quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Principais temas da actualidade local



Quando a petição nacional  para a defesa e restauro do alambor templário vai já nas 2087 assinaturas, a imprensa local nem sequer refere o assunto. Resta aguardar como vai decorrer a Assembleia Municipal de amanhã, a partir da 15 horas, à qual os tomarenses se vão abster de assistir, conforme é tradição, que tão bons resultados nos tem dado.
O principal tópico da semana nos dois semanários é a anunciada reforma administrativa do concelho, que vai implicar a supressão de pelo menos metade das freguesias. Dada a complexidade e melindre do assunto, fica para o post de amanhã de manhã, altura mais propícia para digestões difíceis.
No CIDADE DE TOMAR, António Freitas assina variada colaboração, toda sobre temas já aqui antes abordados. Na página 3, relata-se a intervenção de Américo Costa, do Grupo Aqua, na última reunião do executivo, protestando contra o corte das árvores junto aos lagares da Levada e a tarifa de contador, cobrada pelos SMAS.
O vereador Carlos Carrão afirma que "o encerramento das extensões de saúde não pode ser decidido à revelia das autarquias e que qualquer alteração deve ter em conta o benefício das populações." Está cheio de razão. Porém, infelizmente para ele e para todos nós, doravante a realidade é outra, com outras exigências. Devido aos nossos erros anteriores, agora e daqui para a frente, qualquer alteração deve ter em conta, por esta ordem,  as imposições da troika, as disponibilidades orçamentais, a indispensável redução de custos, e só depois o benefício das populações. É no que deram as farturas...
São quatro os tópicos importantes n'O TEMPLÁRIO: As eleições da Misericórdia, A Festa dos Tabuleiros e o Turismo de Portugal, Os Lagares da Levada e uma crónica de Carlos Carvalheiro. Posto que os últimos são os primeiros (pelo menos a contar do fim), vamos à crónica do líder incontestado da troupe (no sentido nobre do termo) FATIAS DE CÁ.
Numa excelente prosa, como sempre solta mas substantiva, Carlos Carvalheiro alardeia uma vez mais décadas de tarimba política, a demonstrar a conveniência de começar sempre pela militância básica. Infelizmente, em Tomar e ao longo dos anos, tivemos direito a vários autarcas que entraram na acção política pelo sótão. Os resultados estão à vista de todos, pelo que não carecem de outra fundamentação.
Com extrema habilidade, Carvalheiro leva a água ao seu moínho, ao mesmo tempo que insinua uma candidatura provável para 2013, na lista laranja. Não dele, claro! Mas o melhor será ler a sua crónica com a atenção que ela merece.  Candeia que vai à frente...
O diferendo da Festa dos Tabuleiros com o Turismo de Portugal ainda vai dar muito que falar, como aliás é hábito por estas paragens. Quando as pessoas com responsabilidades consideram inimigos todos aqueles que têm opiniões diferentes e ousam exprimi-las, é praticamente impossível chegar a consensos. E sem consensos... No caso presente, tudo radica nos argumentos do Turismo de Portugal para recusar desta vez o habitual e chorudo subsídio a fundo perdido (100 mil euros em 2007 = 20 mil contos). O principal desses argumentos é uma evidência primária nos mercados turísticos internacionais, que a Comissão da Festa dos Tabuleiros se recusa a aceitar: Em termos de turismo internacional, afinal aquele que mais interessa ao Turismo de Portugal, qualquer evento que não seja anual e em data certa, tem reduzido interesse em termos de turismo organizado. Há anos e anos que venho repetindo isto mesmo, mas pelos vistos nunca quiseram ouvir. Até que a crise...
Não se fique a pensar que por concordar com a argumentação supra, sou um inimigo da Festa Grande. Pelo contrário. Parece-me é uma enorme heresia gastar centenas de milhares de euros sem retorno, num evento (neste ou noutro qualquer) que poderia facultar lucros substantivos, caso houvesse coragem e elasticidade mental suficientes para implementar outro modelo de organização. Se agora já ninguém faz, por exemplo, jornais como no século passado, por alma de que santo é que a festa tem de manter o mesmo figurino organizativo, ao ponto de João Victal  até afirmar que a prevista supressão de freguesias vai prejudicá-la?
Resta a agitação na Irmandade da Misericórdia, com o provedor a tentar reparar um erro crasso antes cometido, quando rejeitaram a admissão do padre Borga e do Dr. Luís Pedrosa Graça. Trata-se de uma forma de procurar garantir a sua continuidade no cargo para mais um mandato, ao arrepio do disposto no compromisso daquela santa casa. Visto que não faço, nem tenciono vir a fazer parte daquela agremiação filantrópica, limito-me a publicitar a minha opinião enquanto cidadão de Tomar. Como demonstra o caso da Madeira, quaisquer que possam ser os méritos do eleito, ninguém deve eternizar-se no cargo, nem a ele se agarrar, porque não há homens providenciais nem insubstituíveis. E o exercício do poder desgasta...

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