quinta-feira, 6 de agosto de 2009

CRISE E MENTALIDADE




Sabem os sociólogos, os antropólogos e outros, que em cada sociedade há duas grandes categorias sociais, em termos comportamentais -os herdeiros e os conquistadores. Aqueles, os herdeiros, aguardam que lhes proporcionem uma vida regalada, com quanto menos trabalho e menos problemas melhor. Que lhes assegurem uma reforma tranquila, sem crises nem outros sobressaltos. Pensam que "Deus Nosso Senhor, (via orçamento de estado ou dinheiros europeus), tem lá muito para nos dar." Praticam a ostentação, tem orgulho no passado, são cabotinos, têm com o dinheiro e com a vida económica relações assaz difíceis..
Estes, os conquistadores, vão à conquista, fazem-se à vida, são desinibidos, acham sempre que o melhor ainda está para vir. Geralmente autónomos, procuram edificar o seu próprio futuro, de preferência sem contar com benesses alheias. Sabem que ninguém dá nada a ninguém. Raramente ficam atidos aos dinheiros do estado ou de Bruxelas (no caso português, bem entendido). Têm com o dinheiro uma relação sem ambiguidade -usam-no, procuram ganhá-lo, dependendo dele o menos possível. São geralmente discretos e trabalhadores.
Por razões que falta apurar, no hemisfério norte os conquistadores concentram-se em geral sobretudo a norte e os herdeiros a sul (Alentejo em Portugal, Extremadura e Andaluzia em Espanha, Sicília em Itália). No hemisfério sul ocorre exactamente o contrário: conquistadores a sul, herdeiros a norte (Nordeste do Brasil, Norte da Argentina, Norte da África do Sul). Há, naturalmente excepções, o Algarve, por exemplo, ou o sul de França, mas a regra geral é a descrita acima.
Ao corrente de tal estado de coisas, Tomar a dianteira foi de abalada até Santa Maria da Feira, ver a Feira Medieval ("Viagem Medieval em Terra de Santa Maria"). Coisa grande, junto a um castelo pequenino. (Em Tomar é quase sempre o contrário. Porque será?). Dura dez dias e tem como objectivo produzir valor acrescentado. Há dezenas e dezenas de negócios efémeros. Dos comes e bebes à leitura da sina. Dos passeios de carroça ou a cavalo, aos torneiros de arqueiros; das demonstrações de combates medievais aos concertos de música contemporânea. Tudo a pagar. Bem organizado. Com a participação de mais de 5o associações do concelho, do país e do estrangeiro. Até indicam as casas de banho (esterqueiras) e tudo !!! A uma terça-feira havia milhares de visitantes. Dura até ao próximo dia 9. O melhor é ir lá ver. Preparado para andar uns quilometrozitos a pé, com algumas subidas. Pode ser que se consiga aprender qualquer coisinha. É só apanhar a A1 direcção Porto e sair para Santa Maria da Feira.


4 comentários:

Anónimo disse...

Rebelo, os tomarenses não podem agir desta maneira porque são fidalgos. Fidalgos falidos, mas de sangue azul.
Acabem-se com as empresas e comtudo o que exija produção, porque geram poluição, mesmo que imaginária.
O mundo tem que tomar conta dos tomarenses.

Frei Gualdim disse...

Quis fidalgos qual carapuça. São mas é uns grandes mandriões. É o que faz a costela moura.
Não querem trabalho, mas sim emprego.
Para quê gastar o coiro quando podem obter tudo com a mão estendida...

Anónimo disse...

Mim não plecebe.

Senhor Rebelo espera tomalenses vão aprender?
Cumé?
Tomalenses já sabele tudo.

Anónimo disse...

Mim tele estado a dale uso meninges, Pensar, fazere isto em Tomar, depois pensar Directora Convento e forcados e chegar conclusão: Tira daí Dai o pensamento.