quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Recortes da imprensa

Recorte 1
Recorte 2
Recorte 3
Recorte 4

A galinha da vizinha é sempre mais gorda que a minha, reza o velho adágio. O que me levou a ler a imprensa vizinha, para ver se sempre é mais gorda que a minha. Até uma dada altura, ainda referi aqui todas as semanas uma publicação mirantina, que é de cá e não é, à boa maneira destas bandas. Aconteceu porém que os seus donos se mostraram incomodados com as minhas citações, lembrando-me que, nos termos da lei, apenas posso referir o título e usar o link. Devem ter pensado que estaria disposto a transformar-me em lacaio deles. De forma que, a partir de então motus! O que me levou a demandar outros títulos, de outra zona mais arejada, entre outros aspectos porque se encontra mais exposta às brisas atlânticas. Falo de Leiria e do seu jornal do mesmo nome. Melhor, igual ou pior, quando comparado com os daqui? Quem se der à maçada de ler estas linhas fará o favor de decidir.
Primeira constatação: No JORNAL DE LEIRIA há muitos cidadãos a escrever. Na edição que tenho aqui ao lado, com data de hoje, contei sete cronistas, entre os quais Moisés Espírito Santo e Henrique Neto. Além do editorial, subscrito pelo seu director, José Ribeiro Vieira.
Segunda constatação: Há noticiário abundante, completo e bem redigido, através do qual é possível seguir os principais aspectos da cidade, do concelho e do distrito. Os recortes 1 e 2, mostram porque é que naquela zona, apesar da crise, continua a haver crescimento económico. Indiciam realismo, adaptação à envolvência e sentido das proporções. Nada de megalomanias, do tipo hotel de charme de quatro estrelas no mínimo e com 60 quartos... O tempo das vacas gordas, que lhes deixou a encomenda do estádio, já passou, pelo que o mesmo até está agora à venda a quem der mais...
Terceira constatação: Ao assinalar um aniversário político, procuram ir, tanto quanto possível, ao fundo da questão. Como no caso dos dois anos da actual vereação autárquica, em relação à qual publicam um balanço sucinto e imparcial (Recorte 3).
Quarta constatação: Sempre que possível, abordam os problemas com que a região se debate numa óptica comparativa, fornecendo quadros estatísticos, de forma a que os leitores possam ajuizar. Assim, o recorte 4 indica que, na proporção habitantes/médico do SNS, os leirienses já protestam mas os tomarenses e ribatejanos estão ainda pior. Só suplantados na penúria pelos alentejanos do distrito de Beja. Feitios...
Quinta e última constatação: Todas a crónicas são bastante interessantes e bem escritas, ainda que, como é normal, com estilos bem diferenciados. Por pensar que rir faz bem à alma, passo a transcrever um excerto de uma delas: "Telescópio Político - Marketing autárquico", da autoria do TOC - Técnico Oficial de Contas, Leonel Pontes (será ele que faz a obrigatória auditoria anual das contas da autarquia?): "...O bom autarca não era aquele que poupava, era aquele que fazia uma gestão de encher o olho aos cidadãos, e dizia em campanha "Caros concidadãos, eu sei bem das vossas necessidades e por isso vou mandar construir uma ponte lá em baixo." Mas eis que um munícipe mais esclarecido gritou: "Mas não passa nesta terra nenhum rio!!!". Ao que o putativo futuro presidente da autarquia respondeu: "Eu bem sei! Até já tenho isso em plano! O rio virá para a próxima campanha eleitoral!"
"E foi assim que as autarquias ancoraram as suas actividades. Na falácia, na obra fácil, no orçamento para inglês ver, no excesso de pessoal. Sem cuidarem de saber se o seu município tem sustentabilidade económica. Agora, no dizer do povo, "burro morto, cevada ao rabo". Mas a besta ainda não está morta. Está agonizante e pode salvar-se...".

Se por mero acaso, alguém em Leiria tiver a pachorra de ler estas linhas, faça-me um favor, que é ao mesmo tempo uma obra humanitária: Avise quanto antes o autor da crónica -o cidadão Leonel Pontes- para não vir a Tomar indagar da situação local. Caso contrário será decerto vítima de inevitável e fulminante AVC.

1 comentário:

FUNICULIN disse...

Aproveitando este artigo do responsável deste blogue acrescento com a devida vénia o que vem hoje no Correio da Manhã:

O presidente da Câmara de Mondim de Basto, Humberto Cerqueira (PS), proibiu, durante o horário de trabalho, as idas ao café ou à rua para fumar.

Uma medida e um bom exemplo que outros Municípios deveriam seguir, nomeadamente pelas bandas de Tomar.

Mas como seria possível no Município de Tomar, com um presidente “vou ser rápido” e a vereadora “portanto” toxicodependentes da nicotina?

E num tempo de crise há que ajudar os comerciantes da cidade fazendo sala no café da Praça da República, ou seja no “gabinete” substituto dos gabinetes da edilidade.