sábado, 1 de agosto de 2009

ESTAREMOS NO BOM CAMINHO???

Graças a uma oportuna informação do nosso colega blogueiro senhor Caiano Silvestre, a quem agradecemos, tivemos acesso à leitura do "Indicador Sintético de Desenvolvimento Económico e Social ou de Bem-estar dos Municípios do Continente Português". Trata-se de um trabalho universitário, feito no âmbito do "Observatório para o desenvolvimento económico e social", da Universidade da Beira Interior, subscrito pelo professor catedrático José Pires Manso e pelo técnico superior economista Nuno Miguel Simões.
Após complexas operações prévias, que são cabalmente explicadas logo no início, os dois autores chegaram a uma classificação ordenada dos 278 concelhos do continente, tendo por base dados estatísticos oficiais referentes aos anos de 2004 e 2007, mas publicados respectivamente em
2006 e 2009. Como qualquer outro trabalho, este estudo pode e deve ser criticado. Os próprios autores escreveram, logo na página 2, que "Estes estudos e os seus resultados são sempre discutíveis, sendo até possível que estudos feitos pelos mesmos autores mas com metodologias diferentes conduzam a valores muito díspares." Ainda assim, mesmo tendo em conta quaisquer imperfeições, ficamos a saber que o concelho de Tomar passou do 99º lugar, em 2004, para o 130º, em 2006. Baixou portanto 31 lugares.
Dado que na "bíblia camarária" "Tomar 2015" se escreve, designadamente, que "No dealbar do século XXI, Tomar evidencia não só uma vitalidade patente em vários indicadores, como perspectivas para robustecer e diversificar a sua base económica, recuperando-a e actualizando as suas vocações históricas: cidade de serviços, pólo de inovação e de competitividade, cidade de cultura e de saber", foi grande a nossa surpresa perante tal retrocesso de 31 lugares. Intrigados, fomos verificar quais os concelhos que terão descido mais lugares do que nós, de acordo com o estudo citado. Foram 55 em 278. O pior foi Santa Maria da Feira, que retrocedeu 117 lugares (está agora em 184º), logo seguida de Vizela, que baixou 96 lugares, encontrando-se agora em 208º. De tudo isto resulta a nossa interrogação inicial -Estaremos no bom caminho? E com o ritmo adequado? A actual maioria autárquica garante que sim, com o seu "Tomar o rumo". E o já citado "Tomar 2015" afirma, na página 8, que "Tomar é hoje uma cidade em afirmação, recuperando protagonismo social, cultural, económico e urbanístico, colocando-se numa posição privilegiada de cidade prestadora de serviços para uma vasta área do Centro de Portugal." Podem portanto os tomarenses dormir descansados? Ou "não há piores cegos que aqueles que não querem ver"? E actualmente estamos a prestar o serviço de mostrar aos outros concelhos da região centro aquilo que uma autarquia não deve fazer?
Aguardam-se respostas, naturalmente fundamentadas, até 9 de Outubro. Depois é tarde demais.
(Para consulta do estudo da UBI, www.notasdodirector.blogspot.com )

22 comentários:

Anónimo disse...

Se estamos no bom caminho? Olá se estamos! Isto são indicadores até 2006, não é? Estou convencido que a este ritmo não tarda muito estaremos a emparelhar com Vila Franca do Campo e Rabo de Peixe...enquanto não nos tornarmos na mais recente freguesia do concelho de Torres Novas! Quando isso acontecer acaba-se-nos a sorte começamos a subir no "ranking"...

Anónimo disse...

A divulgação, neste blog, da evolução do indicador de Bem-estar constituído pela Universidade da Beira Interior é serviço público. Há dezenas de anos que Tomar vai pelo mau caminho.
Toda a promessa de tornar a cidade (ou o concelho?) mais competitivo e com mais Bem-estar são papas e bolos... Tomar caiu e vai continuar a decair nos indicadores económicos, sociais e de Bem-estar, porque não há vontade nem capacidade política e da comunidade para inverter a situação. O destino de Tomar não devia ser a decadência.

Mariana disse...

Bom artigo.

Documento a fazer chegar a quem se candidate à autarquia, a ver que importância lhe dá.

Anónimo disse...

