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Com o muro da entrada neste magnífico estado de conservação... |
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Com esta acolhedora entrada, que obriga qualquer cidadão a pôr a pata na poça... |
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Com um parque de merendas sem água, sem instalações sanitárias, nem drenagem adequada das águas pluviais... |
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Com os sumidouros do recém-instalado sistema de drenagem de águas pluviais neste magnífico estado de limpeza, logo após as primeiras chuvas... |
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Com o muro de suporte do talude adjacente ao Tanque da Cadeira d'El-Rei, do século XVII, neste estado lamentável, há mais de dez anos... |
Com tudo isto numa Mata Nacional, há muito votada ao abandono pela entidade que a tutela, a câmara resolveu de uma assentada, graças aos dinheiros de Bruxelas, via QREN/Paiva, requalificar o caminho pedonal cidade-castelo, destruir os sanitários existentes, substituídos por outros, modernaços e com balcão de recepção para requerimentos. Tudo pela bagatela de 190 mil euros = 38 mil contos. É ver para crer.
Terminada a empreitada do dito caminho pedestre, cuja utilidade ainda ninguém entendeu, excepto os senhores autarcas promotores de tão estranha iniciativa, aqui temos outra do mesmo género, igualmente patrocinada e paga pela autarquia, numa propriedade que nem sequer lhe pertence. Após variadas peripécias e alterações ao projecto, começaram as obras de requalificação da antiga casa do guarda da mata e sua adaptação a museu, ignora-se de quê e para quem. Num quatro assoalhadas mal amanhadas...
Sempre tão pronta a candidatar-se a estas e outras inciativas que só acarretam encargos, a autarquia não quer, não pode ou não sabe sequer exercer os seus direitos de "dona da obra". Ao arrepio das directivas europeias, não existe no local qualquer painel informativo. Ignora-se por isso o aspecto final do que dali vai sair, quem é a empresa adjudicatária, qual a data da adjudicação, qual o seu montante total, qual a data do início da obra, qual o prazo para a sua conclusão, quem são os técnicos responsáveis, quem é a entidade fiscalizadora, qual origem dos fundos, onde se pode consultar o projecto, ou para onde devem ser endereçadas as eventuais reclamações dos cidadãos. Tudo mesmo a pedir uma queixa directa para Bruxelas. Mas depois viriam lastimar-se que havia tomarenses mal intencionados, que só querem o mal da nossa terra. O costume, em suma. Até parece que estamos no Burundi...
Resta-nos portanto formular perguntas inocentes: Quem foi o autor de tal ideia? Quem apreciou e aprovou tais candidaturas em Coimbra? Quem ganha com tais obras supérfluas?
4 comentários:
Encontrei, neste domingo invernoso, ao dobrar da esquina coberta de galeria de uma dessas obras bem-feitas ainda no século passado, o amigo João; colega dos bancos de escola ali para as bandas da Quinta de Santo André e que, por força das circunstâncias e da labuta do dia-a-dia não via faz anos: ele, aqui por Tomar ficou, eu, para fora fui! (O João é um daqueles homens (anónimo, atento e antigo) interessado e sofredor pela sua terra e pelas causas da mesma).
Adiante fomos, numa das pastelarias sentámo-nos, e no conforto do quentinho de uma bica bem escaldada fui sabendo das novas velhas:
(Que alguém houve que tendo estado ao leme dos destinos do concelho, não terá conseguido fazer durante longos anos, mais que uma enfiada de obras asneirentas, as quais, dentre a pouca conformidade com o local e identidade tomarense, estarão, na sua essência, vacinadas por vírus do mal, que, desde mal executadas a desajustadas ao sítio e à idiossincrasia tomarense, ou, ainda pior, agonizadas com processos com peso de toneladas pendentes de decisões de tribunais que, a qualquer momento, poderão ribombar e fazer vacilar o edifício da Praça da República. Diz ele que, esse rapazola que foi presidente e que num instante se pôs ao fresco e sumiu para o bem bom dos filhos da política caciquista, terá deixado um fardo tão pesado para as terras tomarenses que não sabe se, três gerações, o virão a conseguir aliviar…?
Que, para mal maior, a actual estrutura instalada no poder local, gestora de tão pecaminoso e merecedor de castigo, legado municipal, não será, por si e pelos seus, a que melhores condições poderia reunir para, perante tão má, leviana, viciada, nefasta, perniciosa, bolorenta e prejudicial herança, criar sinergias, estudar, trabalhar, e pôr a estrutura municipal a resolver tudo o que de tão mau foi herdado desse zonzo.
Que, tendo assim herança tão pesada a resolver, difícil é, que não, leviano e assassino em, como se diz por aí, continuar a elencar projectos megalómanos só para, conjunturalmente, fazer gastar os dinheiros da Europa que dizem estão adjudicados, e que por o estarem e por mais nada, deverão ser gastos…)
Entre outras novidades de cor cinza de breu despedi-me do João na esperança sincera de, no próximo cafezinho – de preferência em dia de sol – , os sons e os tons desta terra virem a ser outros, mais condignos com a sua história e com as suas gentes que dela gostam!
devisita
Para devisita.
A sua prosa é bonita. A sua visão, como a da maioria dos comentários aqui expostos, é simplista.
Tomar tem pesada herança. É um facto. Já vem de há dezenas de anos. Mas, vê nas forças políticas, ou na maioria dos comentários aqui expostos, análises maduras e soluções para os problemas ? Não. Apenas vê, como agora se diz, tacticismos. Ataques pessoais, e pouco mais.
Perante tal quadro alguém acredita que hoje, ou amanhã com novo Executivo na Câmara, o Concelho de Tomar conseguirá alguns dos seus problemas resolvidos e alcançará o desenvolvimento ? Ninguém acredita.
Em Tomar não há política. Apenas politiquice. A política tem de se preocupar com os problemas do Concelho, com os internos à Câmra, e com as ligações à Sociedade tomarense. Nada disto existe. Quais as lgações com a muribunda ACITOFEBA ? Com o Politécnico ? Com as colectividades ? E com a Misericódia, entre outros ?
Há dias uma familiar de idade precisou de apanhar a vacina da pneumonia. Fui à Farmácia da Misericódia para aviar a vacina, e perguntei onde é que a pessoa a podia apanhar. Responderam-me que no Centro de Saúde. A pessoa disse-me que normalmente apanha a vacina na Farmácia onde a compra. Informei-me junto de um farmacêutico, que me disse que as farmácias, por lei, podem dar as vacinas, mas que a da Misericórdia normalmente escusava-se. Porquê? O presidente da Câmara não faz parte dos cargos directivos da Misericódia ?
Em Tomar anda tudo aos tiros, uns contra os outros. Não há coesão. Tomar está condenado a uma decadência constante. Prova disso são a maioria dos comentários aqui feitos.
Padeira de Aljubarrota
O que o João diz não me interessa, rapaz.
Para Padeira de Aljubarrota:
Nunca ouviu dizer que fraca liderança faz fraca a forte gente?
A decadência constante da cidade é um facto e não diria que os tomarenses "andam aos tiros", mas andam de certeza de costas uns para os outros. Instituições como a ACITOFEBA ou o IPT parecem moribundos. O presidente do politecnico disse publicamente que o instituto seria o que os tomarenses quiserem! Quer maior confissão de falta de liderança?
Os comentários deste blogue mostram é o desespero e a angústia de quem se lembra de um passado próspero e hoje assiste ao afundamento inglório de uma comunidade.
Padeira, precisa-se.
Pedro Miguel
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