Já aqui se escreveu anteriormente sobre as recentes declarações do alcaide tomarense acerca da Mata dos Sete Montes (ver post "Obras para engorda"). As fotos supra permitem perceber melhor do que estamos a falar.
Muito danificada pelo tornado, a antiga Cerca Conventual padeceu também com os trabalhos de remoção das árvores derrubadas. Efectuados com o terreno empapado e servindo-se de uma máquina inadequada, porque demasiado pesada, aquilo ficou nalguns sectores muito parecido com um campo bombardeado. Vem agora Corvêlo de Sousa informar que "O Instituto de Conservação da Natureza não tem vocação para tratar um parque como aquele que está em causa e é muito provável que a Mata integre o património da Câmara." Perante isto, várias questões se colocam: Se um instituto de conservação da natureza não tem vocação para tratar de uma parque natural, então serve para quê? Para espatifar o dinheiro dos contribuintes? E a autarquia tomarense, terá vocação para gerir a Mata? A Assembleia Municipal não terá nada a dizer? E os senhores vereadores da oposição teórica?
A sequência das referidas declarações não parece augurar nada de muito positivo: "Vamos tirar proveito dela, nomeadamente com a colocação de uma infra-estrutura fixa onde se possam produzir eventos." Que tipo de eventos? Como os do cine-teatro? Parecidos com o Congresso da Sopa? Ou com o Festival de Estátuas Vivas?
A transferência da Mata dos 7 Montes para o Município até poderá vir a revelar-se uma excelente decisão. Tudo depende do que a autarquia dela conseguir fazer, em termos de criação de valor acrescentado. Se, pelo contrário, a vier a transformar em mais um sorvedoiro do dinheiro dos contribuintes, como tem sucedido com os eventos supracitados e outros, então mais vale que fique tudo como está. Menos aquele esgoto a céu aberto, para o qual até já existe emissário, providenciado pela autarquia. Falta apenas a parte do IGESPAR. E por falar em IGESPAR, também não se perdia nada em encarar a hipótese de transferir a gestão do Convento de Cristo para uma entidade mais próxima e mais credível. Seis euros de entrada, sem direito a visita guiada, sem uma entrada digna e sem horários adequados, se não é um caso de abuso de confiança, andará lá perto... e não dignifica ninguém.
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