sábado, 14 de janeiro de 2012

CULPADOS E SOLUÇÕES

O panfleto ontem afixado pela cidade fora teve para já um grande mérito, que reitero com todo o gosto: alertou consciências, numa população geralmente amorfa. Falta saber qual o seu efeito prático. Logo, a partir das oito da noite, já teremos uma ideia.
Dito isto, friso uma vez mais que a estrutura do dito papel é pouco menos que execrável, tanto em termos de vocabulário como de estrutura. Acrescento que ambos -a estrutura e o vocabulário- denotam uma ideia cavernícula da política, uma há muito ultrapassada visão pseudo-marxista da sociedade e a interiorização da ideia de culpa, de pecado e de trezentos anos de Santa Inquisição. Não sendo o local nem a hora para esmiuçar tudo isto, limito-me a assinalar alguns factos históricos conhecidos, enquanto marcos para balizar e confirmar o que segue.
A Revolução Francesa executou a família real e milhares de outros. A Revolução bolchevique executou a família real e milhões de outros. Os militares de Abril fizeram uma revolução sem matar ninguém. Os espanhóis restabeleceram a monarquia sem matar franquistas. Os regimes do Leste europeu implodiram sem luta armada ou mortos. As revoluções árabes recentes têm sido mortíferas. De tudo isto parece-me resultar que, sendo as crises sempre grandes oportunidades, dependendo do que se fizer, não adianta e antes pode prejudicar, começar por procurar e apontar culpados= responsáveis, como se todos fôssemos antes de tudo polícias dos nossos concidadãos. Atitude tanto mais condenável quanto é certo que, em regimes abertos e plurais como o que temos, somos todos culpados, posto que os governantes e os parlamentares fomos nós que os escolhemos. Ou não será assim? Alguém ou alguma coisa nos impediu de agir de acordo com a nossa íntima convicção?
Vir agora alcunhar de roubo uma reorganização de valências hospitalares, levada a efeito por quem tem competência para o fazer; ousar apontar como responsáveis cidadãos cuja culpa é praticamente idêntica à de todos nós enquanto cidadãos eleitores; cheira a política salobra, que não pode levar a nada de bom. Na minha tosca opinião, útil, urgente e importante mesmo, é encontrar e propor soluções realistas e mais económicas, pois o pior ainda está para vir.
O leitor que insistir ainda assim na ideia errada de que estou a defender quem quer que seja, fará o favor de ler a opinião de Correia Leal, médico, empresário privado e tomarense por opção que, não sendo funcionário público, tem uma visão muito mais serena e adequada do problema do hospital.

Até logo às oito da noite, junto ao Hospital de Nª Srª da Graça.

22 comentários:

emege disse...

Sr. Rebelo:

Toda esta prosa nos ultimos posts do TaD destinam-se a unir os tomarenses ou a desmotiva-los?

Será que é este o momento de dividir os nossos conterrâneos em bons e em terriveis comunistas?

Concordando com a restruturação como deixa transparecer nos ditos posts, qual a razão de participar numa manisfestação em que não concorda com o que nela se pretende defender?
Será para confirmar que na manifestação de hoje não irão estar mais de uma centena de pessoas, como aconteceu da ultima vez?

Cumprimentos

Mgil

Virgílio Lopes disse...

Sr. Rebelo,

O seu discurso "situacionista" é uma pérola de novidades, qual conversa da treta de um enfatuado de barriga cheia que teve de esperar quase 38 anos para dar largas ao seu pensamento e aos seus verdadeiros ideais de sempre.

E termina em beleza, com um link para as patacoadas do MAIOR NEGOCIANTE da saúde em Tomar.

Por sinal, dedicado "compagnon de route" de Mr. Vale e Azevedo, ilustre embaixador da integridade e honestidade lusitanas no reino de Sua Majestade.

Bem haja.

Com todo o respeito,

Virgílio Lopes

PS - E até logo. Lá nos encontraremos.

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

Ser ou não ser (o panfleto) anónimo.

"Execrável" por ser anónimo?!!! - Talvez sim e talvez não. Depende do lado de onde cada um veja a coisa.

O Anonimato é uma instituição milenar "Sagrada", tantas vezes abençoada pelos deuses! E não só: Estados, poderes absolutos, ditaduras ferozes, religiões, alguns diretórios de empresas (e partidos), gangues, seitas, bandos, camarilhas e sacanagem de toda a qualidade e de todas as épocas. "Sagrada" sim senhor. Na nossa histórica, por expl., encontramos a tal Inquisição de 300 anos mais 50 anos de ditadura no séc. XX, e quantifiquem-me cá a percentagem de portugueses que não sentiu já os efeitos dessa poderosíssima instituição oficial e oficiosa do Anonimato, nos seus atos, maquinações e decisões.

