terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Regresso às mazelas tomarenses

Após alguns meses de acalmia, para que os leitores não me acusassem de andar sempre a bater na mesma tecla, eis de novo a popular secção "Mazelas tomarenses". Um repositório do melhor que há na antiga capital templária, agora a caminho de se tornar numa vila porca e mal cuidada, quiçá antes de exalar o último suspiro, enquanto terra habitada por uma comunidade humana relativamente civilizada. Ora façam o favor de apreciar:


 Ali junto ao cemitério, mesmo à ilharga da Casa Mortuária e próximo da Igreja de Santa Maria dos Olivais, quem passa a pé é presenteado com este magnífico postal urbano, sem dúvida alguma digno de qualquer grande cidade europeia. Ou estarei enganado?


 Logo adiante, após o virar da esquina do cemitério antigo, outra maravilha urbana em termos de comunicação, de oportunidade e de limpeza. O programa Polís acabou há quatro anos, com a inauguração da Ponte do Flecheiro. Desde a sua colocação que ninguém conseguiu ler este painel. Agora imagine-se a sua utilidade quatro anos decorridos...


Mais uns metros andados, nova cavadela e mais uma minhoca. Uma árvore que secou há mais de dez anos, mas continua ali, naquele talude entre o Centro de Emprego e o encerrado Mercado. Devem estar à espera que caia de madura.Oxalá não vá aleijar alguém quando tal acontecer. Porque, claro está, a autarquia não terá qualquer culpa no incidente. As pessoas é que devem ter cuidado.



 Mais cinquenta metros andados e eis-nos no alegado e propalado "Fórum augustano", situado a nascente do quartel dos bombeiros e vulgarmente conhecido por "fórum romano". Manda a honestidade dizer que até agora todos os responsáveis autárquicos "fórum" incapazes de dizer a quem "levantou a lebre" que, se "À mulher de César, não lhe basta ser séria, tem de parecê-lo", é suposto que o mesmo se exija da mulher do "augustano", uma vez que ambos são romanos. Porque assim é, já vai sendo tempo de se chegar ao período decisório, aquele do "ou cuco ou mocho". Ou quem de direito demonstra com factos, documentos, explicações e outros elementos  incontroversos, que aquilo foi mesmo uma construção romana e qual poderá vir a ser a sua utilidade prática, ou então nada mais resta que libertar o terreno de qualquer servidão. Os tempos não estão para hipóteses de hipóteses de hipóteses. Nem para habilidades do tipo "pescadinha de rabo na boca".


Junto a Modelo-Continente, que é dos locais mais concorridos da cidade, porém dos menos habitados, temos este vidrão abandonado à sua sorte. Está ali há tantos anos que o modelo até já deixou de se usar. E nunca foi sequer despejado. Apesar de estar quase cheio. Curiosidades tomarenses...


Como estes pendões do programa "POLIS - Viver Tomar", na Estrada da Serra, que já vão no terceiro mandato. E estão em melhor estado que alguns autarcas. Cujos nomes não indico, porque não sou médico. Até dá vontade de acrescentar "Polis -Viver Tomar e vê-la morrer, a cidade ideal para masoquistas." Mas se calhar estou a exagerar. No fundo o pessoal do executivo é tudo boa rapaziada. Há apenas alguns que manifestamente não têm feitio para aquilo. E os habitantes é que vão pagando. Ninguém os mandou votar como votaram. Não conheciam o anexim "Quem boa cama fizer, nela se deitará"?

2 comentários:

Leão_da_Estrela disse...

