terça-feira, 13 de setembro de 2011

SMAS -Mais um mistério tomarense

Os SMAS, Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento, não são uma empresa municipal.Tal é pelo menos o entendimento da actual liderança autárquica, conforme mencionado na imprensa de ontem. De acordo com os resultados de um inquérito a nível nacional, publicados ontem no jornal i, dos 308 municípios questionados, 200 responderam dizendo não ter empresas municipais. Entre eles, de acordo com o mapa publicado pelo mesmo diário, está o de Tomar.
Temos por conseguinte uma entidade oficialmente registada como SMAS, com Presidente, Conselho de Administração, Director Executivo, Quadros Superiores, Quadro de pessoal,  Orçamento próprio, autonomia financeira, definição de objectivos, preocupação de rentabilidade ou, no mínimo, de equilíbrio financeiro. Apesar de todas estas características empresariais, afirma a edilidade que não se trata de uma empresa municipal. Então é precisamente o quê? Qual é o membro do executivo que supervisiona em permanência aqueles serviços municipais, uma vez que juridicamente é disso que estamos a falar?
Outro aspecto curioso. Em conjunto com a água, a taxa de serviço, a taxa de saneamento e o IVA, cobram os serviços igualmente uma confortável taxa de "resíduos sólidos", que depois é transferida para a autarquia, uma vez que a popularmente designada "recolha do lixo" é assegurada pelo pelouro de Higiene e Limpeza. Muito bem. E porque não hão-de ser os SMAS a encarregar-se também da dita recolha do lixo e da limpeza das ruas e outros espaços públicos? Não são tarefas de saneamento?
Os habituais leitores mais manhosos, sempre de pé atrás e atrasados na formatura geral, já devem estar algo impacientes, porque ainda sem resposta para a costumeira pergunta: "Mas aonde é que este gajo quer chegar com este relambório todo?" É simples, caro leitor. Podia ser que, uma vez tais tarefas entregues aos SMAS, a merda de cão passasse a integrar os "resíduos sólidos", e portanto a ser recolhidos todos os numerosos pastéis da cão que ornamentam em permanência  as artérias e espaços verdes da urbe.
Falta de civismo da população? Concerteza. Mas isso não nos ajuda nada a resolver o problema nojento e nauseabundo, próprio de vilórias terceiromundistas. E mesmo assim, nem todas!
Mas se calhar será melhor continuar a aguardar a invenção de um aditivo milagroso, que consiga pôr os caninos todos a defecar água mineral...Com os tomarenses nunca se sabe!

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