Salão da ACITOFEBA cheio para a apresentação do livro "Ó puto...queres ser deputado?" do maestro José Soares, tomarense por decisão sua. Cerca de 100 pessoas portanto. Sobretudo militares, com predominância de oficiais superiores na reserva. Também dois ilustres convidados da área da cultura, o historiador escalabitano Pedro Canavarro e a ex-vereadora PS da cultura santarena Graça Morgadinho. Na mesa o general Lemos Costa, o historiador tomarense e meu prezado amigo de longa data, Luís Pedrosa da Graça bem como o autor.
Lemos Costa apresentou o militar José Soares, fazendo uma interessante resenha de parte do seu percurso como músico colocado na Base Escola de Tropas Paraquedistas, tendo nessa qualidade conseguido iniciar a tradição de os militares cantarem o hino nacional em sentido. Seguiu-se o nabantino Luís Graça, que numa interessantíssima e infelizmente curta charla mostrou a evidente continuidade entre a política portuguesa da segunda metade do século XIX e a actual. No fundo, o nosso problema de sempre, resumido na bem conhecida frase feita "Quanto mais isto muda, mais estamos na mesma". O que não quer dizer de modo algum que as posições relativas se mantenham. Basta pensar por exemplo em Leiria, Ourém, Torres Novas, Tomar, para constatar os danos que uma população pouco eficaz em economia ou na área política, e candidatos com afigurações, mas sem adequada envergadura podem causar a uma cidade, por mais pergaminhos que ostente.
A título aperitivo, eis um pequeno excerto do livro: "Nando Cotelo foi uma escolha da dupla Regas e Tonho Aiva. Tonho Aiva é um produto inacabado do Regas, teimoso que nem um corno e muito dado a birras por tudo e por nada. ... ... ...
... ... ...Quando ascendeu a alcaide-mor, o burgo apenas lhe pedia uma certa honestidade na gestão do reino, para evitar situações escandalosas de negociatas e enriquecimento ilícito, como aquelas que aconteceram antes da sua nomeação. No final do primeiro mandato, e ao contrário do seu criador, Tonho gozava de um prestígio intocável no que se refere à gestão da coisa pública."
O fado seguinte dos tomarenses é do conhecimento geral, tanto na urbe como alhures. Fadistas e guitarristas -sempre os mesmos, salvo um ou outro caso- continuam em cena. Perante um público que só agora começa a dar mostras de estar farto de tanta generosidade fingida. Há mar e mar; há ir e voltar; há as outras terras e há Tomar; há as eleições e saber votar; há fazer asneiras e depois amargar.
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