domingo, 18 de setembro de 2011

Continuar a luta em prol do alambor templário do século XII

Graças à acção empenhada e à solidariedade de cidadãos de todo o país, que de todo o coração agradeço, já ultrapassou as mil e quinhentas assinaturas a petição em defesa do alambor do Castelo Templário. Ocasião para avançar mais achegas  documentais.

Em declarações publicadas no CM de anteontem, Corvêlo de Sousa voltou a garantir que se trata apenas de umas doze pedras, que foram guardadas e vão ser repostas. A foto acima mostra algo muito diferente. Por muito crédulo que se seja, convirá acrescentar, no mínimo, mais aquelas duas pedras que estão no chão, não tendo sido portanto guardadas. E depois há aquelas inquietantes estacas de madeira, a indicar que sem a acção decidida dos peticionários e dos jornalistas amigos do património, o que resta do alambor já teria ido para o Maneta.
Se a nossa luta vier a falhar, eis o que passaremos e passarão a ver todos os admiradores da obra dos Cavaleiros Templários e de Cristo. Em baixo um muro de betão do século XXI, forrado com mosaicos de pedra bujardada, como qualquer vivenda arrabaldina de novos ricos. A meio a construção filipina e do século XVII. Em cima o oratório templário. Coitada da Charola, que merecia mais sorte e sobretudo mais respeito.
Eis aqui, em todo o seu esplendor, a Venerável Casa da Ordem, que propiciou os meios e os homens que deram novos mundos ao Mundo. Já lá vão cinco séculos e como isso se nota!!!
A juntar ao problema do alambor e do muro em betão, temos também o do Coro Manuelino. Aquela rapaziada do IGESPAR cismou que tem de ser limpo, incluindo a Janela do Capítulo. Debalde tenho escrito que se trata de uma monumental asneira, ainda por cima muito perigosa. Retirando a velha patine que protege os poros do calcáreo contra a poluição nomeadamente contra as chuvas ácidas, uma eventual limpeza provocará a médio prazo estragos irreparáveis. Além de não fazer qualquer sentido, tanto do ponto de vista histórico como esteticamente, ter uma construção com uma cor "nova", ao lado da Charola do século XII.
Pois contra ventos e marés, perante a usual indolência dos tomarenses, avançaram com uma limpeza experimental, na verdade uma lavagem, bem visível na foto, entre a Charola e o primeiro botaréu. Custou perto de 100 mil euros, foi contratada por ajuste directo e foi a própria empresa que elaborou o caderno de encargos. Muito curioso, realmente.
Mais curioso ainda é que tanto o IGESPAR como a directora interina do monumento têm insistido na existência de líquenes que danificam gravemente a pedra. Dado que a construção manuelina data de 1515 e não se lhe nota qualquer dano causado pelos musgos da patine, tudo indica que deverá tratar-se de algum fungo do tipo glutão, que terá aparecido um pouco por todo o país ao mesmo tempo que os fundos da União Europeia. Eis um caso muito interessante, tanto para os biólogos como para a minha prima Judite.

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