domingo, 29 de janeiro de 2012

A questão do hospital - Começar pelo princípio

 Fonte CHMT

 Fonte CHMT

Fonte CHMT

É uma lapalissada, mas mesmo assim há que escrevê-la: Na questão da reestruturação do CHMT, era pelo princípio que se devia ter começado. Mas quê! Nesta nossa querida terra, como todos sabemos, a lógica é uma batata e portanto preferimos comê-la, que com bacalhau ainda não se conseguiu melhor. Adiante.
As três infografias supra bastam-se a si próprias. Nelas se pode ver que qualquer um dos hospitais do CHMT teve ganhos e perdas, como sempre acontece numa solução negociada. Se assim não fosse, nem valia a pena ter negociado, pois negociar é ceder aqui, para conseguir ali e transigir acolá. Julgo eu...
Temos por conseguinte que Abrantes mantém-se como a unidade com maior número de camas, mas perde duas especialidades.   Torres Novas passa a concentrar Medicina interna, mas perde a Cirurgia Geral. Tomar perde Medicina interna e Ortopedia, mas passa a concentrar Cirurgia Geral, ficando como a unidade com mais valências: 7, contra 6 em Abrantes e 5 em Torres Novas.
Além disso, talvez não seja mero produto do acaso o facto de Tomar passar a concentrar Oftalmologia, Otorrino e Psiquiatria. Numa terra onde quem tem um olho, julga que é rei; onde a maior parte adora gargarejar; onde o bom-senso não é propriamente algo muito disseminado; ter cuidados médicos de proximidade para qualquer dessas três maleitas, não é pouca coisa.
Quanto aos outros aspectos, fui assistir a parte do debate ontem levado a efeito pelo BE. Estavam lá à roda de 50 pessoas, entre as quais meia dúzia de antigos alunos meus. Que saudades! O deputado João Semedo, que é médico de profissão, foi assaz claro, julgo eu. Disse compreender e aceitar a conveniência de concentrar num único hospital os serviços mais pesados e complexos. Maternidade em Abrantes, Blocos operatórios em Tomar, por exemplo. Apesar disso, alguns intervenientes, um deles médico, lá foram reafirmando que a administração do CHMT tem de justificar as opções tomadas. Estavam bem arranjados se assim fosse. Andariam meses e mais meses a alinhavar argumentos médicos, argumentos contabilísticos, argumentos demográficos, argumentos geográfícos, argumentos políticos, argumentos humanitários...e por aí fora.
Não; na realidade o que os mentores dos contestários pretendem é emperrar o processo em curso. Como sucedeu em 1974/75, com os resultados agora conhecidos de todos. Somos muito bons em chicana política. Ou não fôssemos o país do palavreado oco e bacoco.

6 comentários:

Luis Ferreira disse...

Pois é Prof.Rebelo,

Bas ta olhar para o número de camas que passam adegar disponíveis em caraúna das unidades para se perceber o que se está a passar.

Redução global de 12% das camas existentes. Consequência? Redução directa do serviço prestado à população.

Concentração de serviços. Consequência? Maiores deslocações pagas a maioria das vezes pelas famílias. Sabe quanto custa uma deslocação de Tomar a Abrantes? Cerca de 12€, aos quais acrescerão a taxa da urgência que em Tomar é 20€ e em Abrantes 28€. Ou seja cada utente, cada vez que tiver de aceder terá de pagar +20€, ou seja mais de 4% do rendimento mínimo legal. E tudo isto se for de carro próprio, pois de ambulância custará mais de 60€.

Mas mais. Basta olhar para o número de camas que se mantém em Abrantes, aumentam em Torres Novas e baixam mais de 30% em Tomar....

E onde é que está a demonstração que se gastará menos
dinheiro, com esta distribuição?

O Governo PPD/PP, os seus mandaretes da Administração hospitalar e os seus defensores no terreno deviam era ter vergonha de tentarem enganar a população.

Os números são como o algodão: não enganam!

Luis Ferreira, vereador e opositor às políticas de destruição do estado social no geral e do serviço nacional de saude no particular.

Unknown disse...