Estás a ver Rebelo que são estes estudos que tu poderias fazer em prol de Tomar e da Região? Deixa os artigos fugazes, pouco profundos e aplica-te mais. Primeiro tens que aprender a trabalhar com o SPSS.
Vai ao www.minova.com, saca o package e aprende e... só depois podes escrever coisitas com razoável qualidade.
A propósito O Templário vedou o blogue porque o intento é que a balão sonda e o pifaro do seu marido pareçam pessoas sérias e além disso o marido foi chamado aos seus superiores hieráquicos no IPT por causa do maluco que lá circula. Não convém divulgar nada do IPT pois estão para eleições.
E tu Rebelo tem cuidado porque se falas do Politécnico não te convidam para dares aulas nessa magnífica instituição. Ainda vias para lá partilhar o gabinete do maluco.
Um beijinho.

Anónimo disse...

Parece que andam aqui uns comunas a sujar-te o blog.

Tentas limpar com tira-nódoas, mas ainda não acertastes na marca.

Paciência!

Unknown disse...

Bom dia.

Agradeço a atenção, a divulgação e as palavras que me dirige.

Contudo peca num pequeno pormenor.

O comentário não é meu pese embora o enlace apontar para o meu blogue.

Não que tenha qualquer importância mas fica feita a correcção.

Cumprimentos e votos de continuação do excelente trabalho em prol de Tomar.

Anónimo disse...

Até tem importância, e muita.

Porque significa que estes comunas, que vem para aqui levantar ondas e tal, se preocupam em sugerir temas.

E o Sr Rebelo, os aproveita. Não está tudo perdido.

A propósito, Sr Caiano, parabéns pelo seu blog.

Unknown disse...

Em primeiro lugar um obrigado pelas palavras de apreço ao blogue.

Em segundo lugar, deixe que lhe diga que continuo a achar que não tem nenhuma importância. Importante é que promovamos a imagem de Tomar, nos debrucemos sobre os seus problemas e sugiramos a maneira de os resolver.

Em terceiro lugar, tantos anos depois de Abril seria bom que deixássemos de ter esse "parti pris" contra os comunistas. São para mim cidadãos como todos os outros. E somos cada vez menos a puxar por Tomar, não nos podemos dar ao luxo de prescindir de ninguém.

E não me alongando mais fico à espera do comentário seguinte que, por acaso, tenho a sensação de que sei qual é.

Anónimo disse...

No bom caminho? No bom camino está Abrates. Vejam o jornal Público de hoje, que titula a quase duas páginas:"Abrantes quer liderar revolução autárquica nas energias limpas". Pobrezinhos, não vão para a kultura.

Anónimo disse...

Se pensas que chegas lá sem cultura, vai tirando o cavalinho da chuva, ou pensas que isto vai lá com patetas como tu?

Anónimo disse...

FROM TOMAR WITH LOVE

Está de novo em curso a concentração anual de bêbedos tomarenses e seus convidados, desta vez no espaço recriado para usufruto dos munícipes, sob a forma pedonal, junto ao remodelado estádio municipal e das ainda em actividade piscinas municipais Vasco Jacob. Trata-se da Festa da Cerveja que com ruído e beberragens se faz ouvir por toda a cidade logo que a noite cai e os lobos, perdão...os b~ebedos descem ao povoado.
Aquele que devia ser um espaço de lazer constante e ininterrupto, é agora usado para as mais variadíssimas finalidades, desde feira de exposição de carros até ao que se vê. A bandalhice e sujidade vão tomar conta daquele espaço que em tempos o vereador Ivo Santos declarou como futura "praça soni", à semelhança da verdadeira, a da Expo98, mas que na prática resultou no que se vê: o produto de mais uma mentira de um inepto "deputado municipal" como agora de auto-denominam os eleitos para a câmara.
Tomar está a caminhar a passos largos para se tornar uma cidade de referência no que toca a eventos gastronómicos: desde o congresso das sopas, passando pelo do feijão e da lampreia, iniciou agora um novo ciclo com o novel festival do frango assado, magnífica invenção nunca antes pensada, e que tudo leva a crer ser um evento com futuro.
A coisa está bem encaminhada. Já temos a sopa e o segundo prato. Faltam agora os festivais das sobremesas e para terminar o festival da bica com cheirinho!
Tudo a bem da cultura gastronómica que é um bem patrimonial a não desprezar, e em prol do turismo a sério, razão da existência desta urbe e seu destino final.

O FANTASMA DAS CUECAS ROTAS

Anónimo disse...

O nível cultural é a base do desenvolvimento. A kultura que se pretende para Tomar é mercantilista, e indicador do seu baixo nível é a gressão pessoal quando falta a cultura do chá. Não vou por aí.

