quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Mais um epitáfio para o futuro dos tomarenses

Começando pelo princípio, não para agradar ao La Palisse, mas porque a iliteracia é aquilo que é, esclareça-se que epitáfio = inscrição num túmulo.
Num amável comentário enviado para o post "Conversa fiada..." Alexandre Lopes escreveu, entre outras, estas duas frases, que convém fixar para memória futura: "Para resolver o problema camarário, quer os IpT quer o PS, cada um por si, nada podem fazer.
O PSD que criou a situação é que terá de dizer o que quer e a forma de o conseguir."
Alexandre Lopes é um membro influente da comunidade tomarense radicada em Lisboa, muito ligado à Casa do Concelho de Tomar. Consta até nos meios tomarenses geralmente bem informados que, nessa qualidade, terá sido o principal financiador da campanha eleitoral dos IpT, em 2009. Assim, as suas palavras acima transcritas poderão ser tudo menos inocentes. Significam, no meu limitado entender, que está afastada qualquer mudança na autarquia tomarense, provocada pela oposição unida. Por parte do PS, porque não pode; por parte dos IpT, porque Pedro Marques não quer. E porque não quer? Só ele pode responder, sendo muito duvidoso que o faça de forma esclarecedora e inequívoca. Arranjará sempre uma formula tipo "papel de embrulho", como é hábito, partindo do princípio que jornalistas e cidadãos não vêem um boi à frente dos olhos. Exemplo recente: "Os IpT estão hoje como ontem cientes das suas responsabilidades e sobretudo cientes e fieis aos compromissos que assumiram com os Tomarenses." Soa bem, não soa?
Resta, por conseguinte, aguardar o que farão as hostes social-democratas nabantinas, que muito dificilmente vão aguentar até ao final de 2013 um executivo gastador e sem ideias fecundas geradoras de riqueza, com empréstimos bancários a 9,5% . Como bem disse Teixeira dos Santos, acima de 7% é imperativo solicitar o resgate externo...
O PSD vai ter eleições internas para a Comissão Política, no próximo mês, ou em Março. Por isso, nas hostes laranja anda tudo simultaneamente tão calado, esperançado e ocupado. É a próxima Comissão Política que escolherá e nomeará os próximos candidatos à autarquia. Apenas nominalmente -dirão alguns leitores. Seja como for, nos termos estatutários é assim.
Entretanto, tudo indica que a oposição local se vai manter dividida, pelo que os tomarenses serão, mais uma vez, confrontados com uma difícil escolha entre três cabeças de lista -o do PSD, o do PS e, segundo tudo indica, Pedro Marques. A ser assim, a menos que os socialistas consigam surpreender, com uma lista fora de série, os social-democratas ganharão mais uma vez, pois o eleitorado socialista dividir-se-à entre PS e IpT. É a nossa sina, desde há dois mandatos e reza a tradição que "não há duas sem três". Em 2013, porém, as coisas serão bem mais sérias, uma vez que, segundo tudo indica, já terá havido a adopção de alterações à Lei Eleitoral, as quais determinarão que o vencedor arrecada todos os lugares. O que quer dizer que quem perder, segundo este meu ponto de vista o PS e os IpT, deixa de ter representantes no executivo...
Se eu estivesse no PS ou nos IpT, aproveitaria o tempo que ainda resta para ir pensando melhor nas consequências de certas posições pessoais, tanto a nível individual como comunitário. Cá por coisas. E até porque nada impede a relativa maioria de dar corda aos patins, na altura por eles escolhida (ou por alguém que neles mande), provocando eleições intercalares. Na próxima Primavera, por exemplo...
É sempre conveniente tentar esmiuçar estas coisas, de forma a evitar tanto quanto possível que haja surpresas desagradáveis.

4 comentários:

Alexandre Lopes disse...

Epitáfio (parte 500º)

