A situação política nacional está por assim dizer bloqueada, devido aos preceitos constitucionais, mas também, e sobretudo, ao jogo do empurra. Como já aqui referido, PPCoelho entendia não provocar a queda do executivo, enquanto este não tomasse as medidas mais impopulares. Agora, que Sócrates foi forçado pelos mercados e por Bruxelas a tomá-las, trata-se para o PSD de manter a ameaça, no sentido de obter mais algumas reduções da despesa pública, conquanto seja muito provável que o PSD acabe por se abster, possibilitanto assim a tão ansiada aprovação do orçamento.
Sócrates, por sua vez, constrangido do exterior a tornar-se impopular, recusa-se a abandonar o poder, a menos que os sociais-democratas votem contra o orçamento. Se tal vier a acontecer, dado que Cavaco está impedido de dissolver a AR, só teremos novo governo, após eleições legislativas, lá para Maio, na melhor das hipóteses. O primeiro-ministro sabe disso e ampara-se em tal hipótese, quando manda dizer que se o orçamento for chumbado, não terá condições para continuar a governar. Terá então de apresentar a sua demissão a Cavaco Silva, que poderá manter o governo em gestão, durante mais de seis meses, ou tentar que seja formado outro governo no actual quadro parlamentar, com outro primeiro-ministro e eventualmente de coligação, para assegurar a maioria no parlamento.
Num evidente caso de mimetismo político, em Tomar a maioria autárquica tem vindo pouco a pouco a colocar-se numa situação praticamente idêntica à da caital, apesar de a nível local não existir qualquer preceito legal que impeça a dissolução do executivo ou a realização de autárquicas intercalares. Assim, enquanto a nova direcção local do PSD pretende ver-se livre quanto antes do actual presidente da autarquia, e acabar com a coligação existente logo que possível, o vereador Luís Ferreira e o deputado municipal Hugo Cristóvão, lider oficial do PS local, têm desferido e continuam a desferir cada vez mais ataques aos parceiros de coligação, esticando a corda ao máximo. Fazem-no por estarem seguros de que Corvêlo de Sousa não retirará aos vereadores PS o regime de tempo inteiro, uma vez qure tem necessidade de aprovar o próximo orçamento e o de 2012, ano em que completará 65 anos, podendo por isso solicitar a aposentação.
A complicar tudo, apareceu na AM uma insólita moção anti-Luís Ferreira, apresentada pelo BE e demasiado oportuna para ser de geração espontânea e alheia às desavenças da coligação. Tanto assim que até acabou por ser aprovada com o voto de qualidade de Miguel Relvas, nº 2 do PSD a nível nacional, com uma longa e rica experiência política. Tratou-se portanto de um voto intencional, maduramente calculado.
Perante os ataques convergentes da direcção actual dos laranjas, de Miguel Relvas e do Bloco de Esquerda, os eleitos socialistas resolveram consultar a Comissão Política local. No final da reunião de ontem à noite, ficou a saber-se, através do comunicado que pode ser lido em psdigital, ter sido adoptada uma posição semelhante à do governo e à do PSD nacional. Semelhante à do governo, porque decidiram só abandonar a coligação mediante prévia denúncia do mesma por parte do PSD, uma vez que foram eles a convidar o PS para parceiro local. Semelhante, também, à do PSD nacional, pois coloca condições drásticas para assegurarem, no excecutivo e na AM, a aprovação do próximo orçamento.
Agindo assim, José Vitorino e Luís Ferreira sabem que estão deliberadamente a entalar Corvêlo, esperando levá-lo a perceber que sem os votos do PS estará perdido, o que o impede de tomar qualquer decisão eficaz sobre os pelouros ou o regime de tempo inteiro.
Temos assim, a nível local, a mesma situação de Lisboa -um longo compasso de espera. Com uma grande diferença todavia: Enquanto a nível nacional o governo (este ou outro) sempre poderá, quando o julgar necessário, pedir a ajuda do FMI, da CE e do BCE, o Município nabantino, quando mais mês menos mês chegar à inevitável situação de cessação de pagamentos, que está próxima, como já aqui escrevemos anteriormente, poderá pedir a ajuda de quê ou de quem?
