terça-feira, 17 de janeiro de 2012

MESMAS CAUSAS, MESMOS EFEITOS


Apesar de não assinado ou de qualquer outra forma autenticado, o documento supra merece toda a confiança, tendo em conta os cidadãos que o enviaram por email. Publica-se por isso com todo o gosto, passando-se imediatamente ao comentário de enquadramento.
Aleluia! Aleluia! Aleluia! Afinal sempre é possível a união de todas as forças políticas nabantinas, em prol da cidade e do concelho. Agora só falta conseguir outro tanto na área mais restrita da autarquia, designadamente  no âmbito da actual crise sob a forma de um impasse geral. Haja esperança, que com boa vontade tudo se consegue. 
Tal como o Maio de 1968, quando a juventude ousou proclamar "Sejam realistas, peçam o impossível!", também o PREC de 1975 já foi há muitos anos. Está por isso deslocado e carece de fundamento aquele "Exigem" do ponto 2. Exigem em virtude de quê? Que se saiba, a  área da saúde é uma atribuição exclusiva do governo da República e dos governos regionais. Pelo que também não se entende lá muito bem aquela tirada do "acompanhamento pelos órgãos autárquicos de Tomar". Para baralhar ainda mais a situação? Será que os de Abrantes e Torres Novas tiveram direito ao tal acompanhamento? Se tiveram, não consta.
Indo agora à substância do actual momento. Entende-se a angústia da população e aceita-se a actuação das diversas forças políticas, na sua preocupação de não ficarem mal na fotografia, que as autárquicas serão o mais tardar em Outubro do ano que vem. Já ali adiante, por assim dizer... Lastimavelmente, tendo ou não total consciência das falsas esperanças que estão a alimentar, os que convocaram os sucessivos actos de protesto sem objectivos claros, estão de facto a conduzir os eleitores para uma situação de frustração, pois nada daquilo que reivindicam a esmo virá a ser atendido. Não porque que haja qualquer intenção de prejudicar Tomar, Abrantes ou Torres Novas por parte do governo, da administração do CHMT, ou de quem quer que seja. Apenas porque a actual situação do CHMT é insuportável por mais tempo, como se passa a demonstrar.
Embora sem hábito, opa ou avental profano, Tomar a dianteira teve acesso a informação classificada, ainda não totalmente estudada. Num primeiro e rápido sobrevôo, eis o já apurado: O défice do CHMT foi de 23,2 milhões de € em 2008, 24,1 em 2009 e 25,0 em 2010. Entre 2007 e 2010 o fornecimento de de medicamentos chegou aos 10,77 milhões de €, o que representa um aumento de 263%. Durante o mesmo período, os custos médicos subiram 134%. Em 2009 as horas extraordinárias dos enfermeiros corresponderam a + 356% em relação ao ano anterior. Finalmente, o controlo biométrico de assiduidade não é bem utilizado por alguns médicos e outros prestadores de serviços, não se sabendo assim com segurança se as horas pagas correspondem a presenças efectivas.
Cereja em cima do bolo, o mandato da anterior administração de 6 membros já terminara em 2009, mas a mesma manteve-se em funções até ao final de Dezembro de 2011, apesar de nunca se terem entendido ou agido como uma equipa coesa, com todos os prejuízos daí resultantes para o CHMT.
Nestas condições -e outras que a seu tempo não deixarão de vir a público- os signatários do comunicado ainda acham que o melhor é a "suspensão imediata do processo da chamada reestruturação do CHMT"? Com que objectivos explícitos e implícitos? É muito feio e moralmente condenável tentar iludir deliberadamente os seus semelhantes. Salvo opinião melhor fundamentada, a actual situação do CHMT é insustentável e só convém àqueles seus profissionais que não têm a consciência nada tranquila. Para os que saibam o que isso é.
Concluindo, perante factos indesmentíveis, no CHMT, no governo e na autarquia tomarense, os responsáveis não se mostraram à altura das funções. E como observou o Lavoisier, "as mesmas causas... ...produzem sempre os mesmos efeitos."  Uma dívida abissal do governo, um défice anual de 25 milhões no CHMT, um passivo de 80 milhões na autarquia. O governo foi substituído. A administração do CHMT também. Agora só falta mudar de autarcas executivos. Os políticos que temos estão à espera de quê? O problema do hospital só vai distrair o pagode mais uma semanita ou duas...

4 comentários:

alexandre leal disse...

É o que se chama por o dedo na ferida!

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

Pois claro que "sempre é possível a união de todas as forças políticas nabantinas"! Só interesses pessoais mesquinhos a podem impossibilitar.

Já tarda um entendimento para o executivo entre PSD-PS-INDP's até final do mandato.

Agora é o Hospital, àmanhã de manhãzinha é outra pérola da cidade, concelho e região: o IPT.

Sempre quero ver o que vão dizer as forças políticas quando o IPT for surrupiado a Tomar.... Está tudo a apontar nesse sentido.

Valha-nos a garantia dada pelo Dr. Rebelo:

"Não porque haja qualquer intenção de prejudicar Tomar, Abrantes ou Torres Novas por parte do governo".

Só que de intenções...

Avante com as Manifs! Marquem uma para o próximo fim de semana. Vou estar em Tomar e quero mandar uns berros:

-Miguel Relvas fora da política tomarense!
(O mais recente neocolonialista português).

Já agora....

Ontem só vi uns minutos do programa da peixeirada habitual da Fátima C.Ferreira, uma intervenção do jagunço neocolonialista. Desliguei a seguir.

Porquê?!

Enquanto ele falava tive as mesmas sensações e reações de quando, como militar em Angola (que CASTIGO!), de cana fina de bambu, assumia a minha vez na dianteira da Companhia em movimento, nos "fiotes"(1) de Cabinda, para deteção de minas de tração. Por cada palavra que saia da sua boca temia uma deflagração letal sobre a Diplomacia internacional portuguesa.

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(1)- "Fiotes" são caminhos das populações, abertos pelos elefantes no interior da mata do Maiombe (Cabinda). "Fiote" é também a denominação da Língua dos nativos de Cabinda. Para que conste....

Tomar Tótó disse...

O Hospital dá prejuízo? Pois dá. Em Torres Novas ou Abrantes dá lucro? Os hospitais privados dão lucro? Pois dão, porque o Estado mete lá dinheiro. As autoestradas privadas dão lucro mesmo sem passarem automóveis? Pois dão porque o Estado garante um mínimo de portagens mesmo que estejam desertas! O que se passa é que com menos serviços públicos, menos residentes há, e quanto menos houver maior é o defice de exploração. Fechem o ramal de Tomar da CP, o Politecnico, as esquadras da PSP e GNR, o Quartel, as Finanças, duas das três escolas secundárias. E pronto assim fica mais verba disponível para "apoiar" Abrantes, Torres Novas, Ourem, Barquinha, Entroncamento! Ou tal como está à vista que o "aperto do cinto" é só para alguns, também a "impossibilidade" de tantos gastos públicos é só para algumas cidades? Ou como o Medina Carreira, quando lhe falaram das reformas do Banco de Portugal mudou logo de conversa e disse que isso não tinha "peso" nas contas.
O autor do blogue que me desculpe, mas se as manifs. fossem pelo Alambor...

Anónimo disse...

Para o Tótó:
Não tenho que desculpar. Limitou-se a dar a sua opinião. Que os leitores se encarregarão de classificar.