Tal como sempre pensei, este 2º Festival de Estátuas Vivas alcançou um vivo sucesso. Sucesso em termos de organização, sucesso em termos de promoção, sucesso em termos de comunicação e sucesso em termos de participação. Basta atentar nas fotos supra.
Nem outra coisa era de esperar da parte da dupla que dirigiu toda a preparação do evento, Eduardo Mendes e Rosário Simões, ambos com larga experiência de ensino, de animação, de organização e de administração. Quanto a Rosário Simões, posso mesmo dizer que sempre foi e continua a ser minha opinião tratar-se -de longe- do melhor elemento do PSD no executivo. O que não implica de forma alguma que eu tenha de concordar sempre com o que faz ou diz, como de resto ela bem sabe.
Dito isto, que não é nada pouco, antes pelo contrário, o festival foi um completo falhanço no que concerne a merchandising, (ou mercadização, se preferirem), tal como smpre aconteceu com o Congresso da Sopa e a Festa dos Tabuleiros. Ou seja, não teve em conta os novos tempos, os quais exigem imperativamente que no final de qualquer evento público a interrogação seja "Quanto rendeu?" e não, como sucede em Tomar, "Quanto é que custou?" Goste-se ou não, é assim que as coisas funcionam, sejam quais forem os organizadores ou as suas cores políticas. Isto porque, se durante décadas o sector produtivo sempre conseguiu produzir valor acrescentado para sustentar lautamente a máquina pública, hoje em dia tal já não é verdade. Mesmo os subsídios de Bruxelas, cuja afectação nem sempre respeitou estritamente as normas europeias, têm os dias contados. Pelo que, como muito bem declarou a dada altura Eduardo Mendes, as manifestações artísticas ou se renovam ou morrem. No caso tomarense, ou se começa a tratar quanto antes da mercadização de todos os eventos, de forma a que, no mínimo e numa contabilidade rigorosa, deixem de onerar o orçamento público, ou morrem. Tão simples quanto isto. Não por vontade própria; apenas porque não haverá folga para tal.
A dita mercadização, que será mais ou menos fácil consoante os eventos e o que deles se pretenda obter em termos de objectivos finais, além da sua principal vantagem, que é a de facultar recursos materiais para a realização seguinte, trará outras vantagens, com destaque para uma contagem rigorosa dos visitantes. No modelo actual, uns falam de 10 mil, outros de 50 mil, outros de mais de 100 mil, ou até, como no caso dos tabuleiros, de um milhão de pessoas. Com ingressos pagos, passará a haver rigor: Saber-se-á que pagantes foram X e convidados Y. Ponto parágrafo.
Acontece até que, neste caso das estátuas, devido ao esquema organizativo implementado, quanto mais visitantes viessem mais prejuízo causavam. Por um lado, porque recebiam gratuitamente plantas, desdobráveis e panfletos, tudo pago com dinheiro dos contribuintes, que poderia servir para outra coisa mais urgente e necessária, uma vez que (infelizmente!) os euros terão grandes virtudes, não constando porém que sejam elásticos. Por outro lado, e sobretudo, uma vez que a entrada no Convento era gratuita, quando normalmente custa 6 euros/pessoa, se houve 20 mil entradas, "perderam-se" ou deixaram de ganhar-se 120 mil euros = 24 mil contos. Nesta época de esqueletos de vacas, alguém dirá que não faziam um jeitão?!?
1 comentário:
Acabou de dar na RTP1 o Programa "Preço Certo" conduzido pelo actor Fernando Mendes.
Estiveram presentes duas senhoras de Tomar, tendo uma dito que foi à Câmara Municipal de Tomar pedir algo para levar e quando da Câmara marcou o dia e hora para a Srª levar algo, ninguém estava lá para dar fosse o que fosse. A Srª ficou incrédula com a atitude da Câmara.
Outra Srª que também foi lá pedir algo para levar disse que lhe pediram para escrever. Achou que havia muita burocracia para se poder falar fosse com quem fosse somente para levar uma lembrança para o Programa "Preço Certo". Ela disse que não escrevia porque era analfabeta.
Em jeito de conclusão estas senhoras nada levaram da Câmara Municipal de Tomar por inércia desta mesma.
A Câmara foi falada na Televisão por aspectos negativos. Mais uma vez uma vergonha, mas a isso já estamos habituados.
De facto após o Festival de Estátuas Vivas, lá continuam pela Câmara as ditas Estátuas Mortas.
Vamos ver até quando, porque para o mal constante de burrices já basta.
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