sábado, 21 de janeiro de 2012

Começa a renascer a esperança


Muito encorajador, muito clarividente, muito consensual e muito esclarecedor este comentário do vereador Luís Ferreira, goste-se ou não, um tomarense dos quatro costados. Falta agora conhecer a posição da outra parte e das outras formações, mas por algum lado se havia de começar. Tudo bem, portanto? Ainda não. Apesar de me parecer que já estarmos na linha de partida e na boa direcção. O que não foi nada fácil de conseguir. Agora falta encontrar-se e debater, com vontade de concluir e de actuar. Tudo em prol desta nossa bem amada terra, que não pode suportar durante muito mais tempo a péssima administração da actual maioria relativa. Há 14 anos seguidos nos cadeirões do poder, os tristes resultados estão agora à vista de todos, pelo que não adiantará virem com desculpas de circunstância.
Nada, porém, de entusiasmos prematuros. Um mau acordo seria ainda pior que a actual dispersão. E um bom acordo, um acordo sólido e duradouro só pode ser conseguido se baseado numa plataforma com objectivos bem definidos, conhecidos e aceites por todos os intervenientes. Provocar eleições intercalares para o executivo é bem entendido prioritário, mas insuficiente. Há que ir mais longe, fixar metas precisas e exigentes; definir processos e caminhos para as alcançar. Num clima de união, de diálogo fraterno e de lealdade a toda a prova. Caso contrário não vale a pena. O passado recente já demonstrou que coligações em cima do joelho, mesmo com mordomias interessantes, não resistem às vicissitudes da crise actual, a maior das nossas vidas. Outro tanto sucede com as acções encapotadas, à revelia dos tomarenses, que posteriormente condicionam comportamentos políticos. Ou com manifestações sem objectivos definidos, as quais, como já aqui foi referido, só podem acabar por frustrar os participantes. Sendo certo que é nas velhas panelas que se podem fazer as melhores sopas, convém nunca esquecer que para isso é preciso saber de culinária. E não se ficar por receitas do século passado, que actualmente já não entusiasmam ninguém. Tarimba é muito bonito, mas depende do tipo de tarimba. Em Coimbra, há mais de cinco séculos que os archeiros andam na universidade durante quarenta ou mais anos, sem que alguma vez algum deles tenha chegado a catedrático...
A oposição à reestruturação do CHMT, decidida em 2008 pelo ministro PS Correia de Campos e agora a ser implementada, é um combate perdido. Tenhamos a coragem de dizer aos tomarenses que está em curso a derradeira tentativa para equilibrar em termos financeiros a difícil gestão dos três hospitais da região. Designadamente acabando com serviços duplicados ou triplicados. Caso falhe, dentro de dois anos máximo teremos um hospital privatizado em Tomar (Espírito Santo Saúde) e outro em Torres Novas (Grupo Mello). Quanto ao de Abrantes, acabará por encerrar, uma vez ultrapassado em termos de instalações e de equipamentos. É esta a situação nua e crua. Muito desagradável, é certo, mas irreversível. Com ou sem manifestações de protesto. Resta-nos tentar fazer tudo para passarmos de uma fase de declínio para uma de progresso, como acontece em Leiria, por exemplo. Só então começaremos a ter de novo condições para reivindicar e sermos ouvidos em Lisboa. Nomeadamente na área da saúde ou do ensino. Será assim tão difícil perceber isto?
A miséria é contagiosa, o progresso também, mas muito mais dificilmente. O tempo dos amadorismos e dos oportunismos já foi. Agora há que trabalhar arduamente e com honestidade, em prol da comunidade tomarense, sem preocupação de lucros individuais ou de protagonismos. No meio de tanta desgraça, saibamos ao menos ser francos, solidários e dignos. A cidade e o concelho não aguentam mais palhaçadas. Mesmo se disfarçadas de boas intenções, pois como é sabido, destas está o inferno cheio.

1 comentário:

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

"INVENTEM NOVOS POLÌTICOS"!

Deu-me hoje para visitar o blogue "Algures por Aqui" do Dr. Hugo Cristóvão, com quem tive o grato prazer de, há cerca de um ano, manter interessante conversa,e do seu último Post decidi destacar este excerto muito significativo e actual para a política e futuro de Tomar:

"Por mais que pensem que isto pior não pode ficar, PODE, e a larga maioria dos políticos nabantinos (quase todos em "atividade" há muitos anos) estão bons mesmo é para pantufas, fraldas geriátricas e chá de tília."

Não diria "Inventar", coisa que não terá estado no seu pensamento.

Talvez CONVIDAR a irem-se embora. Ora é sabido de todos que há muitos modos de Convidar, quando se trata de pôr alguém porta fora por estar mesmo a atrapalhar.