Conforme referido nos noticiários locais, a autarquia decidiu encerrar o parque de campismo em Dezembro, durante duas semanas. Escaldados por 6 anos de encerramento, na sequência de uma interrupação apenas até ao final das obras do pavilhão, os tomarenses receiam o pior, pondo a circular variadas hipóteses. A mais benigna refere que é sempre mau encerrar um equipamento público do sector turístico, dado que põe em causa valores básicos dessa indústria como hospitalidade, credibilidade, qualidade, fiabilidade e continuidade. Imagine-se um turista em autocaravana, ou um mochileiro, que resolvem vir passar o Natal em Tomar. Chegam e encontram o parque fechado. Ficam muito satisfeitos, não é assim? E vão de certeza recomendar Tomar aos amigos...
Outra versão assevera que se trata de encerrar novamente o parque, desta vez pretextando férias do pessoal e alguma manutenção, para nunca mais o reabrir.
Procurando tirar dúvidas, Tomar a dianteira esteve naquele equipamento, onde conversou com a funcionária de serviço, muito profissional e hospitaleira. Na sua opinião, o referido encerramento durante duas semanas não vai prejudicar os turistas de longa duração que agora ali se encontram, uma vez que já haviam decidido mudar-se para o Algarve e regressar a Tomar em Fevereiro ou Março. Residem neste momento no parque 15 turistas, mais um dezena de passagem, segundo informou.
Sobre a necessidade de interromper aquele serviço durante 15 dias, referiu ser muito útil para acertar as férias dos funcionários, problema assaz complicado devido ao elevado número de baixas por doença durante a chamada "estação alta". Acrescentou que também a limpeza e a manutenção vão beneficiar com o citado encerramento temporário, uma vez que haverá mais tempo e mais pessoal disponível.
Seja como for, encerrar uma estrutura turística, mesmo de forma temporária, sem previamente avisar os potenciais utentes, designadamente através dos guias e outras publicações da especialidade, constitui sempre uma machadada na supracitada fiabilidade. E sem fiabilidade...
Caso se tratasse de um empreendimento privado, sujeito às leis do mercado, o modus operandi seria decerto outro. Como é um serviço público, essencialmente custeado pelos contribuintes, pouco importa ir ou não constituindo pouco a pouco uma sólida clientela de turismo residencial de 3ª idade. Justamente aqueles que foram forçados a demandar outras paragens mais hospitaleiras, devido ao prolongado interregno e depois de durante vários anos terem constituindo uma excelente fonte de receita, tanto para restaurantes como para alguns comerciantes locais. Mas o executivo tomarense embora tenha vá falando, parece cego e surdo. Não vê a realidade local nem ouve as reivindicações dos munícipes. E os problemas vão-se arrastando.
Entretanto, no extremo oposto do burgo, outros campistas de longa duração, mas não estrangeiros, vão melhorando o seu acampamento, que bem precisa. O novo alojamento do patriarca Pascoal acaba de ser beneficiado com um pequeno alpendre, ao que tudo indica destinado à higiene matinal, uma vez que foi colocado um espelho na parede exterior.
Por falar em higiene, perante o rosário de queixas da vizinhança, qualquer que seja a nossa opinião sobre os ciganos, parece evidente que ao fim de mais de trinta anos a autarquia já teve tempo de sobra para providenciar pelo menos instalações sanitárias simples, com wc e duches. Não o fez, como tão pouco executou outras tarefas essenciais para o desenvolvimento local. Razão porque os senhores autarcas não poderão queixar-se se e quando a situação se agravar naquela zona, posto que os moradores da área começam a estar fartos dos desmandos, do barulho e do cheiro pestilencial a fezes humanas retardadas. É porém claro que quem nada oferece aos ciganos no âmbito das suas rudimentares condições básicas de vida, também nada lhes pode exigir em troca. Limitar-se a prometer de tempos a tempos o realojamento dos acampados já não basta para serenar os ânimos.
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