Se tivéssemos o poder de visionar e ouvir os incomensuráveis episódios produzidos por esta instituição "sagrada" oficial(do Anonimato), sucumbiríamos de horror, com as centenas de milhares de violações de crianças e órfãos ao longo de séculos em castelos, mosteiros, conventos, orfanatos; milhões de pessoas torturadas e assassinadas sob denúncias anónimas forjadas pelos poderosos; panfletos anónimos nas paredes de cidades e aldeias, prenúncio dos grandes crematórios onde assassinaram milhões de pessoas, etc.. Nenhum Dante conseguiria descrever tal Inferno, real, de crimes contra a humanidade, não humanidade em abstrato, mas uma humanidade de pobres, trabalhadores, intelectuais, e amantes da liberdade, usando a arma do anonimato.

O panfleto sobre o Hospital não será, pois, no meu modo de ver, "execrável": antes uma expressão de coragem, de liberdade, uma arma que os defensores da instituição "sagrada" (criminosa) do Anonimato "legitimaram" nas mãos das comunidades populares, dos seus membros, contra a sobranceria e soberba de governantes e poderes que os enganam, desprezam, violentam e exploram. É legítima.

Contra tiranos e tiranetes, muitas vezes maquilhados de democratas e amigos do povo.

É caso para dizer: Toma lá que é democrático!

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

Ser ou não ser (o panfleto) anónimo.

"Execrável" por ser anónimo?!!! - Talvez sim e talvez não. Depende do lado de onde cada um veja a coisa.

O Anonimato é uma instituição milenar "Sagrada", tantas vezes abençoada pelos deuses! E não só: Estados, poderes absolutos, ditaduras ferozes, religiões, alguns diretórios de empresas (e partidos), gangues, seitas, bandos, camarilhas e sacanagem de toda a qualidade e de todas as épocas. "Sagrada" sim senhor. Na nossa histórica, por expl., encontramos a tal Inquisição de 300 anos mais 50 anos de ditadura no séc. XX, e quantifiquem-me cá a percentagem de portugueses que não sentiu já os efeitos dessa poderosíssima instituição oficial e oficiosa do Anonimato, nos seus atos, maquinações e decisões.

Se tivéssemos o poder de visionar e ouvir os incomensuráveis episódios produzidos por esta instituição "sagrada" oficial(do Anonimato), sucumbiríamos de horror, com as centenas de milhares de violações de crianças e órfãos ao longo de séculos em castelos, mosteiros, conventos, orfanatos; milhões de pessoas torturadas e assassinadas sob denúncias anónimas forjadas pelos poderosos; panfletos anónimos nas paredes de cidades e aldeias, prenúncio dos grandes crematórios onde assassinaram milhões de pessoas, etc.. Nenhum Dante conseguiria descrever tal Inferno, real, de crimes contra a humanidade, não humanidade em abstrato, mas uma humanidade de pobres, trabalhadores, intelectuais, e amantes da liberdade, usando a arma do anonimato.

O panfleto sobre o Hospital não será, pois, no meu modo de ver, "execrável": antes uma expressão de coragem, de liberdade, uma arma que os defensores da instituição "sagrada" (criminosa) do Anonimato "legitimaram" nas mãos das comunidades populares, dos seus membros, contra a sobranceria e soberba de governantes e poderes que os enganam, desprezam, violentam e exploram. É legítima.

Contra tiranos e tiranetes, muitas vezes maquilhados de democratas e amigos do povo.

É caso para dizer: Toma lá que é democrático!

alexandre leal disse...

Engraçado este certamente contribuinte Virgílio!

Como o Professor Rebelo já avançou,o cavalheiro tem um qualquer problema com o passado.
As melhoras!

PS- Também por falta de tempo dificilmente terei disponibilidade para manter um prosaico dialogo com o Sr.Virgílio.

Virgílio Lopes disse...

Pois...
Compreensível...

O NEGOCIANTE não tem tempo para "dialogar" com aqueles que não o bajulam e que lhe conhecem os podres.

Os NEGÓCIOS é que lhe tomam o tempo e enchem os bolsos...

Prosaicamente...dirá "Sua Exa"...

Nunca me enganou. Digo eu, contribuinte plebeu.

Virgílio Lopes

alexandre leal disse...

Abro uma excepção Sr.Virgílio.
Anda mal informado. Sou apenas um trabalhador dependente. Proprietário do que quer que seja ? Tem mais um problema: anda a ser enganado...

Tem de rever as fontes e estar mais atento .