Meu caro Rebelo, ao ler a tua prosa, fiquei todo inchado com as referências abonatórias que me são feitas. Mas há que precisar: não só não sou um membro influente da comunidade tomarense, porque se o fosse outro galo cantaria no poleiro (não do poder), como igualmente não esbanjei dinheiro à tripa forra como julgas. É verdade que devo ter um rendimento superior ao de um conhecido funcionário autárquico na área de informática, mesmo que o emprego me tivesse sido oferecido por contrapartida de favores políticos. Cá me vou arranjando numa gestão financeira cuidada porque a família é grande, pegando de quando em vez nuns disponíveis e aplicando-os em áreas úteis à sociedade, nomeadamente do social. Portanto, o resto são balelas.
Quanto à questão de fundo que a todos interessa, a minha intervenção é meramente lateral, quanto mais não fosse porque não gosto de política. Podes colocar debaixo da almofada esta informação secreta: nunca me verás em qualquer cargo político.
Quando em 2005 e pela primeira vez decidi dar a cara por alguém ou grupo, fi-lo na pura convicção de que só com a saída do Paiva era possível retomar uma gestão cuidada. Ingénuo, burro que nem um burro, enganei-me redondamente. Mas, perante o panorama que se me oferecia, não tive dúvidas em apoiar os IpT. Embora o meu apoio pouco ou nada valesse, logo avisei que ele duraria enquanto entendesse que fariam trabalho útil.
Quatro anos volvidos e não desiludido, a coerência levou-me naturalmente a manter a posição.
Mas a questão principal, que infelizmente não move todos, é na verdade a busca das melhores soluções para os problemas que nos afligem.
E se como afirmas o PS não quer, não é o Pedro Parques que também não. É o sentimento colectivo que está convicto que pertence ao pai da criança resolver os problemas do filho. A lei da paternidade assim o determina. Só perante a sua incapacidade e se for honesto, então tem obrigação de declaradamente pedir ajuda. Nessa altura, todos nós tomarenses temos a obrigação dar o nosso contributo, da forma que se achar por mais conveniente. Eu, por promessa para com os meus botões, não me excluirei de intervir, nem que seja como cabeça de lista por um grupo.
Até lá, não deveremos meter foice em seara alheia.

Anónimo disse...

Tomo nota do teu amável comentário, pedindo licença para uma pequena correcção, que todavia altera tudo o resto: o que eu escrevi, como poderás conferir, é que o PS sozinho não pode e os IpT não querem forçar a relativa maioria a descolar das cadeiras do poder. Reposta assim a verdade factual, mando-te um abraço,

António Rebelo

Luis Ferreira disse...

Ao defundo da alma democrática, difamador-mor, escusa de repetir uma mentira, julgando que assim a torna verdade.

Já que é tão assíduo a criar identidades fantasma no Facebook, pode aproveitar para consultar os diários da republica, onde encontrará o meu nome como sendo provido por concurso para a função publica e anos mais tarde a minha transferência para o meu actual lugar de quadro, nomeações em comissão de serviço, etc, etc.
Quem sabe o que é o serviço publico e o seu funcionamento, percebe a sua permanente má intenção, que tenho de denunciar.

Se tem tanta apetência para exercer o poder, porque não concorre a eleições e explicita o que pensa, as soluções que tem para a sua terra. O bate e foge é uma atitude mais típica dos que actuam em cobardia, do que daqueles que ajudam sem esperar nada em troca, como certamente o fez ao grupo independente.

Ou não será?

Alexandre Lopes disse...

REBELO, APANHEI UM SUSTO DO CARAÇAS

Comecei mal o dia no sábado. Depois de uma vida a usar semana-inglesa, recentemente virei-me para a americana, para não trabalhar mais meia hora. Levantei-me mais tarde a ouvir o chilrear que só a quietude das aldeias nos oferece.
Ainda em jejum peguei no computador e carreguei naquele botão que diz “one”. Passado uns momentos veio-me um cheiro a queimado/chamusco. Aflito, fui a cozinha ver se a torradeira estava ligada, mas nada, obviamente não podia ser. Olhei para a lareira mas, claro, daí também não era porque a lenha ainda estava no quintal. Perante o mistério, ainda pensei que o computador tivesse uma diarreia nos circuitos. Entretanto este tablet (já me rendi as modernices) exibia no seu azul celeste um post -it informando que se tinha registado novidades no teu blogue. Matraqueando o ecrã, logo tive que afastar a cara. Eureka. Havia acabado de descobrir a origem do cheiro a queimado.
Numa foto todo bonito, hirto, com uns quilos a mais e a necessitar de fazer a ginástica que o árduo trabalho magramente remunerado não lho permite, ainda por cima numa autarquia de favores, lá estava o teu amigo (?) que, depois de meter o nariz no teu blogue, logo se queimou.
O rapaz, atrapalhado, não se resguardou na escuridão para não agravar as feridas, e sai estouvado em direcção a farmácia.
Entra esbaforido, desorientado, em vez de um calmante compra um antipsicótico. Senta-se num dos bancos do Mouchão e, com as ideias mais para lá do que para a verdade, põe a massa que se esconde por baixo do cabelo numa pura divagação. Para os peixinhos que ali perto dão à cauda, inventou uns paralelismos sem paralelo, umas parvoíces sem nexo. O costume.
Rebelo, meu amigo, se o rapaz merecesse algum crédito, ainda te pedia para falares com ele e o aconselhares a ser intelectualmente honesto. Mas não, acho que não vale a pena. Tanta pica ideológica e oportunista naquela cabeça, não há terapia de substituição que o salve. Por isso, não percamos tempo com inutilidades.
Um abraço