Conviria assim que todos os políticos locais, que vão dizendo por aí não haver condições para nova consulta autárquica, quanto mais depressa melhor, porque a população não compreenderia, arranjem resposta ou respostas adequadas para a sacrossanta e angustiante pergunta que se impõe: QUE FAZER ENTÃO?
18 comentários:
Paupérrima análise revelando,aqui e acolá,desconhecimento da lei das atribuições e competências das autarquias locais.
O interesse do escrito pode resumir-se à sibilina "ênfase" ao "...,líder OFICIAL do PS local,..."
De resto,a montanha pariu...NADA!
O Relvas e o Delgado que se virem...ou revirem...
Além disso o Sr. M. Relvas, sendo assim, como vem sendo dito, político experimentado e inteligente, agora na ribalta política em situação complicadíssima para conseguir levar ao poder as suas matilhas famintas, nunca estaria interessado em provocar tamanho cagaréu, atraindo as atenções dos mídia para Tomar, em que ele passaria a ser o centro da confusão, e o PS nacional não perderia a oportunidade de dar umas bicadas, apesar do PS esfregar as mãos por ele continuar a ser o principal porta-voz do PSD – ajuda muito…
Não convém mesmo. Por isso nem vai haver eleições nem o presidente da câmara vai ser substituído – tudo como dantes, quartel-general em Abrantes. Acresce ainda a incontornável realidade de as comunidades tomarenses se estarem nas tintas sobre se deve ou não deve haver eleições intercalares em Tomar. Sabem bem que essas lutas fratricidas não se relacionam com os seus interesses. São coisas lá da rapaziada da vila…
Por isso, sempre disse que o PS fez muito bem em aceitar o convite do PSD (para segurarem o Sr. M.Relvas num cargo político), pois, como todos sabem, o poder é coisa sempre difícil de conquistar. Lógico seria que o PS aproveitasse bem o entalanço em que o PSD local se encontra, fizesse as pazes com os independentes, convidasse o Bruno para militante do partido (ou chamando-o para próximo de si. Sei que ele não recusaria...) e apelasse ao bom senso de alguns bloquistas, metendo-lhes na cabeçorra que a política de esquerda que julgam estar a defender, melhor o fariam, com melhores resultados, no PS.
Mas o PS de Tomar tem um bico-de-obra para resolver e se não o fizer não resolve o contencioso com os independentes (que lhe roubarão sempre, pelo menos, mil votos),impedirá sempre a emergência de um candidato ganhador, não chama a si alguns bons tomarenses e, assim, não ganha nenhumas eleições em Tomar, nem mesmo com conjuntura favorável.O PSD continuará a ganhar.
Esse problema é o vereador da cultura. Tenho para mim que o PS local tem de promover um novo líder à autarquia, o vereador mete muitas vezes o pé na argola e a questão Lobo Antunes feriu-o de morte. Ele aposta muito em AJSeguro para zarpar para outras bandas, mas estou convencido que o próximo líder do PS poderá ser MMCarrilho. E se isso acontecesse os "comissários" actuais estavam lixados - era outra filosofia..., a política do PS teria outro encanto...
O próximo líder do PS Manuel Maria Carrilho?!! Ó homem você vive em que planeta?
E mesmo que numa surreal realidade isso acontecesse, você não sabe que os socialistas locais têm uma boa relação com ele, que até o convidaram a concorrer à Câmara de Tomar, antes dele concorrer a Lisboa?
A conclusão que me parece evidente em todos os escritos que por aqui marcam lugar, é a seguinte: COM FERROS MATAS COM FERROS MORRES!
E, como todos sabemos, são dirigidos especialmente ao senhor Luís Ferreira. Há razões substantivas para isso? Parece que sim! O senhor Luís Ferreira usou os cargos para manhosamente e traiçoeiramente dar "facadas" nos seus camaradas de partido, apenas porque não lhe eram fiéis? Parece que sim!
Então meu caro, QUEM COM FERROS MATA COM FERROS MORRE!
Como diria um distinto socialista É A VIDA! HABITUEM-SE!
"não existir qualquer preceito legal que impeça a dissolução do executivo ou a realização de autárquicas intercalares."
Tem de estudar melhor a lei Rebelo.
Ninguém pode dissolver uma câmara. Só o tribunal pode decretar por corrupção por exemplo, uma perda de mandato. Mas para que uma câmara caísse a ponto de ser preciso marcar novas eleições, era preciso que todos até ao último elemento da lista mais votada renunciassem ao mandato.