E tome qualquer coisa para a vesícula.

Cumprimentos

Virgílio Lopes disse...

Sr. Leal (a quê ?),


Sossegue.

A sua apresentação, que nunca desmentiu e que agora insinua ser falsa, não foi feita por mim. Foi tarefa do senhorio desta casa.

Mas não perca o seu tempo comigo.

Concentre-se nas oportunidades de grandes negociarrões que o seu amigo e correlegionário Relvas lhe está a abrir - por aqui, por Angola e pelos Brasis.

Até porque nunca dou ouvidos a conselhos ou prescrições de feiticeiros, mesmo que diplomados.

Prosaicamente,


Virgílio Lopes

alexandre leal disse...

Mais uma excepção (presumivelmente a última para não o habituar mal-a vida está dificil e de calões está o mundo cheio).Ainda irá certamente a tempo de fazer qualquer coisa de menos inútil!
Como é habitual nos seres com o seu perfil a responsabilidade é sempre dos outros. A apresentação do anfitrião?! Vá lá... Já é um homenzinho...
Quando ao Dr. Miguel Relvasjulgo que o terei cumprimentado 1 vez na vida.Você que tem pinta de "democrata" não lhe ficava mal um pouco de respeito por cidadãos que se sujeitaram ao sufrágio popular.Consegue perceber? Já experimentou?E volto a sugerir que reveja as fontes!
Experimente as novas oportunidades(não sei se existem ainda)ou um psicólogo que o ensine a sublimar as frustrações.
E não perca o "verniz" para parecer cicilizado...

Se precisar de ajuda diga.

Cumprimentos.

Virgílio Lopes disse...

Então Sr. Rebelo?

Será que esse coiso que dá pelo nome de "Leal", que o Sr. apresentou como douto, pode "mijar o vinagre" que quiser, como quiser, usando epítetos tão elogiosos para quem não perfilha a cartilha dele, também tem direito a protecção?

É mais um intocável, a juntar-se aos "irmãos" Relvas e Ferreira?

Sem "direito" a levar o troco adequado?

Beneficiando da sua "democrática" censura prévia.

Apesar de tudo, sempre com todo o respeito,


Virgílio Lopes

alexandre leal disse...

Definitivamente perdeu o verniz.
Mais um.

Virgílio Lopes disse...

Sabe,sr. leal?

Nunca o tive (o verniz).
Apresentei-me sempre na cor natural.
Verniz pode ser disfarce para ocultar coisa ruim.
Há por aí muito borne (como é o seu caso) a armar-se em pau-santo.

E gozando de protecção censória só dispensada à "irmandade"...

Nunca desarmando;
Nunca concedendo a turquemadas,


Virgílio Lopes

Anónimo disse...

Sabe sr. Virgílio: A minha irmandade foi sempre a mesma, desde que ando nestas coisas da política. Chama-se Tomar. Quanto aos comentários, logo que no meu entender ultrapassem a barreira da boa educação e convivência, lixo com eles. Afinal já o Marquês de Pombal dizia que cada um em sua casa, tem tanto poder que mesmo depois de morto, são precisos quatro para o levarem. Sendo assim, governe-se lá com a sua censura que eu procurarei fazer outro tanto com o meu fraco bom-senso.
Uma nota final sobre o inquisidor espanhol Tomás de Torquemada (1420-1498),com quem tentou comparar-me, nunca foi censor mas simples assassino. Do mesmo tipo de um tal "pai dos povos", 5 séculos mais tarde.

Virgílio Lopes disse...

Ó Sr. Rebelo!

Poupe-nos às suas diatribes.
Declarações, leva-as o vento...
As práticas não!
E a sua prática é de censor de OPINIÕES, tão discutíveis como as suas.

Fácil é encontrar textos seus de muito maior contundência. São aos molhos, nesta sua casa, desde a sua abertura.

Contra tudo e todos, muitas vezes com razão. Algumas vezes (no passado) até contra os seus protegidos de hoje.

Só que, escondido atrás de uma gritante duplicidade de critérios, vai praticando o que condena,só em palavras, a TODOS os "pais dos povos" que amordaçaram a liberdade, em todas as latitudes.

Para si, um mesmo "estilo" de escrita e de crítica é abominável e censurável se utilizado por mim e por outros.

Mas, se UTILIZADO POR SI, homem de todas as excelsas virtudes, nada tem de condenável ou censurável.

Ou julga que os leitores são parvos?

Ou julga que a recente proliferação de heterónimos dos "seus" amigos passa despercebida?

O seu recurso á CENSURA é o mais acabado sinal da incapacidade de contra-argumentar contra as evidências cristalinas que aqui vão sendo criticadas e denunciadas por aqueles que não se resignam. E que não têm ambições de protagonismo ou poder.