Mariana disse...

O que seria engraçado, nessa zona, era recuperar o cinema ao ar livre.
Para as noites de Primavera e de Verão.

Anónimo disse...

"Não vou por aí."
Não!?
Não tens feito outra coisa senão sucessivas tentativas de ridicularizar os que pensam de maneira diferente.
Porque é que a cultura abrantina é boa e a cultura em Tomar é mercantilista? Porque te interessa. Para te dares ares. Vai tratar das couves.

-------

Por acaso uma belissíma ideia essa de recuperar o cinema ao ar livre. Numa cidade onde fechou um cinema por falta de público, onde outro se arrasta com uma programação pouco menos que péssima, é excelente ideia.
Quem não se lembra do velho e extinto Cine Esplanada com sessões para uma multidão de... 20 pessoas.

------

Não criem audiências e não eduquem os gostos.

Tratem das couves!

Anónimo disse...

Pelo que percebi do comentario do anónimo das 17:06,

não falou em cultura em Abrantes.
Falou em projectos de investimento em energias renovaveis em Abrantes.

E lendo o Publico, até parece que a barragem do Castelo do Bode é investimento deles.

Veja lá: eles são noticia por este projecto/intenção.
Nós somos noticia pelo incendio na tipografia Nabão.

Vê a diferença?

Mas vamos mas é todos para a festa da cerveja. Amanhã pensamos nisso.

Anónimo disse...

Recuperar o cinema ao ar livre? Pergunte ao dr. Pedro Marques porque é que transformou aquele espaço em local de patuscadas e sardinhadas do União de Tomar. Pergunte ao eng. Paiva porque é que continuou a desviar aquele espaço da sua verdadeira função (honre-se a venerável excepção que foram os festivais de jazz!) ao fazer daquilo armazém de sucatas da câmara!
Pergunte ao sr. Fernando Santos, ex-vereador municipal porque é que sempre foi conivente e justificou o fim daquele espaço enquanto local de cinema e outras manifestações artísticas sob a alegação de que "...as pessoas deixaram de se interessar por cinema...".
Claro que quando se rouba um brinquedo à criança ela deixa de pensar nele após algum tempo.
Medite sobre isto e diga-me se não acabou por concluir que nesta terra "trabalhar em prol da cultura e da educação (!!!)" envolve meandros um pouco tortuosos e mal explicados.

Anónimo disse...

Cine-esplanada:

Não sei se seria viável, talvez não.

Mas creio que seria uma forma engraçada de animação cultural no Verão.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Mariana disse...

Não seria para funcionar todo o ano, nem todos os dias.

Conheço muita gente que prefere disfrutar, numa noite de Verão,do fresquinho da noite. Em detrimento do ar condicionado de uma sala de cinema.

À partida quem iria ao cinema ao ar livre, não teria de ser o mesmo publico que vai a uma comum sala de cinema.

Para além disso é algo que tinhamos antes, e que poderia ser interessante recuperar.
Para os cidadãos e para os turistas.

Englobado no conjunto do jardim, no centro da cidade... bem apetecível seria.

Ou pensa que os turistas vêm para ver o que existe em todos os outros lados?

Anónimo disse...

PARA "MARIANA" E OUTROS INTERESSADOS.

