sexta-feira, 21 de agosto de 2009

TRÊS CRISES NACIONAIS E LOCAIS

António Rebelo
É relativamente corrente ouvir-se por aí que a vida política deve ser muito boa, pois todos querem para lá entrar. Concordando que há no vasto sector algumas mordomias que chegam mesmo a ser indecentes, como é o caso das aposentações, convirá ainda assim distinguir dois grandes grupos: os que se apresentam ao sufrágio procurando governar a vida, e os que se candidatam em sinal de protesto, por não se sentirem representados. No caso de Tomar, por exemplo, há várias candidaturas que pouco ou nada têm a ganhar com a política. Não indico nomes para evitar discussões sem fim. O conhecido actor, encenador, empresário, amante da sua terra e da liberdade, o tomarense e meu prezado amigo Carlos Carvalheiro, foi duro mas sintético e certeiro. Escrevendo sobre os sete candidatos, afirmou que agora só falta a Branca de Neve. Querem melhor prova de que não se sente representado?
Tanto os políticos como os outros cidadãos, pertencem a um de dois grandes grupos, escreveu J. K. Galbraith, na segunda metade do século passado: "os que não sabem e os que nem isso sabem". Tudo indica que no nosso país, sobretudo nas cidades pequenas (para não particularizar...) o segundo grupo é muito largamente maioritário. Confrange ver, ouvir ou ler longas entrevistas em que o entrevistado não dá as respostas mais aguardadas por todos, simplesmente porque o ou os entrevistadores não formulam as perguntas adequadas. Combinações prévias? Nalguns casos sim. Quase sempre, porém, simples consequência do conhecido improviso à portuguesa -"não sei, mas logo me desenrasco".
O país e a cidade estão desde há muito mergulhados numa crise que apenas foi agudizada pela envolvente externa. Agora, que as coisas começam a piorar mais devagar, tanto no interior como no exterior, salvo no que concerne ao desemprego, o escol político que temos começa a rejubilar, convencido de que tudo voltará ao mesmo. Estão equivocados. Só vai voltar ao mesmo no que se refere às nossas crises. O envolvimento exterior terá mudado entretanto. E nós teremos ficado para trás mais uma vez, com a nossa conhecida falta de capacidade para idealizar soluções com futuro.
No caso tomarense, não se sabe bem como, têm-se por adquiridas algumas verdades inatacáveis, entre as quais a que proclama que se os turistas que visitam o Convento viessem cá abaixo e fossem ficando, a situação seria bem melhor. É claro que se a minha saudosa avó tivesse tido um vistoso Ferrari... O mesmo sucede com os turistas. Trazê-los à cidade para quê? Mantê-los por cá como?
Na sua longa entrevista, José Lebre disse que os projectos existentes, de ligação entre a cidade e o Convento, serão uma boa solução "se bem agarrados". Tem razão. O pior é que, como já aqui foi referido anteriormente, alguns deles não têm sequer ponta por onde se lhes possa agarrar. Por exemplo: disse igualmente José Lebre que automóveis e autocarros entre a cidade e o Convento, não. Continua cheio de razão. Mas então para que vai servir o novo parque de 34 (!!!) lugares, a construir na encosta?
Tenho para mim que o melhor serviço que os candidatos poderiam prestar aos potenciais eleitores, no sentido de os motivarem para o voto do dia 11 de Outubro, seria deixarem-se de discursos bonitos, dos chamados circunlóquios, e irem directamente ao assunto -penso que as causas da crise são estas + estas + estas e proponho as seguintes medidas para acabar com elas e começar a resolver o problema. Haverá coragem para tanto? Ou iremos continuar a perder tempo e paciência?

8 comentários:

Anónimo disse...

Medidas para combater a crise, não temos, infelizmente. Festas e folguedos para amenizar e fazê-la esquecer por uns bons momentos, temos!

Festas de Santa Cita

Reserve para nós os dias 11, 12 e 13 de Setembro e não se arrependerá.

Abraço amigo aos autores do blogue pela paciência que têm tido em nos aturar.

Anónimo disse...

