terça-feira, 11 de outubro de 2011

Pobre terra



A Sinagoga da Rua Nova, a mais antiga e notável do país, constitui a perfeita alegoria da administração que temos e dos eleitos para nos governarem. Propriedade da autarquia, tem um grupo de amigos e tudo, coisa raríssima por estas nabânticas margens. Graças a esse grupo de gente devotada, foi possível fazer cartazes, homenagear o dedicado guarda -o senhor Vasco- e até conseguir financiamento.
A delegação em Tomar do Turismo de Lisboa e Vale do Tejo deu a conhecer a sua disponibilidade para financiar as obras de recuperação e o equipamento daquele templo, mediante a assinatura prévia de um protocolo com o dono do prédio. A câmara recusou, sem mais explicações. Mas aceitou posteriormente o equipamento, constituído por expositores novos e artigos para vender aos visitantes, tudo no valor de 50 mil euros, segundo fonte bem informada. Promoveu até a difusão da notícia da instalação do novo equipamento, para comemorar o dia europeu dos monumentos. Mas quanto à modestas obras de reboco e pintura, nada! Triste sina a nossa!
Gastam-se milhões, que não temos, em obras supérfluas, que só nos envergonham enquanto comunidade que devia ser responsável, se não fosse composta na sua esmagadora maioria por partidários do deixa andar e do quanto pior melhor. Não há tostões, nem vontade, nem coragem para fazer o que é essencial e urgente. As paredes do templo judaico estão como mostram as ilustrações. E o exterior da antiga biblioteca municipal, agora sede da Assembleia Municipal, está que mete dó e devia envergonhar os donos do prédio, caso soubessem o que é isso de ter vergonha na cara. E respeito pelos compromissos oportunisticamente assumidos perante os eleitores. 

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