domingo, 22 de janeiro de 2012

Sempre entre os piores, nunca com os melhores

 Público, 21/01/12, última página

Expresso, 21/01/12, página 2

Estes dois recortes da imprensa de ontem mostram bem o estado a que chegámos, com esta gente que continua convencida de que está a administrar o concelho e a servir os tomarenses. É uma mania como outra qualquer, com o inconveniente de nos estar a prejudicar -e de que maneira- há mais de 14 anos. A crónica de Vasco Pulido Valente é particularmente certeira, sobretudo quando se refere às autarquias. Basta pensar no Cine-Teatro de Tomar, comprado por uma pequena fortuna da época, remodelado num estilo tem-te por aí e não caias, custa um balúrdio aos contribuintes e está fechado a maior parte do tempo. Numa cidade a definhar, num concelho de menos de 40 mil eleitores, com um passivo de 80 milhões de euros e dívidas a fornecedores de mais de 10 milhões de euros. Viva a cultura! Viva!
A pequena notícia publicada no Expresso oferece-nos outra faceta muito esclarecedora da tragédia tomarense, já com características de peixe-espada -está cada vez mais comprida e mais chata.
Em Montemor o Velho, 23 mil eleitores, 5PSD/2PS no executivo (Tomar 38 mil eleitores 3PSD/2/PS/2IpT),a autarquia decidiu confiar ao mais conhecido e prestigiado arquitecto português -Siza Vieira- o projecto de requalificação da envolvente ao castelo do mesmo nome. Em Tomar, após várias tranquibérnias, as obras da envolvente ao Convento de Cristo vão ao que parece recomeçar, mas os tomarenses continuam sem saber de quem é o respectivo projecto. Segundo as últimas aqui chegadas, aquele parque de estacionamento, tipo piscina estilo Las Vegas, ali do lado esquerdo, antes de virar para a Srª da Conceição é obra de uma estagiária. O resto será o resultado de um esquisso, produto de chefias camarárias, entregue ao empreiteiro aquando da adjudicação. A ser verdade é mais uma estranha história a juntar a um já bem longo rosário de ilegalidades. A seu tempo se verá. Por agora convirá acrescentar apenas que já no caso da Rotunda do Muro Mijatório também continua por saber quem foi o autor do respectivo projecto do muro. Apesar de oportunamente a autarquia ter convocado os dois arquitectos alegados autores daquela obra-prima, para explicarem qual a sua utilidade, até esta data nicles!
Ao invés do que ocorre na natureza, onde nada se perde, nada se cria, tudo se transforma, em Tomar há pelo menos 14 anos que tudo se perde, nada se cria e nada se transforma. Continua tudo na mesma. Será a nossa sina de descendentes de templários heréticos? O senhor pároco Mário saberá e quererá explicar às ovelhas do seu rebanho, entre as quais me incluo, uma vez que fui baptizado ali em S. João?

1 comentário:

alexandre leal disse...

Título correctíssimo e cada dia que passa mais actual!
Os nossos políticos locais(incluindo os do PSD e CDS) vão recuando: primeiro protestavam por terem sido esquecidos quando o CA/CHMT teve de delinear uma estratégia para tentar tirar o Centro Hospitalar do buraco em que alguns anos liderança socrática o meteram. Quando lhes foi sugerido que apresentassem alternativas claro, assobiaram para o lado e , mestres que são da finta e do faz de conta, aparecem com uma piada nova: recurso a um mecanismo legal que esteja a jeito para travar a salvação do CHMT.
E querem ser respeitados!
Por mim confesso que tive uma surpresa desagradável: fui obrigado a concluir que entre o Exmo. Senhor Dr. Pedro Marques (e acompanhantes ilustres com obra feita ) e a estrutura concelhia do PSD local,venha o diabo e escolha!