sábado, 7 de janeiro de 2012

MAIS UM AUXILIAR DE DIAGNÓSTICO

Cada vez mais, actividade que se preze só funciona bem com auxiliares de diagnóstico. Naquela que todos conhecemos melhor, a medicina, nenhum clínico se arrisca hoje em dia a prescrever uma terapêutica sem antes ter pedido análises e imagens electrónicas. Outro tanto sucede com economistas, geógrafos, sociólogos, militares, politólogos, e por aí fora. Uma vez que os senhores políticos nabantinos, sobretudo os eleitos, adoram gargarejar-se com o turismo, como grande motor do futuro desenvolvimento local, que entretanto ninguém vislumbra, julgou-se útil procurar um auxiliar de diagnóstico, fiável, indiscutível e susceptível de fornecer uma ideia da nossa real evolução nessa área, nos últimos dez anos. Para dissipar dúvidas.
Recorreu-se ao INE - Instituto Nacional de Estatística, por ser simultaneamente a fonte oficial mais usada e a mais credível. Eis o que se apurou, comparando os dados de 1999 e os de 2010 em relação a quatro cidades, todas do interior do país, todas dependentes do turismo, todas abaixo dos 50 mil habitantes, duas com o estatuto de Património da Humanidade (Alcobaça e Tomar).
Os totais de dormidas (D) e de hóspedes (H) do lado esquerdo referem-se a 1999; os do lado direito a 2010:
                            D               H                D              H
ALCOBAÇA..........39.759.......20.179.........56.109......29.102
C. DA RAINHA....123.960.......46.981.........59.651......35.369
OURÉM (Fátima)..296.952......154.419......532.661...299.926
TOMAR...............88.936........64.117........62.579.....43.480

Fonte: INE, Anuário da Região de Lisboa e Vale do Tejo, 2000 e Anuário da Região Centro, 2010

Como se constata, em 11 anos, Alcobaça duplicou o total de dormidas (39.759 > 56.109), Caldas da Rainha deu um trambolhão (123.960 > 59.651), devido à degradação e posterior encerramento do estabelecimento termal e Fátima quase duplicou o número de hóspedes (154.419 > 299.926). Quanto a Tomar, esta nossa amada terra, evidencia uma notável Marcha do Caranguejo, que como é sabido evolui às arrecuas. Em onze anos, passou de quase 90 mil, para perto de 60 mil pernoitas, o que representa uma redução da ordem dos 32%, e de 65 mil para 44 mil hóspedes. Porque terá sido? Excesso de promoção? Grande qualidade do acolhimento? Existência de duas estruturas locais de turismo (Municipal e de Lisboa e Vale do Tejo) ? Excelente qualidade da limpeza urbana? Abundância de equipamentos (parques de estacionamento, campismo, sanitários, sinalização) ? Óptima qualidade das visitas guiadas? Têm a palavra os leitores. Sobretudo os eleitos da política local.

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