Com todo o respeito,

Virgílio Lopes

Anónimo disse...

Respeitável e respeitador cidadão Virgílio:
Lamento desiludi-lo,afirmando desde já que não me chamo Fernando nem sou Pessoa para heterónimos. Por conseguinte, estamos conversados sobre esse assunto.
Há uma outra coisa que leva ao esclarecimento, sob forma interrogativa. Não sendo os leitores parvos, como você escreve, nem poucos, como aproveito para acrescentar, porque será que o cidadão Virgílio é o único assanhado contra a alegada censura deste blogue?

Virgílio Lopes disse...

Sr. Rebelo,

Coitado do Fernando Pessoa...que não tem culpa nenhuma de vocemecê não ser praticante do que apregoa.

Quanto ao resto da lenga-lenga, tome nota, se quiser :

Sem por em causa que os leitores serão bastantes, julgo que o nº de cliks de entrada no blogue está longe de corresponder ao nº de leitores. Muito longe.

Por outro lado, é EVIDENTÍSSIMO que os comentadores se resumem a pouco mais de meia dúzia. Pelo menos com participação regular.

Sobre a razão de, nos tempos mais recentes, só eu me queixar e "assanhar" contra a sua prática censória, a resposta é muito simples, até elementar :

Sou o ÚNICO a ser censurado!

Ou o único a reclamar. Não sei.

Mas, com mais ou menos blá,blá,blá...uma coisa é certa e verdadeira:

VOCÊ ENCHE A BOCA E O "APARO" com democracia, mas o pézinho está sempre a fugir-lhe para o LÁPIS AZUL.

Afinal uma VELHA ARMA dos correlegionários dos tais "Pais dos Povos", de diversas cores e matizes.

Mas se pensa que me vai calar, está enganado!

Mesmo que, PELA CENSURA CONTÍNUA E SISTEMÁTICA, me imponha uma proibição efectiva de participar neste seu blogue.

Até porque quando o seu blog for um simples albergue de seguidores da "VOZ DO DONO", entrará em agonia.

Passará a ser mais um pasquim completamente submisso aos poderes e aos interesses instalados.

E, em abono da verdade, já esteve bem mais longe disso.

VOCÊ revelou ser "presa fácil".

Em poucos minutos ficou hipnotizado.

Ao fim de poucas horas estava neutralizado.

Ao fim de poucos dias já era um fã incondicional do "estadista".

Daí para cá...É O QUE ESTÁ À VISTA DE TODA A GENTE.

Restam uns espirros contra o parolo Carrão, rapaz de toda a confiança do dito cujo.

Mas, se o Sr. Ministro se sentir incomodado com os seus salpicos nasais, sabe bem como o calar.

E calará!

E quem cá estiver verá...

Vocemecê calado e investido de qualquer coisa que lhe afague o EGO.

Discordante, frontalmente discordante da sua praxis, mas

Com todo o respeito,

Virgílio Lopes

Anónimo disse...

Lá está o cidadão Virgílio com o pé a fugir-lhe outra vez para o processo de intenções. E depois diz que a mim é que me foge o pé e patati e patata.
Deixe urinar o gado do rebanho e depois logo verá. Valeu?

Virgílio Lopes disse...

Sr. Rebelo,

Claro que valeu.
Diria até mais, já valia :


"E quem cá estiver verá..."


Sobre a cantiga dos "processos intenções"...hoje é domingo à noite, amanhã é dia de "pica bois" e não estou com pachorra.

Mande fora o lápis azul e durma bem.

Com todo o respeito,

Virgílio Lopes

alexandre leal disse...

O sr. Virgílio vai desculpar-me mas jamais atingirei a sua erudição e brilho.
Esclareça por favor: quando fala em borne também se pode ler alburno?

Respeitosos cumprimentos

Virgílio Lopes disse...

Ó sr. leal,

Não!
Mas a si não dou explicações de borla.
Terá de recorrer a um heterónimo ou homónimo amigo.

Acabou a minha hora de almoço e tenho de ir trabalhar.

Passe bem.

Virgílio Lopes

alexandre leal disse...

Confirma-se ! O amigo Virgílio ficou confuso. E mostra uma preocupante tendência para misturar figuras e pensamentos.
Que diabo! A bem da literária popular ( que tanto parece estimar) devia esclarecer aquela coisa do alburno, borne ou lá o que seja.
Assim todos ficamos mais pobres.
Cumprimentos.

alexandre leal disse...

Desculpe.
Onde se pode ler literária deve considerar-se literácia.