quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Principais temas da actualidade local



Quatro temas ocupam a primeira página do CIDADE DE TOMAR, dois políticos e dois de ocorrências várias. Quanto aos políticos, destaque naturalmente para a conturbada questão do alambor destruído. Na sexta-feira passada, os jornalistas locais participaram numa visita guiada às obras junto ao Castelo e Convento de Cristo, que antes haviam solicitado por carta ao presidente da câmara, conforme aqui foi noticiado. O evento teve como guia a directora interina do Convento, arqueóloga de profissão, há poucos meses transferida da Fortaleza de Sagres para as margens do Nabão.
Não espanta por isso que a sua interpretação histórica da realidade tomarense seja por vezes assaz original e até caricata. Exemplo, colhido no CIDADE DE TOMAR, "...até 1918, a entrada para o hospital fazia-se pelos Paços Manuelinos, tendo sido mais tarde a entrada alterada, pois não era de bom tom "misturar" militares doentes com os visitantes." Que se saiba, nunca alguém avançou com semelhante explicação, sendo certo que a única entrada nos Paços do Infante, mais tarde de D. Manuel, à esquerda da antiga enfermaria conventual, foi usada só para acesso à Estação de Rádio Militar. Mas se a ilustre arqueóloga tem ou sabe de documentos que provem o contrário, serão sempre bem vindos. Contra factos...
Numa outra passagem, não se sabe por que carga de água, uma vez que nada tem a ver com as obras camarárias, a transitória guia de um monumento património da humanidade, cuja entrada custa 6 euros, sem direito a visita guiada, resolveu falar da já célebre ideia de limpeza da Janela do Capítulo e respectiva fachada. Segundo a respeitável senhora, citada por CIDADE DE TOMAR, "a Janela do Capítulo e toda a nave manuelina vão ser, brevemente, alvo de limpeza a fim de serem retirados os líquenes...que estão a destruir o monumento, pois fazem "a pedra adoecer". Na sua opinião...estas partes não vão ficar pior pois "o que os líquenes destroem é muito mais grave."
Dado que a senhora não parece ter explicado porque razão durante mais de quatrocentos anos os líquenes nunca causaram quaisquer danos e agora, assim de repente, desde que há fundos europeus, parecem ter-se tornado devoradores, ou predadores de pedras. Não haverá qualquer equívoco vocabular? Cá para mim, poderá antes tratar-se de links, em vez de líquenes, com empresas especializadas, com ajustes directos, com retornos, com a crise e a falta de empreitadas...Se calhar, digo eu, até ficaria muito mais barato aos contribuintes e seria bem melhor para o país que o próximo "alvo de limpeza", para usar a expressão da senhora, fosse o próprio IGESPAR. Mas uma limpeza mesmo a sério, assim do tipo das velhas barrelas. 16 milhões de euros anuais + o produto das entradas, para gerir de forma deficiente 7 monumentos, só em Portugal, enquanto a Troika não abrir os olhos, como está agora a acontecer na Grécia. Tarde é o que nunca vem!
Vale a pena ler igualmente, quanto antes, as notícias sobre a altercação Pedro Marques/Luís Ferreira na reunião camarária de hoje, bem como os comentários do vereador socialista àcerca do recente comunicado do PSD local. Dificilmente alguma vez os laranjas voltarão a aliar-se com os rosas... Tudo para ler aqui.

1 comentário:

FUNICULIN disse...

Com a devida vénia ao Jornal SOL de hoje, aqui fica uma notícia que pode interessar aos "bem instalados" da Câmara Municipal de Tomar.Vão-se acautelando que a torneira da "boa vida" vai-se fechando a pouco e pouco.
E depois é este Blogue que é má língua.

O Governo vai propor, no âmbito da reforma da Administração Local, uma redução dos dirigentes municipais para cerca de metade, com a qual espera poupar anualmente 40 milhões de euros, disse à Lusa fonte oficial do executivo.
De acordo com a mesma fonte, esta proposta está incluída no Documento Verde que o Governo vai apresentar à Associação Nacional de Municípios, à Associação Nacional de Freguesias e à sociedade em geral como base para um debate sobre a reforma da Administração Local.

Segundo os dados do Executivo disponibilizados à Lusa, existem actualmente 70 dirigentes superiores (directores municipais), 563 dirigentes intermédios de primeiro grau (directores de departamento e equiparados) e 2.504 dirigentes intermédios de segundo e terceiro grau ou inferior (chefes de divisão e equiparados), o que dá um total de 3.137 dirigentes.

O Governo pretende alterar os critérios quanto ao número de dirigentes por habitante, de forma a que os dirigentes superiores sejam no máximo 35, os dirigentes intermédios de primeiro grau não ultrapassem os 196 e os dirigentes intermédios de segundo e terceiro grau sejam no limite 1.264, totalizando 1.495 dirigentes.

Se o objectivo do Governo se concretizar, passará a haver menos 1.642 dirigentes municipais, o que corresponde a uma redução de 52 por cento.

«A poupança anual estimada com esta redução de dirigentes é de 40 milhões de euros», disse fonte oficial do executivo.

A mesma fonte referiu que a reforma da Administração Local em curso está organizada em quatro pilares, setor empresarial local, organização do território, gestão municipal e democracia local, e que a redução dos dirigentes municipais superiores e intermédios se insere neste último eixo.

O projecto de resolução com as linhas gerais desta reforma foi aprovado hoje em Conselho de Ministros.

Em conferência de imprensa, a seguir à reunião do Conselho de Ministros, o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, afirmou que o Governo pretende concluir a reforma da Administração Local em 2012.