quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Principais temas da actualidade local



A compra da falida Freitas Lopes pela Madeca é notícia de primeira página no TEMPLÁRIO, constituindo uma excelente ilustração da inversão de tendência que está a ocorrer de forma bastante acelerada na economia regional. Na segundo metade do século passado, enquanto em Tomar se vivia bem, sobretudo graças à considerável população militar, Vila Nova de Ourém era pouco mais que o  far west. Ainda havia gente a dormir no meio da palha, junto com os animais, almoçando-se muitas vezes pão de milho com cheiro a toucinho.
A extrema miséria forçou milhares a procurar na emigração dias mais felizes. A maior parte para França e a salto, que é como quem diz sem passaporte e passando a fronteira clandestinamente. 60 anos mais tarde, as diferenças são gritantes. Tomar definha a olhos vistos, idos que foram os militares de antanho. Ourém, pelo contrário, cresce a olhos vistos, sendo já em termos populacionais o 2º concelho do distrito, enquanto que na área económica, apesar da crise, em Caxarias, por exemplo, não há desemprego. A França facultou aos emigrantes todos, mesmo aos que regressaram, uma outra visão da vida. Ensinou-lhes que cada qual deve cuidar de si, em vez de aguardar o empregozinho na função pública ou a ajuda do Estado. Por isso foi a Madeca a comprar a Freitas Lopes falida, e não o inverso.
Na sua habitual e percutante colaboração em CIDADE DE TOMAR, António Freitas aponta desta vez os "bate-palmas" da Festa dos Tabuleiros, os turistas à brocha para chegar ao Convento, a pedra pintada pelas Estradas de Portugal na ponte de Alviobeira, as obras do IC3 e...as ervas no alambor do Castelo dos Templários, porque parece só haver dinheiro para limpar a Janela do Capítulo, uma parvoíce que nos cobre de ridículo por essa Europa fora.
Destaque também para as crónicas de Jorge Franco e António Alexandre, ambos de regresso à política activa a nível local. O antigo vereador confessa-se céptico em relação às hipóteses dos socialistas tomarenses, nomeadamente devido à evidente dificuldade para abandonar velhas práticas que já há muito mostraram os seus limites. Sendo certo que o próximo executivo -qualquer que ele seja- terá forçosamente de olhar de outro modo para as freguesias; de estar genuinamente ao serviço dos eleitores e dos potenciais investidores e deixar-se de megalomanias, há que reconhecer desde já que tal não é suficiente para atrair pessoas e actividades. Para isso é indispensável reduzir taxas e preços, simplificar burocracias e descer à terra, deixando de considerar os outros como uns pobres labregos ignorantes, quando afinal... É  evidente que a arrogância  nos vai matando pouco a pouco, porque já ninguém está para aturar as nossas pancadas, de ex-ricos à custa do Estado, que entretanto está com extrema falta de ar. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades...o Camões era zarolho mas via bem longe!

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