sexta-feira, 2 de setembro de 2011

E insistem! E insistem! E insistem!

Todos já ouvimos na TV aquela publicidade de uma conhecida marca de pilhas -E duram! E duram! E duram! Pois a ilustração supra dá a conhecer mais um caso semelhante. Duas criaturas com responsabilidades locais, uma eleita, outra nomeada interinamente, insistem! insistem! insistem! naquilo que sabem muito bem não corresponder à verdade factual. É tão evidente que até o jornalista de serviço não resistiu e afoitou-se: "Como é óbvio, uma imagem vale mais do que mil palavras. Ou seja, parte da estrutura templária foi de facto destruída acidentalmente..." É assim tão difícil assumir os factos? Para quê tanta tentativa de embuste?
"Foi uma descoberta histórica para Tomar"? Terá sido. Mas só para quem não seja tomarense, bom conhecedor da história local ou historiador competente. Os outros já sabiam que havia ali vestígios do Castelo Templário, como de resto escreve o vereador Luís Ferreira, no seu blogue vamosporaqui.

Dado que entretanto, por causa do citado acidente de lesa-património, veio a Tomar o Secretário de Estado da Cultura, José Viegas, justo é que se realce o único benefício que nos ficou da sua visita algo desenquadrada da realidade. Conseguiu-se finalmente uma vedação tosca para a  tosca escadaria de acesso provisório ao Castelo e ao Convento, salvo para quem chegue pelas Calçadas de Santiago ou dos Cavaleiros. Sendo embora alguma coisa, convenhamos que é extremamente pouco, para uma visita que já não acontecia há mais de 5 anos, se não erro.
Ido o SEC e o séquito, eis o muro para o qual tive alguma dificuldade em encontrar designação, uma vez que já temos o da vergonha, na margem do Nabão, e o mijatório, junto à Rotunda. Resta portanto "Muro dos intrujões", cabendo aos leitores determinar quem são: os defensores do património? ou os defensores de "uma descoberta histórica para Tomar"?
Como se constata por estas fotos, caso os defensores do património nada consigam, passaremos a ter em Tomar um monumento Património da Humanidade, com uma falda estilo Le Corbusier, da época da Capela de Ronchamps. Com o devido respeito pelo célebre arquitecto suiço, que certamente teria recusado apadrinhar semelhante salada. Porque o futuro próximo é agora perfeitamente  previsível. Vamos ter  a amostra de alambor enquadrada a betão de ambos os lados, quiçá até por cima, e com uma vitrine em acrílico, a pretexto de a defender dos vândalos. Vai uma aposta? Nesta terra há gente capaz disso e de bem pior. Enquanto a fachada da Sala dos Cavaleiros, como se vê nas fotos, está cada vez mais leprosa, naturalmente por falta de verbas. Situação intrigante esta. Para o betão há. Para pequenas obras de restauro não. Porque será?

Como grande concessão aos arreliadores defensores do património, até já se fazem nas proximidades ensaios de revestimento. À esquerda mais clássico, à direita mais rústico. Digam lá se não vai ficar lindo! Em Las Vegas, Bangcoque ou Macau é assim que se está a fazer...para depois se poderem vender apartamentos "em imóvel de pedra aparelhada". Pois então!

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