sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Esta gente não se enxerga

Em declaração à Rádio Hertz, Carlos Carrão entornou o caldo outra vez: "Foram feitas insinuações. Julgo que este assunto já transcendeu o hospital em si, ainda para mais quando já se fala na necessidade de eleições. São aproveitamentos condenáveis... Estou na Câmara há 14 anos. A população do concelho conhece todos nós."
Dizendo tais disparates, o que primeiro se nota é que o presidente substituto nem sequer consegue compreender a envolvência politico-social em que vive. Invoca 14 anos de mandatos autárquicos, como se constituissem uma espécie de prova da sua boa qualidade, quando pelo contrário, é exactamente disso que os eleitores se queixam -do reinado PSD que já vai em 14 anos e cujos resultados, como está à vista de todos, podem ser o que quiserem, menos brilhantes ou aceitáveis sequer. Numa outra perspectiva, se tentou alardear "tarimba", perdeu tempo e apenas provou que não aprendeu nem esqueceu nada, durante todos esses anos, perdidos para Tomar e para os tomarenses que não são tomaristas. De alguma maneira como aqueles funcionários que andam nas universidades mais de 30 anos, sem nunca se licenciarem...
Há outrossim aquela sentença de que "São aproveitamentos condenáveis", sem explicar quais ou porque são condenáveis. Na verdade, hospital, mercado, estádio, Santa Iria, Flecheiro, Levada, Várzea Grande, ParqT, Mouchão, Estalagem, etc. etc. fazem parte do longo rosário de aselhices dos antes acólitos que deram os ámens a tudo e agora ascenderam, sem disporem de envergadura de asas para tal.
É fácil papaguear que fulano é má-língua, que cicrano é invejoso ou que milhano quer é tacho. Mais difícil, impossível mesmo, é esconder que apadrinharam argoladas de todo o tamanho, que nunca tiveram coragem para mijar fora do penico paivino, que intrujaram o eleitorado e agora ainda têm a distinta lata de afirmar que "A população do concelho conhece todos". Infelizmente para essa população e para todos nós, salvo honrosas excepções, nem sequer sabem em quem vão votar. Limitam-se a pôr a cruz à frente do emblema que lhes disseram. Por isso já estamos como estamos e caminhamos a bom ritmo para bem pior.
O tomarense Carlos Carrão, bom cidadão, bom pai e bom amigo, que até já tem a sua reformazinha da política, devia era pensar a sério nesta simples interrogação: "Porque será que há cada vez mais eleitores a dizerem para eu me demitir?". Depois é só arrumar os papéis, rumar a casa e calçar as pantufas, enquanto os ânimos nabantinos ainda não aqueceram demasiado. Depois pode ser tarde demais A época do tintol/perna de frango à custa dos contribuintes, foi agradável enquanto durou. Agora, com a crise, é chegada a época prevista pelo cabo de corneteiros do 15: "Quem sabe tocar toca; quem não sabe passa a corneta a outro, que não tenho cornetas pra todos." Entendeu senhor presidente substituto, que ninguém elegeu para tal lugar? Aqui em Tomar a dianteira não se insinua nada. Escreve-se o que deve ser dito. Sem hesitações e com todas as letras. Mas também sem acrimónia e nunca confundindo  questões políticas com problemas pessoais.

5 comentários:

alexandre leal disse...

Luta política sem ponta de nível. Ninguém se assume! Como dizia o outro"falam falam mas nao os vejo fazer nada". A oposição mostra-se fraquita e insegura. O PSD local priveligia a luta interna por causa das próximas eleições para a concelhia com uma falta de ética e categoria impressionantes. Faz oposição ao Governo(?).Patético.Entao uma tal Rosa que fala numa radio local... Sem comentarios! O Dr. Miguel Relvas se peca será por omissão pois devia mandar alguém por ordem no seu Partido.
Bom fim de semana.

Ana Santos disse...

senhor rebelo

É uma pena perder tanto tempo a dar relevo aquilo que tão fracas figuras dizem ou fazem.

Já viu a beleza da sua cidade? Já viu os tesouros que ela tem? Já pensou que a muitos dos seus habitantes, apesar de conhecerem bem esses senhores, nada quer com eles?

As pessoas estão é preocupadas com a sua sobrevivência e com questoes como os aumentos dos preços e a saída do hospital, da GNR, do politécnico e da sede dos tribunais do médio Tejo da bela cidade dos Templarios.

Porque não valoriza e dá voz a esse descontentamento e a essa vida real de todos?

Anónimo disse...

Tem razão Ana. Mas olhe que aprendi com o tio da minha filha Raphaëlle, que é médico cirurgião em Bordéus, uma verdade indesmentível: Em oncologia só se pode vencer a doença tudo fazendo para extirpar ou destruir quanto antes o tumor.

Tomarense de gema disse...

Segundo reza a história, porque a descomhecia o povo de Tomar é pecifico mas há limites, qundo o cardeal cerejeira tentou desviar a água do Nabão para Fátima, a população do concelho encheu a Praça da República e a Corredoura com enxadas e machados em punho, para defender o concelho, por isso senhor Carrão não brinque com o povo.
Já agora profº Rebelo pço-lhe que caso tenha informação desta dita manifestação, agradeço-lhe que faça um artigo no seu blogue e quiçá o publique num jornal local, para que desconhece este movimento que secriou em Tomar no tempo da ditadura fique a conhece-lo.

Anónimo disse...

Participei nesse movimento de protesto, a troco de algum dinheiro que me deu Nini Ferreira, para eu comprar cola e colar os cartazes. Foi ele o líder do protesto. A Praça da República encheu-se, com o povo respondendo ao apelo "Vamos defender o rio". "O Nabão é sangue do concelho". Não me recordo de ter visto qualquer machado, enxada, forquilha ou varapau. Foi tudo muito pacífico e cordato, que o governo da época não era para brincadeiras. Ouvido o então tenente-coronel Fernando Oliveira, o poder lisboeta mudou de ideias...e o Nabão ainda por aqui passa. Até quando?