domingo, 2 de outubro de 2011

Foi no tempo das vacas gordas...


 Ainda me lembro bem. Foi no tempo das vacas gordas e de Portugal aluno exemplar. Havia erva aos montes, vinda de Bruxelas "à borliú".  Havia também um ministro do ambiente muito dinâmico. Um rapaz chamado Sócrates. Reinava em Tomar o barão Paiva, que conseguiu meter uma lança em África. Ser contemplado com o programa Polis. Uma iniciativa do governo PS, em princípio só para a rapaziada amiga da casa.
Foi um sucesso. Vieram carradas e carradas de erva. À custa dos contribuintes do norte da Europa.
Outros tempos. Saudosos tempos. Agora restam apenas alguns despojos. E muitas asneiras monumentais. 


Como esta situação bastante cómica, que não lembra ao careca, mas lembrou aos funcionários da honrada autarquia nabantina. Deus a abençoe!


Ou esta outra, muito adequada para mostrar que a edilidade não anda a dormir, nem os eleitos a tempo inteiro estão lá só para sacar o deles. Não senhor! Que ideia mais descabida! Cumprem a sua missão com assombrosa eficácia! Nem sequer mandam podar uma ou outra árvore, porque são esforçados defensores do ambiente e de uma cidade verde.


Outro aspecto demonstrativo do cuidado que os nossos autarcas têm com o património. Posso testemunhar que o cartel está assim há mais de dez anos. Por conseguinte, em conservação somos excelentes. Salvo quando se trate de alambores do século XII. Mas isso já é outra música...


Os moradores dos prédios estão tão satisfeitos com estas faixas à frente das janelas, que até me vieram pedir para assinalar o facto, como forma de agradecer à Câmara, esperando que tudo continue na mesma durante os próximos dez anos. No mínimo!


Aparecem até, por vezes, enquadramentos curiosos, como este da foto, com programas modernos, como o Polis, prédios velhos...e o resto.

Quem não perdeu tempo com essas minudências do Polis, da requalificação urbana e do realojamento das famílias em habitações precárias, foram os habitantes da aldeia de férias Los Gitanos. Foram-se modernizando e fizeram eles bem. Já há parabólicas por todo o lado, conforme documenta a fotografia. Agora só faltam as instalações sanitárias e os balneários, a bem da saúde pública. Mas isso fica para quando calhar...

Há também quem nunca acreditou no prometido realojamento. É o caso do patriarca Pascoal. Sempre foi repetindo "Já aqui estou há mais de 30 anos e já ouvi prometer isso muitas vezes.." À cautela providenciou uma nova "vivenda" em blocos de cimento. Pintada de azul céu e encimada pela bandeira portuguesa. Para o que der e vier. Há mar e mar, há ir e voltar. Há situações a resolver. Há prometer e falhar! Outra e outra vez!
Em Agosto passado, o QRENMais Centro, que gere e distribui os fundos europeus, chumbou o projecto da 3ª fase do Flecheiro, apresentado pela autarquia tomarense e que inclui o realojamento dos ciganos agora ali residentes. Coisa de quase dois milhões e meio de euros. Porque terá sido? Da parte da Câmara, moita carrasco! Da parte da oposição, moita carrasco! Em Tomar, o segredo continua a ser a alma do negócio. Julgam os senhores autarcas que temos...

2 comentários:

Luis Ferreira disse...

Prof. Rebelo

Não é justo dizer que ninguém disse ou fez nada pelo assunto: sugiro que possa ser lida a declaração dos vereadores socialistas na ultima reunião de câmara em pstomar.blogspot.com.

Mais, na mesma reunião tive oportunidade de fazer alongada intervenção sobre o tema, lamentando que após mais de um ano e meio, de por sucessivas ocasiões os vereadores do PS terem solicitado ao Presidente que propusesse, por escrito, ao gestor do QREN a reafactação das verbas para, por exemplo o Meracdo Municipal, nicles... Nunca tal teve a forma escrita, e perdeu-se o financiamento. Pode ser que seja possível ir agora a verbas para a requalificação e o novo mercado venha a ser construído onde está o actual... Esperemos!

Anónimo disse...

Entretanto continuo a aguardar a declaração de voto do PS, entregue na sequência do voto contra a moção em defesa do alambor. Lastimo.