sábado, 3 de setembro de 2011

Corrigindo erros intencionais...

Foto 1 -  A escavação, vista no sentido noroeste/sudeste


Foto 2 - A escavação, vista no sentido nordeste/sudoeste. No solo e no primeiro plano, as pequenas estacas indicam a linha de implantação do muro, a mais de um metro do talude escavado. Para quê?

 Foto 3 - Pedra proveniente da escavação e despejada num terreno junto à Estrada do Casal do Láparo, sem qualquer espécie de protecção.
 Foto 4 - O muro de suporte em pedra aparelhada, feito aquando da abertura da estrada nacional, nos anos 30 do século passado.
Foto 5 - Vista da obra no sentido noroeste/sudeste. Do lado direito, a parte do alambor que escapou. Ao meio o enorme e estranho vazio entre a cofragem e o talude, a tornar indispensável o escoramento de tardoz. Para quê? Reparar na estaca-mestra, a indicar que a continuação do muro implicaria a destruição da parte inferior do alambor, a que se seguiria o resto, não fora a inicial denúncia de Tomar a dianteira e, sobretudo, a rápida e generosa ajuda dos portugueses de todos os cantos do país, desencadeada por Margarida Pardal. Bem hajam todos!

Foto 6 - O muro como está neste momento, visto de nascente para poente. Do lado esquerdo, convém notar que afinal o muro em vez de alargar, avançou um pouco em relação ao seu antepassado de 1930.
Foto 7 - A notícia da Hertz, a demonstrar que os jornalistas são involuntariamente influenciados pelas despudoradas tentativas de embuste dos principais responsáveis locais pelo desastre -a Câmara e o IGESPAR

Fotos 8 e 9 - Ampliações do desenho conhecido como da "Viagem de Cosme de Médici a Portugal", de 1619. À direita, a torre homóloga da de Dª Catarina, no extremo oposto. O alambor agora posto à vista será o indicado pela linha vermelha. Copiadas e ampliadas a partir do blogue THOMAR, a quem agradecemos.

O texto que segue foi originado pelo noticiário da Hertz, reproduzido na foto 7, com os nossos agradecimentos. Conheço os jornalistas da casa e sei por isso que procuram sempre ser honestos na medida do possível. Como acontece comigo. Os espanhóis têm uma expressão que me parece mais adequada à circunstância: honestos "hasta lo que cabe". Neste caso, o autor da notícia foi contaminado, sem disso se dar conta, pela vergonhosa campanha de intoxicação desencadeada e mantida por quem, pelo contrário, tinha e tem estrita obrigação de defender o património local e os interesses dos tomarenses.
Escreve o jornalista que "...Uma imagem vale mais que mil palavras...parte da estrutura templária foi...destruída acidentalmente (negrito nosso), fazendo com que algumas pedras (idem) saíssem do local." E o os leitores, embevecidos, ficam a ver as pedras ali colocadas à quase nove séculos, saindo do local pé ante pé, de pantufas para evitar barulho... Adiante.

OS FACTOS, EXPLICADOS POR IMAGENS

Afirmação dos responsáveis autárquicos e outros: Ninguém sabia, nem podia saber que estava ali parte do alambor. Resposta argumentada e ilustrada: É inteiramente falso. Os que realmente conhecem Tomar e o seu património sabiam bem que havia por ali importantes vestígios da fortaleza templária, conforme demonstram as fotos 8 e 9, copiadas do blogue THOMAR, a quem agradecemos.
Afirmação dos mesmos prevaricadores: Foi um simples acidente, involuntário que logo se procurou remediar na medida do possível. É falso. As fotografias demonstram que a princípio terá na verdade havido um simples acaso, por nítida insuficência do projecto, mas depois houve a intenção deliberada de destruir os vestígios da destruição. Não é preciso ser investigador do FBI, Moita Flores ou simples agente da PSP local para concluir perante as fotos 1, 2, 5 e 6, que esse foi o principal móbil daquele buraco agora existente entre o muro e o talude que supostamente visa proteger.
Afirmação do presidente da Câmara Municipal, dona da obra em nome dos tomarenses e do povo português: Foram só 6 ou 7 pedras, meio metro quadrado de alambor. É falso e o autor da afirmação sabe bem que se trata de uma redonda mentira. As tais 6 ou 7 pedras são as que se vêem na foto  3. Por outro lado, as fotos 1, 2 e 5 demonstram, até prova em contrário, que o alambor foi destruído em toda aquela extensão, primeiro por gente que não sabia o que estava a fazer, por não estar no local nenhum arqueólogo e porque o projecto parece ter ido feito em 6ª velocidade, para não deixar fugir os dinheiros europeus, mas depois parece ter havido a nítida intenção de apagar os vestígios do "crime". Se assim não foi, qual a justificação plausível para o intervalo de mais de um metro entre a parte de trás do muro de betão e o talude escavado?

O  QUE REIVINDICA TOMAR A DIANTEIRA

Primeiro a denunciar a tramóia, Tomar a dianteira, sempre tem sido claro desde o início. Aquilo que se pretende é simples, lógico, visceralmente honesto, vertical e fiel à herança templária:
A - Suspensão imediata das obras de construção do muro de betão.
B - Derrube dos muros de betão já existentes naquela zona.
C - Alteração do projecto, de forma a que o pretendido alargamento da via seja feito para norte, no terreno já expropriado, pelo menos em parte.
D - Terraplanagem do terreno expropriado do gaveto norte, que tornará redundante qualquer muro de suporte, mesmo o que acaba de lá ser erguido.
E - Escavação cuidada e acompanhada por arqueólogos competentes de toda a zona do lado sul da via, entre o talude nascente da rampa de acesso ao ex-Hospital Militar e a Portaria Filipina.
F - Reposição do alambor já destruído e requalificação do que vier a ser encontrado durante as escavações.
G - Supressão do previsto parque de estacionamento para autocarros, encostado à parede da fachada norte do monumento, que constitui uma autêntica aberração, tendo em conta o par poluição/protecção, que não está a ser minimamente considerado, pois a tendência europeia e nacional (Alcobaça, Batalha, Évora, por exemplo) é exactamente a oposta: afastar tanto quanto possível o trânsito automóvel e o estacionamento dos monumentos, devido ao CO2 dos escapes, sobretudo dos motores diesel, como os de todos os autocarros.
Só cumpridas todas estas condições e anunciado publicamente o seu acatamento, estarei em condições de aceitar as obras em curso e de aconselhar a todos os que a nível nacional fazem o favor de apoiar generosamente esta nobre causa, que podem cessar o seu civilizado protesto.
Citando  António Barreto: Eis quanto!

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