sexta-feira, 22 de outubro de 2010

MAIS UMA ASNEIRA MONUMENTAL...E CARA!


A Câmara adjudicou, na sua sessão de ontem, a uma construtora com sede em Viana do Castelo, a empreitada da "Envolvente ao Convento de Cristo", pela soma de 2 milhões 337 mil euros = 467 mil e 400 contos. Fora os eventuais e usuais "trabalhos a mais", emendas ao projecto e outras alcavalas. Deste total, os tão almejados e adorados fundos europeus apenas vão liquidar 1 milhão, 682 mil, 640 euros. Os restantes 93 mil 480 contos terão de ser pagos pela autarquia. Dinheiro para tremoços, por assim dizer... Ao nível a que chegou a dívida municipal, mais milhão, menos milhão...Os ricos que paguem a crise, proclamava a defunta UDP, nos idos de 70 do século passado.
A dita empreitada engloba a repavimentação da Cerrada dos Cães, a edificação nesse local de instalações sanitárias e uma cafetaria, um parque de estacionamento para nove autocarros (!!!) junto à fachada norte do Convento, o alargamento dessa estrada, outro parque de estacionamento, para 26 automóveis (!!!), a meia encosta, do lado direito de quem sobe, imediatamente antes do desvio para a Sra. da Conceição, o acesso desse parque à Cerrada dos Cães, a rede de saneamento e de condutas técnicas até à Praceta Infante D. Henrique (entrada da Mata), e a repavimentação das Calçadas de S. Tiago e dos Cavaleiros, esta última rebaptizada no projecto "de Santo André", vá-se lá saber por alma de quem...
Acontece que, na nossa humilde opinião, e pelas razões que adiante se explanam, à excepção da repavimentação da Cerrada dos Cães, das instalações sanitárias, do arranjo das duas calçadas e da rede de saneamento e demais condutas, tudo o resto é dinheiro deitado ao vento...que fará muito jeito à construtora. E não só...Isto por duas razões principais e uma acessória, (mas muito importante nesta altura), a saber: 1 - Por todo o lado, no mundo mais desenvolvido, a tendência é para afastar o mais possível o trânsito e o estacionamento de veículos dos monumentos, sabido como é que os gazes de escape são do mais nocivo que há para as pedras e/ou os tijolos. Assim se procedeu já, por exemplo, em Alcobaça, em Granada, no Mont Saint Michel,  na Grande Muralha da China ou em Machu Pichu. 2 - Os muito competentes cidadãos que se candidataram e foram eleitos para nos governarem devem ser dos poucos a fazer a sacrifício quotidiano de viver em evidente contradição. Por lado queixam-se amiúde de que os turistas visitam o Convento, mas a maior parte nem sequer pára na cidade propriamente dita. Por outro lado, vão providenciando no sentido de facilitar a tarefa desses mesmos turistas que não desejam parar na cidade, adjudicando mais e mais lugares de estacionamento gratuito e à ilharga do monumento. Quando o IC9 estiver concluído, e os os motoristas profissionais aprenderem o caminho direto entre a Venda da Gaita e o Convento, vai ser bonito vai! 3 - O trânsito e estacionamento estão a ser cada vez mais afastados dos monumentos-âncora, não só por causa da poluição, mas igualmente e sobretudo por razões comerciais. Trata-se de "obrigar" os visitantes a andar a pé, passando pelas ruas comerciais. Exactamente aquilo que tem vindo a ser aperfeiçoado nos grandes aeroportos. Em Bangkok ou em Madrid Barajas,  por exemplo, já é impossível alcançar qualquer terminal de embarque, sem atravessar antes uma quantidade de estabelecimentos, estrategicamente colocados nos corredores de passagem obrigatória. 4 - Até o ex-presidente Paiva sabia que assim era. Por isso falou no estacionamento na Várzea Grande e no comboio até ao Convento. Não é, de modo nenhum, a solução, devido à evidente falta de capacidade de escoamento, mas a ideia-base é essa. 5 - No ponto em que as coisas estão, com a decisão final a ser conhecida no próximo mês, e podendo vir a custar mais de 10 milhões de euros ao Município, não seria agora uma excelente altura para negociar uma nova solução-concessão, com enormes benefícios para ambas as partes?
Que enormes benefícios? Isso já faz parte do tal projeco que tenho para a cidade. Mas estou sempre aberto para conversar. Uma espécie de Teixeira dos Santos nabantino...

