nossa desgraça.

Saudade...: Amor e Ausência.

É no "Leal Conselheiro" (e também no "Livro de Ensinança e bem Cavalgar a toda a Sela), sua autobiografia espiritual, uma reflexão espiritual, em torno de uma depressão pessoal. Faz análise das paixões e das tristezas e ocupa-se pela primeira vez da SAUDADE.

No "Leal Conselheiro", o nosso único e formidável "Rei-Filósofo", escrito em capítulos, primeira obra de Filosofia portuguesa escrita em português, apoia-se na sua própria experiência e não na livresca - um saber de experiências feitos -, embora fiel a uma Ética ortodoxa cristã.

Rei esquecido, culto e bom Rei, bem jovem introduzido pelo seu pai na administração do reino, o seu "Leal Conselheiro" só viria a ser descoberto no séc. XIX, que tinha sido levado para o estrangeiro.

Só recentemente lhe foi reconhecida o seu interesse especulativo, o seu valor filosófico.

Perguntarão: porquê tanta treta sobre o Rei D. Duarte, a propósito de um artigo onde domina a Saudade?

Por uma só razão:

Tomar, onde morreu o "Rei-Filósofo", devia há muito ter o seu nome numa obra emblemática da cidade ou do concelho.

É isso que estou a defender, e apelo aos professores e intelectuais do concelho que tratem deste assunto.

Há muito que venho levantando na blogosfera tomarense esta reivindicação.

Saudade - algo que se perdeu e a que se quer regressar. Por isso não aplaudo inteiramente o artigo transcrito no Post. Antes me apetece recuperar o rei-filósofo, pela sua mensagem de ensinar e aprender a fazer. Seria saudade do Futuro?...

O "L. Conselheiro" é o ABC da lealdade:

Que Tomar homenegei, com debates e colóquios, este nosso Rei-Filósofo, pelos motivos que invoquei e muitos outros mais valorosos, que os especialistas podem acrescentar. Sou apenas um curioso.

Em dias que se homenageia tanto f.... da p...., que haja debates e colóquios sobre aprender a fazer.
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Ainda sobre o artigo: a memória da saudade não é uma memória inventiva. Por isso..., estando-nos na cultura, pode ser muito doentia e bloquedaora.