A propósito daqueles que vão para a política para se governarem, temos que o arquitecto Lebre foi, na sua entrevista à rádio Hertz, inteiramente explícito àcerca dos propósitos que o levam a candidatar-se. Afirmou ele a certa altura que seria obrigação da Câmara Municipal financiar os proprietários da zona histórica a fim de requalificarem os seus edifícios. O que é que a zona histórica tem de especial em termos urbanísticos que mereça tão espcial atenção?
Ora, sabendo como sabemos que este excelso munícipe habita na zona histórica, e sabendo por outro lado que a sua casa não é um marco de arquitectura nem um valor simbólico na malha urbana da zona antiga, não nos passa pela cabeça outra coisa senão que este senhor pretende ser um dos beneficiados se tal medida viesse a ser aprovada. Por outras palavras e usando de um discurso mais directo, o que este senhor pretende é fazer aprovar medidas para poder fazer obras em casa à borla!
Este é um caso de puro ajustamento político para proveito próprio.
Porque não diz o senhor arquitecto que todos os munícipes proprietários de prédios urbanos devem ter apoio camarário se os seus bens necessitarem de melhoramentos? Porque é que os proprietários da zona histórica merecem tratamento especial?
A vergonha já não tem limites e a avareza já não se compadece com pudores. Mostra-se às claras aquilo a que se vai, com a falta de vergonha que hoje em dia impera.

O FANTASMA DAS CUECAS ROTAS

Anónimo disse...

O Rebelo defende o Lebre?Provavelmente será para o Lebre desaparecer o mais rapidamente da política...com a sua "inata velocidade", ou será preciso chamar o velocista da Jamaica para se candidatar com o Lebre?
Mas porque é que todos os outros candidatos não desaparecem todos com o Lebre e vou para lá EU receber o patacão por todos eles?
Sempre era mais um parasita!!!conforme são todos eles, os ditos cujos políticos...incluindo o "Chinês".

Anónimo disse...

O ideal para Tomar:
- derrota do PSD, com eleição de 0 a 1 vereador;
- exclusão do PS do Executivo camarário, os socialistas são uma ameaça para a democracia e a liberdade;
- qualquer um dos outros pode ganhar a Câmara, assim como assim Tomar vai continuar a afundar-se.

Anónimo disse...

Hoje informaram-me que está a nascer um forte movimento na Alviobeira, com o objectivo de transferir a freguesia para outro concelho, onde a água e outras coisas são mais baratas e os serviços melhores.
Se o Convento de Cristo e a Stª Maria do Olival forem para os EUA, como ontem foi aqui proposto, Tomar acaba. É a crise.

Anónimo disse...

Para anónimo das 13:28

Já se percebeu que você é um belo exemplo das projecções freudianas. Tenta atirar para cima de mim os seus próprios recalcamentos e outros traumas. Como isso não lhe basta, recorre a uma linguagem destemperada e caluniosa, tendo sempre o cuidado de não revelar que tudo aquilo que escreve tem como unica base a sua cabeça, manifestamente pouco adaptada à vida numa sociedade livre. O ideal seria você tentar afogar esse descomunal rancor num desporto assim mais exigente em termos físicos. O rugby, por exemplo. Saudações cordiais,

António Rebelo

Sebastião Barros disse...

Para anónimo das 13:28

Num outro registo, para ver se você consegue aprender a mudar de "música". Quem percebe alguma coisinha de política, sabe perfeitamente que o Rebelo, pelos vistos seu "ódio de estimação", não integrou nenhuma lista porque desde sempre disse que só aceitaria ir em primeiro. Acontece que as chamadas "forças vivas nabantinas" pertencem àquele grupo dos que nem sabem que não sabem. Por isso, ainda não "viram bem" o buraco onde se estão a enterrar. Vamos portanto dar tempo ao tempo,tentando aturar tipos como você com a maior paciência possível.

Anónimo disse...

Se o Convento de Cristo e a igreja de Santa Maria foram para os Estados Unidos Tomar não acaba, não senhor! Se isso acontecer o António Rodrigues já tem sítio para vazar o lixo, e aí Tomar encontra realmente o seu destino!