domingo, 1 de janeiro de 2012

Procurando desfazer equívocos

Ao que me constou, alheios às evidentes, aceleradas e funestas mudanças de contexto, muitos tomarenses continuam a usar implicitamente grelhas analíticas que já no século passado nunca valeram grande coisa. Uma delas, já aqui denunciada anteriormente, consiste em olhar para o dedo e caluniar o dono dele, em vez de olharem para onde se aponta. No seguimento de tal postura, inventam intenções, histórias e situações, que apenas existem na imaginação daqueles que as propalam, em geral ao serviço de agremiações partidárias que nunca se distinguiram pela transparência e bondade da sua actuação. Tudo naquele estilo implicitamente condenado pelo grande poeta popular António Aleixo: "Prá mentira ser segura/E atingir profundidade/Deve trazer à mistura/Qualquer coisa de verdade".
Neste caso de Tomar a dianteira, fustigados diariamente por críticas fundamentadas que não eram usuais até 2009, quando iniciei este blogue com a ajuda do Sebastião Barros, alguns ambientes políticos locais resolveram começar a propagar boatos, atribuindo-me posições ou objectivos que nunca tive e por isso nunca me motivaram. O último "achado", ao que parece, consiste em garantir que só estou interessado em eleições intercalares locais, para delas retirar benefícios pessoais. Mas quais, senhores? Digam quais! Emprego na função pública, não preciso nem posso; já ultrapassei o limite de idade. Emprego para a família também não; felizmente estão bem colocados, por mérito próprio e sem cunhas. Casa tão pouco, pois estou bem servido. Honrarias e penachos, nunca apreciei e continuo a não gostar. Lugares políticos bem pagos? Não me adiantariam, uma vez que teria de optar entre os respectivos honorários e a minha pensão actual. Dar nas vistas? Acham que com a idade que tenho e o passado que já vivi, ainda precisaria disso? Para quê?
Nestas condições, é bem capaz de ser mais profícuo debater aquilo que escrevo, em vez de se entreterem a inventar enredos que nem para telenovelo de quinta categoria servem. Incomodo? Ainda bem. É exactamente essa a minha intenção. Com que objectivos? Para memória futura, para mostrar aos tomarenses que em democracia há sempre outra hipótese, para tentar provar que todos os problemas locais têm solução, para procurar evitar que o mundo se entorte ainda mais, após muitos anos em que foram vãos os meus canhestros esforços para o endireitar.
Vou falhar? É possível. Mas pelo menos tentei. Quem, nesta desgraçada terra gualdina, pode dizer o mesmo, respeitando a verdade?

2 comentários:

Tomar Tótó disse...

Dúvida 1
O autor do blogue diz não precisar de cargos nem de política porque tem casa,filhos bem empregados, boa reforma e, ao que já nos contou faz umas viagens pela Europa, fora dos apertos de Verão em que tudo custa o triplo e o serviço é muito pior, pois pode escolher o período de viagem dado ser aposentado.
É verdade que esse príncipe da política tomarense, sr. Relvas tambem diz não precisar da política. Claro que não disse que já vai com 24 anos de deputado mais 2 como ministro do sr. Barroso.Mas sobre isso leia-se o Expresso de 17/12/2011 na secção cartas.
Se fosse só a necessidade a motivação o Engº Belmiro já tinha deixado de abrir centros comerciais e mercearias desde 1990! Idem o Sr. Soares dos Santos. Podia explicar melhor o seu pensamento, para não me sentir (tambem eu)um tomarense tótó?
Duvida 2
O dr. Rebelo não dizia ter um plano autárquico para salvar Tomar e que as próximas eleições eram a data limite, porque nas seguintes já teria muita idade? Como aplicar esse plano? Entregou-o?
Dúvida 3
Quando diz que se acabaram as "farturas" quer dizer que a geração que actualmente está a começar a vida activa já não vai poder ambicionar a vir a ter casa própria, filhos empregados, reforma de alguns milhares de euros/mês, viagens na primavera?
Talvez seja isso o viver acima das possibilidades, mas talvez haja quem pense que agora ninguem tem quase nada porque a geração anterior fica com tudo.

Unknown disse...

Dúvida 1: Pretendi apenas esclarecer uma vez mais que estou disponível para servir a causa pública se os tomarenses assim o entenderem, unicamente por dever de cidadania (ou cívico).
Dúvida 2: Continuo a ter o citado plano, que não é milagroso, nem fácil, nem rápido. Não o passei nem tenciono passar a ninguém.
Dúvida 3: Este modelo de sociedade deu o berro e ainda ninguém sabe como vai ser o que aí vem, tanto aqui como por esse mundo fora. É portanto prematuro estar a arquitectar cenários de mera realidade virtual.