quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Principais temas da semana



Abro com uma nota prévia: Para mim, temas principais são aqueles que ainda vale a pena agitar, de forma a poder encontrar-se uma solução vantajosa para Tomar. Nesta conformidade, os factos consumados não me merecem referência, pelo simples facto de já não adiantar epilogar sobre tais assuntos. Nunca gostei de violas atrás de enterros.
O que me traz ao caso do alambor. Ambos os semanários locais referem a concentração com muito pouca gente. CIDADE DE TOMAR chega até a explicar essa circunstância com a tradição nabantina, referindo "uma terra de gente acomodada... ...que não se mexe para nada." Ainda assim, a adesão à petição nacional sobre o mesmo assunto não pára de aumentar, ultrapassando já as 1.250 assinaturas. Nestas condições, meus caros conterrâneos, se não querem vir a sentir-se ainda mais envergonhados, deixem-se quanto antes de atitudes mesquinhas. Abram-se ao mundo e à modernidade. Subscrevam quanto antes a petição para a protecção e requalificação do alambor templário, começando por clicar aqui.
Ainda na área do património local, ambos os semanários noticiam a visita guiada por Corvêlo de Sousa às obras do futuro complexo museológico da Levada, que segundo afirmou estarão concluídas antes do verão de 2012. Na reportagem d'O TEMPLÁRIO, uma magnífica foto mostra o mais recente achado, no local entre o ex-refeitório de FMG e a Central eléctrica, conforme já aqui foi referido ontem.
Tendo entretanto lido as declarações do presidente da câmara, o socialista Hugo Cristóvão mostra-se uma vez mais alarmado e inconformado com tanta falta de atempada fundamentação operacional e organização técnica, num texto cortante que pode ser lido aqui.
Dois outros temas, que ainda vão dar muito que escrever, são noticiados de forma discreta e só em CIDADE DE TOMAR. Trata-se da cedência de um espaço municipal para sede provisória do União de Tomar e das taxas de juro exorbitantes exigidas pela banca para emprestar à autarquia montantes destinados a pagar o remanescente das empreitadas financiadas a 80% pela União Europeia.
Em relação ao primeiro, parece-me extremamente preocupante que eleitos da área forense se deixem arrastar por paixões desportivas, acabando por debitar enormidades jurídicas, do tipo "As colectividades são todas importantes, não se põe isso em causa. Mas a história do U. de Tomar, do Sp. Tomar, da Gualdim Pais e da Nabantina...são completamente diferentes." (Cidade de Tomar-Centro Desportivo, página 2) Afinal, em que ficamos? São todas importantes? Ou, parafraseando Orwell,  no Triunfo dos porcos, são todas importantes, mas há umas mais importantes que outras?
Ainda sobre a mesma questão, incomoda constatar que uma mesma formação política por um lado "alerta para a gravidade da situação financeira do município" (página 20 de CT), mas por outro os seus eleitos não hesitam em pressionar a autarquia para que venha a ter de suportar mais despesas, nomeadamente de electricidade, água, limpeza e manutenção, ao ceder um espaço municipal para sede de uma colectividade, por muito venerável que esta seja. Tanto mais que o município cede gratuitamente espaços que lhe pertencem, enquanto paralelamente paga avultadas somas a título de aluguer, por outros espaços para instalar os seus próprios serviços. Fará isto algo sentido? É gastando mais que se economiza?
O outro tema tem algo de irónico e vem também na página 20 de CT. Numa declaração de voto, os eleitos socialistas mostram-se agastados com "os spreads pedidos pelas entidades bancárias que responderam, entre 7% e 7,5% [+ a taxa básica], que são quase usurárias", pelo que recomendam ao executivo que contacte o órgão governamental competente, no sentido de se conseguirem condições mais vantajosas para os empréstimos municipais destinados a completar ajudas europeias. Lê-se e tem-se alguma dificuldade em acreditar. Esta gente vive em que mundo? Então numa altura em que a banca portuguesa se não  consegue sequer refinanciar no mercado, ao mesmo tempo que o governo procura cortar o mais possível nas despesas das autarquias, os dois vereadores socialistas acham ser boa oportunidade para solicitar bonificações? Nunca ninguém lhes ensinou que jamais se deve falar de cordas em casa de enforcados? É assim que pretendem ajudar a relativa maioria com a qual estão coligados? Ou trata-se apenas de uma tentativa de rasteira?

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