António Rebelo

9 comentários:

Anónimo disse...

Os políticos ainda não colocaram os pés no chão.
Continuam a viver nas nuvens e a projectar um mundo perfeito que já só existe nas suas "cabecinhas de algodão doce".
Ainda conseguem ser mais teimosos do que José Sócrates. Este, pelo menos já mudou a agulha do discurso...

Anónimo disse...

Mas não se vê que o trânsito vai diminuir, e muito, em Tomar ?
Ontem informei aqui que na Barquinha foi instalada a Loja Conservatória. Ora, a Barquinha é o ponto central da região. Hoje toda a gente reconhece, até que enfim, que, em vez de três hospitais, o melhor teria sido um único hospital na Barquinha, por ser central.
Muito bem. Tal centralidade dá à Barquinha potencialidades para absorver todos os serviços na região.
Quando os políticos avisaram que o triângulo Abrantes-Tomar-Torres Novas tinha acabado os tomarenses não acreditaram e continuaram a defender Tomar como capital dos serviços para a região, agora, começam a ficar descalços. E a procissão ainda vai no adro, a reorganização a sério ainda não começou.
Tomar perdeu a indústria, perde o comércio, vai perder os serviços, nunca mais arranca com o turismo, porque continua à espera de Godot.
E o Hospital ? Ja repararam nas mudanças que estão aocorrer em todo o País no sector hospitalar ?
O modelo (?) de desenvolvimento de Tomar deixa antever que o trânsito de viaturas, de pessoas e de bens vai diminuír muito em Tomar, que ficará com a paz dos cemitérios.
SÉRGIO MARTINS

Anónimo disse...

As únicas vias de comunicação necessárias em Tomar é para saír daqui para fora.
Amanhã, 23/10, na Lousã vai haver uma iniciativa sobre reflorestação patocinada pela Fundação Floresta Unida.
Tomar não sabe o que isso é, até nem pertence ao Pinhal.
Desenvolvimento é para os outros.
ALA DOS NAMORADOS

Anónimo disse...

Realmente vossa excelência é mesmo um retrato de Teixeira dos Santos (considerado o pior ministro das Finanças de toda a UE).

Cada vez que abre a boca é para dizer disparates. Pela conversa repetitiva que aqui coloca, já devia ter percebido que ninguém está para o ouvir. Nem sequer para levar a sério. Portanto, se "está aberto a conversas", fale com os seus botões. Não há melhor remédio !

Castanha Quente

Anónimo disse...

Pelo caminho que vamos fazendo, parece ter chegado o tempo ideal para o surgimento de um político que tenha a coragem de alterar os "dados" e começar a despedir os actuais políticos, agradecendo os seus préstimos através da entrega de um bilhetinho.
Já esteve mais longe. Quer gostem quer não gostem, já não me importa nada que surja uma figura tipo o António, o das Finanças, para acabar com esta bandalheira de incompetentes.

Anónimo disse...

Uns comem os figos.
A outros rebenta-lhes a boca!!!!!!!!

Anónimo disse...

A centralidade da Barquinha deriva da forma como foram desenhadas as vias A1 e A23. Tomar ficou logo fora de tudo. Como para o turismo "de qualidade" não convem haver fabricas, nem poluição, nem automóveis em demasia, assim chegámos ao "cemitério actual".
Quem puder, dirá: passem bem!
Pedro Miguel

Anónimo disse...

Para Castanha Quente:

Muito agradecido pelo seu sábio e amistoso comentário. Que lhe deve ter dado muito trabalho a redigir. Usar de início prosa tipo Assembleia da República, para logo a seguir enveredar pela linguagem de carroceiro analfabeto, não está ao alcance de qualquer cidadão. E mesmo preciso ser bem reles para conseguir descer tão baixo. Francamente, acha que é assim que a situação local pode melhorar? Qual é a sua intenção, afinal? Espalhar fel? Semear discórdia? Expandir má criação? Ou apenas enganar-se a si próprio, julgando que engana os outros?

Cordialmente,

A.R.

Anónimo disse...

Oh Professor, francamente, a castanha não esteve assim tão quente! O Senhor, hoje (talvez por ser domingo), é que está muito em estado de desgraça; valha-lhe a Senhora do que Precisar!