Em que mundo alguma vez viu isso acontecer?
Não há nada melhor na político do que a clareza. Quando os políticos são honestos, verdadeiros e votados ao serviço público, SERVINDO SEM SE SERVIREM, têm sempre um exército do povo com eles.
O que é preciso são políticos desinteressados de benesses e que não usem os cargos públicos para proveito próprio e dos amigos...
Estando parcialmente de acordo com a análise do Anónimo das 23,56h,condenso a parte em que estou de acordo no seguinte :
1º - O PS está em declínio há muito tempo e sem estratégia política correcta para o inverter.
2º - Foi tomado de assalto em 2004 pelo Labrosta e "sus muchachos",passando a ser gerido em função de interesses pessoais (tachos para ele e para a horda).
3º - Esta política teve o seu expoente na coligação local com o PSD que só tem por base o desespero do Relvas em manter um cargo político,sendo que Relvas tinha perfeita consciência que o Labrosta estava sem tacho e seria presa facílima para atingir os seus objectivos.
4º - O PS/Tomar só enveredará por uma estratégia vencedora quando se vir livre do LABROSTA,do seu "américo tomás" e sequazes,redefinindo os seus adversários políticos,banindo o carreirismo e a incompetência,eliminando a caça ao tacho.
Enquanto isto não acontecer nunca estará em condições de disputar a Câmara ao PSD e aos IpT,se estes se livrarem de Pedro Marques,Soares e outros que almejam o poder pelo poder.
5º - A esquerda,local e nacional,insiste em não ver a sua postura fratricida que facilitará a eternização da direita no poder durante os próximos anos.Falta-lhe lucidez,pragmatismo,perceber que a um novo mundo tem de se dar respostas novas.Cristalizou em dogmas e ideias feitas que ignoram novas realidades.
COMENTADOR POLÍTICO DESEMPREGADO
O PS de Tomar é que foi a causa do aparecimento dos Independentes em 2005 e a sua manutenção em 2009.
Por isso e com esta equipa dirigente do PS local nunca será possível um entendimento que gerasse uma vitória autárquica no concelho.
Mas estes gajos do PS de Tomar preferem os seus tachos e mordomias aos interesses da democracia, do concelho e até do partido que dirigem e a quem oprtunistamente estão ligados.
Isto é mesmo a tal tralha sociallista de que se fala.
Garganeiros pelo poder, pelos tachos, por dinheiro, sempre, sempre à custa dos desgraçados contribuintes.
Lamberão sempre os beiços com a compota que mamam e hão-de deixar a malta de tanga.
Cambada de sacadores e de chulos do erário público!
A coisa esta na realidade baralhada e assim vai continuar. Esta câmara é uma nódoa no poder local, esta câmara é a mais fraca de sempre em Tomar, pois tem os piores autarcas de sempre e funciona com um acordo contra natura, ou seja num acordo de interesses dos próprios, contra os interesses de Tomar. O povo não liga mas vai percebendo, que esta gente não presta. Tal como percebe que o PS não tem nem é alternativa, não tem gente capaz de governar, ou até de criticar, mas que p PSD embora tenha no momento gente incapaz na câmara, tem alternativa para o futuro, pois mesmo tendo ganho a câmara foi quem já mais criticou a presente situação e até solicitou a alteração do Presidente, que lá continua só porque tem o apoio dos Vereadores do PS, que se assim não fosse perdiam o emprego. Assim Tomar está na realidade lixada e muito.
Mas o Corvêlo+Labrosta+Becerra não fazem maioria na Câmara...
Se o PSD e os IpT se entenderem o Corvêlo e o Labrosta estão lixados,mas bem lixados.
O Becerra além de ter uma profissão e um emprego,portanto não dependente do tacho,é políticamente uma nulidade.Sempre foi,mesmo quando era laranjinha...
A "batata" está nas mãos do Relvas e do Delgado,já que o Carrão e a Rosário sempre foram e continuarão a ser meros serventuários do Cassola.
Agora,é esperar para ver...
