Ruínas de Éfeso - Turquia - O decúmano
Ruínas de Éfeso - Turquia - Aspecto do fórum
Ruínas de Jerash - Jordânia - A Ágora, o Cardo, e ao fundo, à esquerda, o Templo de Júpiter
Reza a tradição que não vale a pena gastar cera com ruins defuntos. Mas que querem? Ficou-me este hábito de tentar sempre ensinar alguma coisa.
A autoproclamada "boa sociedade tomarense", que com o andar do tempo acabou por de boa ter apenas o nome, continua conservadora até à medula. Quando se sente ameaçada no seu tradicional domínio da política local, une-se em círculo, conquanto cada um dos seus membros continue a coçar-se para dentro. Sobretudo agora que as coisas estão pelas ruas da amargura e ninguém sabe a que se ater. O incidente do alambor templário, que por manifesta falta de habilidade do senhor alcaide e da senhora do defunto IGESPAR, acabou transformado num pequeno escândalo, conduziu os ajudantes da relativa maioria a procurar pretextos para desviar a atenção dos eleitores, que, cada vez maior número, começam a achar que tudo o que é demais, parece mal. Primeiro foi o vereador Luís Ferreira, no seu blogue. Agora seguiram-se os IpT, seus inimigos de estimação.
Por uma vez em sintonia, na ajuda aos patrões laranja, resolveram tentar virar os projectores para o alegado fórum romano, aquela ruína menor, ali nas traseiras do quartel do bombeiros. Conheço mais ruínas romanas do que a maior parte dos arqueólogos portugueses encartados. E quando digo conheço, refiro em simultâneo que visitei detalhadamente, que ouvi os guias e que li bastante sobre o assunto antes e após as visitas. No caso de Jerash até já la estive várias vezes, primeiro como "tour leader", depois como turista. Uma vez que já Garcia da Horta, há quinhentos anos, referiu que "a experiência é a madre das coisas", julgo portanto ter alguma credibilidade para afirmar que aquela coisa ali ao lado do cemitério não é nenhum fórum, nem é romano, nem tem qualquer interesse arquitectónio, artístico, ou turístico. Trata-se, de acordo com as variadíssimas leituras que fiz ao longo destes quase 40 anos, simplesmente dos alicerces de uma da igrejas que ali houve em tempos -a de S. Pedro Fins e a de Santa Maria de Selho.
Para mais detalhes, os leitores interessados farão o favor de ler o post "A patranha do fórum", de 03 de Agosto de 2009. Entretanto, seria bom que se envidassem esforços para recuperar o alambor templário, esse sim com bastante interesse histórico e cuja requalificação é perfeitamente compatível com um bom arranjo urbanistico do local. Quanto ao falso fórum, haja coragem para voltar a enterrar tudo aquilo, colocando lá um texto alusivo, se assim o entenderem. Mas, por favor, não voltem a cair na esparrela daquelas ruínas ali entre o pavilhão e Rua da Fábrica, há anos transformadas em lixeira e ervascal. Mais uma vergonha!
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