O que tem de ser tem muita força. Os dados agora disponíveis apontam para a ultrapassagem provisória da crise do CHMT. Ultrapassagem posto que, após algumas manifestações populares, houve também posições inesperadas. O PSD local apoiando as reivindicações da oposição unida; o PS opondo-se à implementação de um plano elaborado e aprovado pelo governo de Sócrates; Carlos Carrão concordando com a administração hospitalar; Carlos Carrão concordando com os manifestantes e com a oposição unida sobre a mesma matéria; a comissão política do PSD local contestanto as decisões do governo PSD; alguns eleitos interpretando mal o que lêem; tudo indica que de políticos estão os tomarenses muitíssimo bem servidos...salvo erro!
Ultrapassagem provisória, pois se após a fase de implementação das medidas anunciadas -entre as quais avulta o fim dos serviços duplicados e triplicados- se verificar que mesmo assim o CHMT não é financeiramente suportável pelo orçamento da saúde pública, o governo terá de avançar para a privatização. Já há estudos nesse sentido, mais precisamente para os hospitais de Tomar e de Torres Novas, dado que o de Abrantes está obsoleto em matéria de estruturas, edifícios e equipamentos.Consta que o grupo Espírito Santo Saúde olha com apetite para Tomar, enquanto o grupo Mello Saúde saliva quando se fala de Torres Novas. Veremos. Neste como no caso do município, ao princípio não era o verbo -era o dinheiro!
No que concerne à autarquia tomarense, como a tantas outras por esse país fora, o problema é gravíssimo e praticamente idêntico. Esgotado o período das vacas gordas e da contabilidade criativa (designadamente os orçamentos megalómanos) caiu-se na real. As receitas correntes não chegam sequer para pagar ao pessoal e assegurar os consumíveis. No caso tomarense a situação é singularmente mais grave, uma vez que a oposição está decidida a bloquear a acção da maioria relativa; está por aprovar a revisão orçamental do ano passado; está por aprovar o orçamento para este ano; está para resolver a problemática das freguesias; está a aguardar solução o imbróglio ParqT; está por efectuar a redução das chefias e do pessoal; está por encontrar uma solução para a dívida de curto prazo, superior a 12 milhões de euros (equivalente a mais de um terço das receitas correntes plausíveis); está a aguardar melhor solução a amortização do passivo, superior a 80 milhões de euros.
Que fazer então? Esperar não é certamente a melhor solução. Quanto mais tarde houver coragem para intervir, mais numerosos e mais graves serão os problemas. Infelizmente para todos nós, a época dos amadores de boa vontade já foi. É urgente actuar!
1 comentário:
É de crer que Mello e Esp. Santo devem ter interesse nos hospitais da região e depois já não darão prejuizo. Como se consegue tal Milagre? Porque depois o Estado "convenciona" a exploração e mete lá dinheiro dos contribuintes. O mesmo que agora diz ser um prejuízo. A Insp.Geral de Finanças determinou em 2002 que a gestão Mello do Amadora-Sintra devia ao Estado 75 milhões de euros. Depois de muitqa litigancia, um tribunal arbitral entendeu que era o Estado que tinha que pagar 31 milhões aos Mello! Tudo clarinho e evidente. É a iniciativa privada à portuguesa e no seu melhor.
Sob o patrocínio de Portas (que já deve estar a fazer contas aos votos da Igteja e dos velhinhos) o governo acaba de dar 2,4 mil milhões de euros às IPSS. Este valor é mais do dobro do que tirou aos subsídios dos pensionistas e função pública. Será que vai haver um banco da igreja?
Enviar um comentário