É recorrente nas empreitadas da autarquia. Provavelmente nos outros concelhos será semelhante. Falo da destruição de infraestruturas recentes e em bom estado, logo a seguir substituídas por outras homólogas; ou da sobreposição de equipamentos, sendo os mais antigos retirados posteriormente, como acontece no caso da iluminação pública. Na Rotunda, sucedeu com o tanque central, os colectores de saneamento e os repuxos; no Mouchão e na Várzea Pequena com o sistema de rega e de drenagem. Cá fora foi-se o tradicional estacionamento para autocarros Na Mata, foram as instalações sanitárias, para logo edificarem outras ao lado. Na Estrada do Convento, o passeio e a rede de saneamento, tudo de há apenas 3 ou quatro anos, já foram à vida. Na Cerrada dos Cães, abandonam-se as anteriores retretes subterrâneas, para edificar outras quase ao lado...igualmente no subsolo. No pobre do ex-estádio, a pretexto de lhe acrescentarem um corredor na pista de atletismo, foram-se as bancadas, foram-se os balneários e foi-se a relva natural.
Agora na Estrada de Coimbra a história repete-se. Canalizações de água com menos de meia dúzia de anos, em plástico e em perfeito estado de funcionamento, são arrancadas e substituídas por outras, igualmente de plástico. Quanto à iluminação pública, a foto é assaz eloquente. Ali ao lado da Praça de Touros há candeeiros de três modelos, correspondendo cada um destes a uma empreitada diferente. Ironicamente, uma das poucas infraestruras poupadas -a antiga ligação telefónica entre o RI 15 e o Quartel General, com o emblema do castelinho e o acrónimo STM = Serviço de Transmissões Militares- podia e devia ter sido retirada, pois já não serve rigorosamente para nada há mais de 30 anos. Desde que o QG foi transferido para Coimbra, alguns anos antes de ser extinto.
Perante tudo isto, ou estou a ver mal, ou quem elabora tais projectos devia ter vergonha, quem os aprova devia ter vergonha, quem os apresenta para adjudicação devia ter vergonha, quem vota em semelhantes criaturas devia ter vergonha. A vida custa a todos, bem sei, mas há princípios com os quais não se pode transigir. Se calhar estou mesmo a ver mal!
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