Para anónimo em 10:53
Olhe que não é assim tão difícil quanto você pensa. Qualquer que seja a letra da lei, é óbvio que em democracia, quando um órgão tenha em efectividade de funções menos de 50% da sua composição normal, deixa de ter legitimidade, ou sequer autoridade jurídica para governar. Além disso, tendo em conta o nosso sistema eleitoral, que praticamente não permite candidaturas individuais, acha que seria assim tão díficil às forças representadas no executivo provocar a renúncia de todos os seus membros? Têm é medo da vontade popular. Sabem que foram eleitos intrujando deliberadamente os eleitores. Daí a desculpa de que o momento não é propício, que o povo não compreenderia, tudo por causa da crise. Balelas!
Além de que, como alguém já disse -Se é fácil, faz-se já; se é difícil, começa-se já a fazer; para milagres, preciso de tempo.
Cordialmente,
A.R.
Pelos visto existe opinião fundamentada em Tomar, por isso gente atenta ás realidades. Posso não concordar aqui ou ali mas no geral os comentários aqui publicados, sobre o “negócio” da vereação da câmara, estão correctos e apontam na sua maioria no mesmo sentido. Estamos tramados em Tomar, pois vive-se uma situação em que o Presidente e os vereadores do PS, estão a tratar da sua própria vida, com o apoio da casta dominante no Partido Socialista de Tomar. E em que o PSD vai pressionando o fim desta situação, mas não comanda por força da lei a situação. Aguardamos pois os próximos capítulos desta telenovela Nabantina.
Mas desculpem lá uma coisa: com a entrada dos socialistas na câmara, tudo o que é cultura e turismo passou a ter outra visibilidade. Está de ver que o vereador nada tem que ver com isso. Evidentemente.
Para anónimo em 12:29
Boa análise. Apenas dois óbices. Becerra tem razões que a razão desconhece para persistir no lugar que agora ocupa, uma vez que está convencido de que "isto" vai melhorar sem uma total mudança de figurino. O que a acontecer lhe daria enormes vantagens na sua "área civil" de trabalho (urbanismo/projectos/PDM). E mais não digo.
Do outro lado, Carrão é filiado e disciplinado, mas Rosário é independente e obstinada. Para agravar as coisas, já antes de se saber quem era o cabeça de lista do PSD, Rosário esclareceu quem de direito que não alinharia numa lista encabeçada por Carrão. Como nas actuais circunstâncias, caindo ou saindo Corvêlo, Carrão assume a presidência, está-se mesmo a ver que Rosário fará tudo para que isso não aconteça. Para já não falar no seu relacionamento com os vereadores socialistas...
A fraqueza da actual direcção concelhia laranja é essa. Carrão não é minimamente apresentável, mesmo como substituto de Corvêlo. Mesma incapacidade para decidir, mesma falta de pulso, mesma ausência de ideias, em mais tosco.
"com a entrada dos socialistas na câmara, tudo o que é cultura e turismo passou a ter outra visibilidade."
Pois, ferreira das farturas,
a que preço?,
com que custos, económicos e políticos?
Será o foguetório serôdio do um de Março?
A visibilidade calina pelo ataque ao Lobo Antunes e aos nativos de Tomar?
O Festival das Estátuas Vivas? obra de uns com tentativa de apropriação do ferreira?
Os subsídios ao amigalhaço Fiadeiro e companhia?
Os subsídios cirúrgicos a organizações amigas?
E a propaganda sobre o Parque de Campismo?
ESte ferreira é como o seu chefe Sócrates e apaniguados, gastar à tripa forra para engordar os seus amigos políticos ou que lhe sirvam na desenfreada propaganda.
Antes invisível, mas eficaz e a bem de Tomar, do que foguetório regado a euros a jorro!
Gentinha desta não faz cá falta nemhuma e se bazarem Tomar só ganha .... e muitissimo!!!!!
E o ferreira agora até criou um site alternativo, que divulga nas camisolas do Sporting de Tomar.
Já meteu o vereador do desporto no bolso, assumindo também a propaganda nesse sector.
O www.descobretomar.com custa quanto? Qual o seu objectivo? Serviço à comunidade?
Luis ferreira ou é já parado ou então acabará por colocar no bolso todos os sectores da câmara.
Há um dossier muito revelador. Já está feito o envelope cujo destinatário é o Mirante. É só escolher o momento adequado e ele aí vai.
Disparate, disparate, disparate.
Mas para que vem para aqui com ameaças? Disso deve o vereador gostar.
Se tem alguma coisa a fazer, faça logo!
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