Meu bom amigo:
Entendo bem a tua posição. Creio que concordarás sem grande dificuldade que não sou propriamente um adepto ferrenho do PSD... Dito isto, o que tem de ser tem muita forma.
Segundo sei, passará a gastar-se menos em recursos humanos e outros, uma vez que deixa de haver tantos serviços duplicados e triplicados. Restam alguns, que tudo indica virão a ser eliminados em próxima ocasião.
Sobre a diferença de camas, tens toda a razão, com duas ressalvas: A - As ditas continuam onde estavam; deixa é de haver recursos humanos para que funcionem utilmente; B - A diferença indicada virá a ser menor, pois falta saber quantas camas serão atribuídas a Tomar, no âmbito da RN (Rede Nacional de Cuidados Paliativos).
Por outro lado, a confirmar-se uma pista que estou a seguir, terá de haver aumento das camas e de recursos humanos em psiquiatria.
Resta o alegado problema dos 100 postos de trabalho qualificado, ocupados por quadros jovens, que passarão a ir trabalhar para Abrantes ou Torres Novas. Que eu saiba, isso já acontece há meses com o pessoal administrativo, que todos os dias é transportado gratuitamente para e de Torres Novas, numa carrinha do CHMT, sem reclamações ou manifestações até agora.

Virgílio Lopes disse...

ANTÓNIO REBELO,eminência parda e frustrado candidato a candidato a qualquer coisa, DIXIT :


"Apesar disso, alguns intervenientes, um deles médico, lá foram reafirmando que a administração do CHMT tem de justificar as opções tomadas. Estavam bem arranjados se assim fosse. Andariam meses e mais meses a alinhavar argumentos médicos, argumentos contabilísticos, argumentos demográficos, argumentos geográfícos, argumentos políticos, argumentos humanitários...e por aí fora.
Não; na realidade o que os mentores dos contestários pretendem é emperrar o processo em curso."


FACE A TÃO DISTINTAS E EXCELSAS CONCLUSÕES do adepto não ferrenho do PSD;

FACE a não ser MENTOR do que quer que seja;

FACE a pensar que, em democracia, qualquer gestor público TEM A OBRIGAÇÃO de justificar as opções tomadas;

FACE À MINHA TONTEIRA e ATREVIMENTO em fazer perguntas e colocar questões estúpidas e despropositadas num post anterior;

Decido dar uma ENORME ALEGRIA ao DONO DA VERDADE e aos seus amigos, correlegionários e protegidos :

TERMINOU a minha participação cívica num espaço que se transformou na VOZ DO DONO.

Porque a minha voz NÃO TEM DONO e continuará a ser INDOMÁVEL.

Porque ME RECUSO a legitimar a democraticidade de um espaço e o simulacro de um debate em que contributos sérios e abertos são considerados "chicana política".


Com todo o respeito pelos meus concidadãos que amam esta nossa terra,


Virgílio Lopes

alexandre leal disse...

Amigos


Será suficiente ter em conta as grandes linhas da política do sector em 2008 ,os diversos relatórios que foram vindo a lume e especialmente o ultimo da Inspecção Geral de Finanças (verão 2011)para se entender a lógica e emergência das medidas agora e finalmente tomadas.
O resto... e com a devida estima e consideração pelo vereador ,será só para estar bem posicionado na linha de partida.
Se entrarmos pela demagogia também se poderia dizer que ao integrar a rede nacional de cuidados paliativos, Tomar ganha x visitantes por semana o que corresponde a y dormidas e a z refeições. E algumas visitas ao Convento.

Cumprimentos.

alexandre leal disse...

O Sr.Virgílio habitual...

Sempre com juízos de intensoes e rótulos para colar no pagode.

Tipo grande educador da classe operaria ou boião de cultura de tempos mais recentes.

Voz indomável ! Lindo.
Mas tenho a impressão que já li ou ouvi em qualquer lado...

Cumprimentos

alexandre leal disse...

Soube agora que também já temos a "comissão de saude da assembleia municipal"!
Depois das comissões políticas dos partidos e movimentos,de autarcas com e sem pelouro, das juntas de freguesia, comissão de utentes(em linha com outras correias de transmissao conhecidas),de voluntários de megafone em punho, etc temos agora mais uma comissão constituída por especialistas de saude embora segundos planos partidários(os lideres como habitualmente poupam-se para as grandes momentos!).
E ainda faltam algumas semanas para o carnaval.
Somos afinal um concelho rico em neuronios agilizados em ciência política de bolso e com algoritmos de eficácia comprovada.
Como se constata ao avaliar a nossa evolução nos últimos 30 anos.