segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Recortes de imprensa

Jornal de Notícias, 31/10/2011, página 49

Pois é ! Uma pessoa lê o título, a chamada de título, e fica entusiasmada. Finalmente vamos ficar a par da Europa do norte, no que toca a escolha de candidatos. Como acabam de fazer os socialistas francêses para escolher o seu candidato à presidência da república. Infelizmente o entusiasmo dura pouco. Logo umas linhas mais abaixo o secretário nacional João Ribeiro é peremptório: "As primárias entre militantes estão previstas na moção de Seguro, mas a sua abertura à sociedade "é assunto encerrado", após a derrota de Assis em congresso." Tudo perdido, por conseguinte? Talvez não.
"Questionado sobre se aquela alteração está garantida, disse que "a direcção nacional não quer condicionar o debate" e "cabe aos militantes fazer propostas". Caberá mesmo? Afinal, o PS - Tomar fez melhor já em 2009. Não abriu totalmente à sociedade -o que é desejável e mesmo inevitável mais tarde ou mais cedo- mas aceitou independentes como candidatos. Na próxima vez será forçado a andar para trás?
Convinha ficar esclarecido quanto antes, porque às vezes perde-se por um esclarecimento fora de tempo...

Jornal i, 31/10/2011, última página

Os agora já célebres candeeiros a 340 contos (1.700 euros) cada um, instalados numa das salas da Jácome Ratton aquando das recentes obras de requalificação e ampliação, continuam a dar que falar na grande imprensa. Mas esses pelo menos servem para alguma coisa, e servem bem. O director daquela escola já afirmou que espalham muito bem o fluxo luminoso e que nem sabia que eram da autoria de Siza Vieira. O raio do preço é que veio estragar tudo. E não se trata de caso único. Ainda hoje a imprensa volta a falar em despesas sumptuárias, desta vez numa escola dos arredores de Lisboa. O projecto previa lâmpadas fluorescentes com suportes suecos a 200 euros a unidade, mas a direcção da escola resolveu procurar no mercado nacional e encontrou suportes de substituição, fabricados em Portugal, a 40 euros cada...
Além destas utilidades caras, outras há que nem utilidades chegam a ser. Para não sair de Tomar, qual a utilidade da barraquinha do Mouchão? Da casa do guarda da Mata, que não tem guarda a viver lá? Da recepção anexa às novas instalações sanitárias na mesma Mata? Da iluminação, uma vez que a Mata fecha sempre ao sol posto? Dos paredões junto ao rio, na zona do mercado? Do elevador no ParqT? Das instalações para café no ParqT? Da ponte metálica Mouchão/ex-Estádio? Das obras de milhões que destruíram as bancadas e os balneários do então estádio? Dos passeios de mais de dois metros de largura na Ponte do Flecheiro, a menos de 10 metros da ponte para peões? Do sistema de energia solar instalado nos contentores do ex-estádio, cujos painéis tapam o sol uns aos outros? Das exposições temporárias no piso térreo dos Paços do Concelho? 

1 comentário:

Anónimo disse...

No meu comentário anterior queria referir-me às tais "primárias" para
escolha de autarcas, em que participam os simpatizantes e esqueci-me. Claro, o PS de Tomar deu um bom exemplo ao aceitar candidaturas de independentes nas anteriores eleições.

Tem, concerteza, alguns riscos. Exemplo: o Dr. Rebelo canditou-se nessa qualidade e hoje é um defensor deste governo de, na minha opinião e já de muitas centenas de nilhares de portugueses, compulsivos aldrabões, de agenda escondida contra o povo português. Mas isso não vem agora ao caso. O golpe de Estado está em marcha e não está ainda decidido qual dos lados vai sair vitorioso. É nos momentos difíceis que se exige firmeza e boa compreensão das contradições que se disputam.

Se o PS não votar contra este Orçamento o golpe sai triunfante. Como o PCP e BE participaram na golpada (do primeiro já lhe conhecemos a atração por querer o poder através de golpes), a matilha no poder conta sempre com o seu apoio. Ai deste país se AJSeguro se abstiver ou votar a favor...

As primárias seriam de facto uma excelente via para demover os obstáculos à caverna onde se entrincheiraram bandos e camarilhas que putrefizeram o nosso sistema partidário

É uma pena o PS não assumir a liderança de um tal modo de escolha dos seus candidatos; estou certo que iria enriquecer muito a nossa democracia e a qualidade dos eleitos, bem como a regeneração do nosso sistema partidário. Sem ele não há democracia.