quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Política invertebrada...

Tempos simultaneamente complicados e muito animados, estes que vivemos aqui junto ao Nabão. Políticos locais reagem a situações aqui postas em evidência mas, bem entendido, nunca leram Tomar a dianteira. Ninguém lê Tomar a dianteira. Terá de se pedir à Google que repare o contador, pois o das páginas consultadas desde Setembro de 2008 já vai nas 402.703 (como poderá verificar, fazendo desfilar as páginas para cima até conseguir, olhando depois para a margem inferior) e o dos leitores marcou 637 na segunda, 571 ontem e 460 até agora. Adiante, que já é noite.
Neste momento, o grande desafio parece ser o de determinar quem mentiu. O presidente da administração do CHMT? O presidente interino da câmara? Se faz parte dos que apreciam divagações, faça o favor de clicar aqui e depois aqui. Vai ver que não se arrepende. Porque a verdade nua e crua, por muito que possa custar, é esta, salvo melhor e mais fundamentada opinião: Nem o responsável hospitalar nem o autarca Carrão faltaram à verdade. Estamos e estão apenas a ser vítimas daquilo a que poderemos chamar a política invertebrada. Aquela que consiste em abdicar da verticalidade e da hombridade, a favor do oportunismo mais evidente.
Repare-se. Esperancinha afirmou ter reunido com o presidente da autarquia tomarense por duas vezes, tendo o mesmo concordado com todas as medidas contidas no plano de reestruturação do CHMT. Quanto a Carlos Carrão, manteve sobre o assunto um estudado (?) silêncio, até proclamar que exige a suspensão das medidas previstas, pois defende os interesses dos tomarenses.
Ou seja, a administração do CHMT considerou que após as duas reuniões havidas em tempo oportuno, cada um dos presidentes de câmara iria transmitir o que ouvira aos seus pares e aos deputados municipais. Por motivos que só ele poderá esclarecer, Carlos Carrão não fez aquilo que devia e, posteriormente, assumiu uma posição oposta à adoptada perante o administrador do CHMT. Estamos por conseguinte e apenas perante um caso de política invertebrada, de uma tentativa infeliz para agradar a Deus e ao Diabo, ao administrador Esperancinha e à população tomarense, ao PSD e à oposição. De resto, a própria agremiação laranja também se apressou o seguir o exemplo canhestro. Clicando aqui, lê-se que após o Funchal, temos agora uma autarquia de relativa maioria PSD contra as medidas e pessoas nomeadas por um governo legítimo do mesmo partido.
Mais. Se considerarmos que o actual governo PSD/CDS tem, como os cidadãos mais atentos já terão notado, um primeiro-ministro e um mentor. Se considerarmos também que, por razões evidentes, o referido mentor será um trunfo e dos melhores se e quando os tomarenses apresentarem planos fecundos a necessitar de aprovação governamental, teremos uma situação assaz patusca, que pode ser resumida numa frase: A revolta dos pupilos do senhor mentor.
Claro que vai tudo ficar em águas de bacalhau. Por um lado, porque as medidas de reestruturação, que já deviam ter sido implementadas quando foram decididas, em 2008, são mesmo indispensáveis, sob pena de encerramento do CHMT enquanto tal. Por outro, porque no próximo mês haverá eleições internas no PSD local, o que implicará alterações de fundo. E depois, os tomarenses também já perceberam que se trata em todo este caso de "ficar bem na fotografia". Para se poder afirmar com orgulho, em Outubro de 2013, ou até antes, "Nós defendemos sempre o Hospital de Tomar". Pois. Está bem abelha. Continua a voar...que depois logo se vê.

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