quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Património: Manutenção e conservação


Não têm conta as vezes que os senhores autarcas já proclamaram que o turismo é uma das grandes vias para o desenvolvimento da cidade e do concelho. Infelizmente, trata-se apenas de blábláblá. Quando se olha para o património degradado, produto base do apregoado turismo cultural, passam os anos e a situação não muda. A foto mostra o Tanque da Cadeira d'El-rei, do primeiro quartel do século XVII. Está neste triste estado há mais de dez anos! Outro tanto acontece com todo o Aqueduto do Pegões, da mesma época. Vai caindo aos poucos.
Dirão os digníssimos eleitos que não é nada com eles. Não será mesmo? Quantas vezes já protestou o executivo ou a Assembleia Municipal contra tal estado de coisas? Dá muito trabalho e até pode prejudicar a carreira, não é? E os tomarenses que se lixem. Por isso estamos como estamos.


Outro exemplo de desleixo. O tornado foi há uma ano, mas os estragos que provocou continuam bem visíveis. Junto às ruínas da Casa do Capítulo Incompleta, estes troncos continuam a aguardar destino. Dentro do Convento, o coroamento sul do Coro Alto ainda espera reparação. Com um bocadito de sorte, ainda acabam por lavar a Janela do Capítulo antes.
Gasta-se menos mão de obra, o que permite ao feliz empresário que for escolhido facturar gato a preço de lebre selvagem. E os contribuintes a arder...


No Jardim do Convento, este manipanço modernaço, que até parece um robot, algo estranho neste enquadramento, está avariado há mais de três anos. Mesmo eu, que por ali passo com alguma frequência, nunca tive oportunidade de verificar para que serviria...se funcionasse. Será só para enfeitar?!



Património Mundial, integrando as rotas disto e mais aquilo, servindo de pretexto para sacar milhões no âmbito do QREN - Mais centro, o Convento de Cristo é o maior conjunto monumental do país, superado apenas por Mafra, mais recente. Durante decénios, os visitantes entraram pelo Portal do Sul, Manuelino, do Coro ou da Virgem. Não pagavam nada e tinham visitas acompanhadas pelos guardas, bem como horários alargados...por causa da gorgetas. 
Fui um dos responsáveis pela transferência do monumento do Ministério da Finanças para o antecessor do IGESPAR, em 1982. Bem arrependido estou! Há agora quase 40 funcionário, as entradas custam 6 euros, não há visitas acompanhadas e os visitantes entram por esta estreita passagem. O mesmo é dizer que os concorrentes do Peso Pesado ou que tenham necessidade de cadeira de rodas, não passam.
Os senhores autarcas já alguma vez reclamaram outras soluções, mais adequadas e amigas dos visitantes? O calado foi a Lisboa e veio, sem pagar bilhete. Bem sei. Creio, porém, que os actuais eleitos com aspirações correm o risco de não haver lugar no próximo comboio. Têm mais olhos que barriga e a população começa a estar farta de tanta bandalheira engravatada.

1 comentário:

Luis Ferreira disse...

Estimado Prof. Rebelo

Como havia perguntado publicamente sobre a declaração de voto da bancada da Assembleia Municipal, sobre o "alambor", deixo o link onde ele pode ser lido, pstomar.blogspot.com.

Permita-me um pequeno esclarecimento sobre os "estragos do Tornado", nomeadamente sobre as árvores objecto de corte e "não remoção da madeira", informando que foi a Protecção Civil que proveu e pagou, ao seu corte, por estarem a colocar em risco o património circundante. Não foi removida a madeira, uma vez que os serviços do Convento, propeietários da mesma, informaram que pretendiam usá-la.

Com os meus melhores cumprimentos