Não faço ideia, nem me interessa especialmente saber a vossa idade. Pelos comentários parecem ser pessoas jovens, e portanto, pouco informadas sobre o que foram os hábitos dos tomarenses de há algumas (não muitas) décadas atrás.
Resta-me pois informar-vos ou reavivar-vos a memória sobre o que era ver cinema em Tomar. Assim, durante quase todo o ano, o cine-teatro, sob a responsabilidade do sr. Jaime de Oliveira, passava cinema 6 dias por semana. Tempos houve que até se faziam ciclos de cinema de autor às quintas-feiras. O cine-teatro fechava para férias cerca de 40 dias por ano, no Verão, altura em que o cine-esplanada entretanto já em funcionamento, passava a ser a única opção para os tomarenses. E assim, debaixo desta dinâmina, os tomarenses continuavam a ter o prazer de assistir a bom cinema, sobretudo nas noites de Verão, embalados pelo vento fresco a fazer-se ouvir por entre as folhas das árvores circundantes ao cine-esplanada. Ao intervalo corria-se ao bar, compravam-se gelados, bebia-se uma cervejita, descascavam-se uns amendoins. E prazer dos prazeres, no cine-esplanada podia-se ver o filme a fumar um bom cigarrito. Findo o Verão, com o aproximar das noites mais frias, o público começava a rarear no cinema ao ar livre. O cine-teatro reabria portas, e isso marcava um novo ciclo para os "habitués" das películas. O esplanada fechava com a promessa de retorno marcado para o ano seguinte.
Este era um dos aspectos pitorescos da vivência de cada um de nós em Tomar, ou como diria o autor, uma das "coisas simples da terra tomarense".
Em nome da "modernidade" de tudo se fez tábua rasa. Os tecnocratas de gabinete, gente sem sensibilidade e sobretudo sem referências, alguns dos quais com responsabilidade acrescida por serem tomarenses, destruíram primeiramente as infraestruturas e por último as bases da vivência de que desfrutávamos.
Permitam-me que lhes conte um caso paradigmático: um veraneante de Cascais frequentou a nossa cidade nas suas férias de Verão durante 19 anos porque, dizia ele, nunca em lado nenhum, teve tanto gosto em passar o tempo num parque de campismo tão agradável, no meio de uma cidade tão hospitaleira, com acesso à piscina municipal mais bonita que alguma vez encontrou, para depois acabar o dia numa sessão de cinema ao ar livre num ambiente tão aprasível como o que encontrava em Tomar.
Foi uma das pessoas mais contristadas que eu até hoje pude ver, em pleno café Estrelas, quando um dia cá chegou e se deparou com o quadro deplorável que a cidade passou a oferecer-lhe, a ele, e a todos os outros que por cá passavam.
A decadência de Tomar não é coisa recente. É algo que tem vindo a ser trabalhado de há longo tempo, por causa das mentalidades rasteiras, de viela, que maioritariamente por cá tem tido voz de comando.

PS - O comentário das 18:37H, destinado a "Mariana" não foi por lapso assinado. É também da minha autoria.

O FANTASMA DAS CUECAS ROTAS

Anónimo disse...

Para o Fantasma das Cuecas Rotas:

Gostei muito de ler as suas notas.

Existiram tempos áureos...
Mas eu acredito que existem soluções, apesar desta evidente tendência para a decadência.

Creio que passam pelo interesse dos cidadãos, e pressão que consigam exercer. Não somos uma massa coesa.

Gostaria de contar uma pequena história, com respeito aos acontecimentos cinematográficos que colocavam Tomar no mapa há mais de 25 anos atrás!
Inacreditável pensar como estão as coisas agora.

Há uns bons anos, por casualidade, participei numa tertúlia literária num bairro de Barcelona.

Um jornalista catalão tinha herdado recentemente um apartamento. Pertencia ao seu pai, um homem apaixonado por literatura cujo sonho (não concretizado em vida) era o de montar uma livraria.

Então, em memória do seu pai, este jornalista criou nesse mesmo apartamento um espaço biblio-musi-cinemateca, onde organizava tertúlias literárias periodicamente.

Ao apartamento e livros herdados do pai, acrescentou um investimento seu, e criou um espaço com uma dinâmica muito interessante. Para a animação musical recrutava talentos habituais do metro.

Conhecemo-nos na inauguração do espaço. Quando tivemos a oportunidade de conversar, perguntou a minha origem, à qual respondi que era de uma cidade de nome Tomar, que provavelmente não conheceria.

Para meu espanto conhecia, e bem! E já cá tinha estado.
Pelo Festival Internacional de Cinema Infantil: era jornalista na Catalunha e tinha vindo à nossa cidade reportar o acontecimento, que há 25 anos atrás, era de interesse internacional.

Quando, nessa altura, existia uma distância real entre as 2 cidades (coisa que já não acontece, hoje em dia).

Foi divertido constatar que já tínhamos coincidido há tantos anos atrás.
Mas o mais interessante e agradável foi escutar o seu entusiasmo enquanto falava dos aspectos rurais da nossa cidade, que todos nós bem conhecemos.
E dos quais, em minha opinião, nos deveríamos orgulhar mais.
Foi isso que marcou agradavelmente na sua visita a Tomar.

Há uma mistura de muitas coisas na nossa terra, que a tornam única. A áurea de história, misturada com o cheiro a terra… e sabor a migas!

Concordo consigo, quando diz que a decadência não é recente, e é algo que tem vindo a ser trabalhado.

Porque é preciso trabalhar a fundo para desperdiçar tanto potencial intrínseco.

Anónimo disse...

O Festival não era de cinema infantil. Era de cinema para a infância e juventude, o que é diferente,