Meu caro professor, tem toda a razão quanto às referidas "distracções", ainda assim e sem querer isentar de culpas os eleitos, efectivamente os responsáveis, não posso, não devo, por uma elementar questão de isenção, deixar de referir aqui e no que ao assunto diz respeito, a orientação para o serviço público, obrigação de todos os funcionários, mas, por inerência dos cargos, principalmente dos dirigentes municipais, os directores de Departamento e os chefes de divisão.
Eu não conheço a macro-estrutura da CMTomar, mas parece-me que aí se enferma do mesmo mal de "milhentas" autarquias, isto é, tudo funciona um degrau abaixo: o presidente é vereador, o vereador é director de departamento, este é chefe de divisão, este por seu turno é encarregado geral e este encarregado e este ainda chefe de brigada e este é operacional e o operacional não faz nada de jeito porque acima de si tudo anda trocado! como se costuma dizer, para a coisa funcionar escorreitamente, cada macaco deve estar no seu galho e o que acontece aqui é certamente uma macacada em que ninguém se entende e ninguém é responsabilizado; não se entristeça, isso é mal de muito lado, infelizmente.

Fossem os eleitos políticos à séria e situações destas seriam mais rapidamente resolvidas (elas inevitavelmente acontecerão, até por falta de civismo, algumas delas), bastaria haver um simples controlo de execução e uma programação adequada da limpeza, urbana neste caso, em coordenação com a fiscalização municipal, se for caso de aplicação de coimas aos prevaricadores. Assim, o que me parece é que os serviços funcionam mal, por habituação e falta de controle de execução ( para isso são exigíveis os relatórios trimestrais ) e uma responsabilização da cada um ao seu nível, ou seja, correspondente ao cargo que exerce e não chutar a responsabilidade para cima ( conhecerá certamente a frase mais inóqua, desresponsabilizadora e reveladora do espírito da maioria dos FP's e por culpa deste "degrau abaixo" - "não vá o chefe enxofrar-se e pensar que eu me estou a meter no seu poleiro" - que é "à consideração superior"). Verificar situações dessas e actuar em conformidade, excluso a situação das "ruínas" a que já lá iremos, é responsabilidade no máximo do encarregado geral da limpeza urbana, que deve reportar e executar, com os meios à disposição, resolvendo de forma célere o problema.
Se a coisa funcionasse assim, o vereador responsável pelo pelouro, haveria de saber do assunto quando analisasse o relatório do trabalho efectuado no trimestre e o presidente haveria de ter coisas muito mais importantes com que se preocupar e o meu caro professor não estaria aqui a chamar atenção para isto!
Claro que em primeira e última análise a responsabilidade de organizar os serviços é dos eleitos, mas apenas na sua componente política, ou seja, nas grandes linhas de orientação para um mandato, sendo a componente organizacional da responsabilidade dos dirigentes, seguindo as directrizes traçadas pelos primeiros. Ora, não me parecendo os digníssimos eleitos grande espingarda, pela omissão de actuação ( forçada ou não ) também os dirigentes me parecem ser apenas tiros de pólvora seca. Ah! e não nos venham com a de que, coitados, são mandados, porque a renúncia à comissão de serviço é sempre um recurso atendível, em caso de objecção de consciência...

Continua

Leão_da_Estrela disse...

Continuação

Já quanto às "ruínas", isso é coisa para o IPAAR e meu caro, aí então, bem pode dirigir-se à Marcol e comprar um banquinho de pescador e esperar calmamente a dar banho à minhoca na ponte do Flecheiro, já agora protegido do sol pela sombra reconfortante duma bandeirola "made in" Polis e não esquecendo a garrafinha da água com gás que terá que beber em quantidades industriais, para depositar no vidrão quando for a compras ao "Continente". Claro que com um pouco de sorte e desafiando a gravidade, o raio do eucalipto cairá para cima, destruindo a fachada do centro de saúde, passando algumas valências para o hospital, obrigando o Relvas e o Senhor dos Passos a dar-lhe plena ocupação.
Entenda a coisa assim, vai ver que não é tudo mau...o Carrão sabe-a toda! foram muitos anos a virar...copos...

Cumprimentos

Edmundo Gonçalves
Tomarense "exilado"
Chefe do Serviço de Limpeza da CMLoures