domingo, 11 de setembro de 2011

Detalhes a ter em conta...


Colado na montra da ex-Gráfica de Tomar
Colado na montra do ex-BES, na Corredoura

Recomendou-se no post anterior que não convinha começar já a deitar foguetes, por ter sido fraca a participação na concentração e defesa do alambor, prometendo-se alguns detalhes a ter em conta. Ei-los:

1 - A presente e circunstancial maioria autárquica está muito preocupada com o clima político local. Ia a escrever "acagaçada", que seria mais justo, mas pronto, fiquemo-nos pela grande preocupação. A prova disso reside no facto de, após ter dificultado ao máximo a obtenção de informações, mesmo por parte dos jornalistas profissionais que exercem em Tomar, Corvêlo de Sousa se ter visto forçado a fazer de figurante numa visita guiada. Após o que, perante a anunciada concentração no local, providenciou no sentido de taparem o "corpo do delito", como se vê na foto supra. Numa atitude semelhante à das crianças do século passado, que quando faziam qualquer maroteira, procuravam escondê-la para não lhes baterem. Detalhe significativo, por conseguinte. Apesar de ser quase certo que, quando e se questionado sobre o assunto, alegue tratar-se de proteger o alambor posto a descoberto. Pois!
2 - Uma vez que se acaba de escrever sobre a transitória maioria coligada, cabe lembrar que ela se mantém, não por convergência política, que nunca existiu, mas apenas por identidade de interesses. Dos 5 membros que a compõem, 3 não conseguiriam auferir fora da autarquia sequer metade dos seus actuais réditos mensais. E estou a ser condescendente... Nestas condições, compreende-se que continuem a aprovar tudo e mais alguma coisa, desde que cada dia e no final de cada mês...
3 - Na sessão de 4 de Agosto, a autarquia aprovou por unanimidade dos presentes a contratação de novos empréstimos bancários num total ligeiramente superior a 2 milhões de euros. Pouco mais de um mês volvido, na sessão do passado dia 8, aprovaram novo empréstimo, cujo montante não foi revelado, (como já vem sendo costume), mas que se supõe da mesma ordem de grandeza, ou seja mais 2 milhões de euros. Temos portanto, se a assembleia municipal, que deverá reunir-se ainda este mês, for na conversa do executivo, empréstimos de 4 milhões de euros = 800 mil contos. Conhecida a situação orçamental do país, para pagar quando?  Com que recursos?
4 - Quais foram as vantagens para os eleitores de todo o concelho das obras do Flecheiro, do ex-estádio, do Mouchão, da Várzea Pequena, da Rotunda, da Tenda-mercado, da Casa do Guarda da Mata, do Pavilhão, do parque de estacionamento junto ao campismo, da parque T, dos Paços do Concelho e dos SMAS?
5 - Foi a seguinte a evolução da votação autárquica conseguida em Tomar pelo PSD, na primeira década do novo século: 2001 = 15.161; 2005 = 9.993; 2009 = 7959. Há alguma razão para que em Outubro de 2013 os tomarenses voltem a confiar nos social-democratas? Será o senhor Carlos Carrão um candidato vencedor? A situação local é agora ou será então melhor?
6 - Além dos detalhes anteriores, há um outro que convirá ter em conta, pois tudo indica que virá a ser determinante. Na reforma da Lei Eleitoral para as Autarquias, cujas grandes linhas já foram anunciadas por Miguel Relvas, nas próximas autárquicas estará em vigor a eleição tipo póquer -o vencedor ganha tudo e decide. Noutros termos, o candidato mais votado será o presidente da autarquia, escolhendo os seus adjuntos (os actuais vereadores) entre os eleitos da assembleia municipal, nada o obrigando a limitar-se aos da sua lista, salvo futura determinação legal em contrário, que seria um absurdo jurídico. Deste modo, adeus coligações, adeus gamelas, adeus mordomias, uma vez que os deputados municipais poderão  criticar, pressionar ou até derrubar o executivo, mas nunca estarão "a tempo inteiro" ou "a meio tempo", uma vez que não serão remunerados. Vai ser divertido. Pode ser até que, a partir de então Tomar acorde, deixando a pouco e pouco de ser uma simples plantação de abóbaras bípedes. Já não será sem tempo!

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