Desculpem a confissão: esta tarde estive quase a chorar. Por constatar uma vez mais que esta desgraçada terra, apesar de possuir inúmeros trunfos, dificilmente conseguirá alguma vez reencontrar a senda do progresso. Há demasiados factos convergentes, apontando no sentido da nossa inaptidão para viver neste mundo em permanente mudança, cada vez mais exigente. Logo pela manhã li n'O TEMPLÁRIO ON LINE que os super e hipermercados tomarenses são bastante mais caros do que por exemplo em Torres Novas. Mais15% em média para o cabaz completo, mais 44% em média para a fruta e legumes, mais 24% em média para o peixe. Pouco depois abri e li o mail do jornalista António Freitas, no qual lamenta ter visto 30 turistas galegos nos Casais, sem qualquer acompanhamento profissional, à espera do autocarro da autarquia para o regresso ao ponto de partida, na Porta de S. Tiago. E remata: "Não basta ter as ideias [de organizar uma caminhada de 13 quilómetros pelo troço tomarense do Caminho de Compostela]. É preciso articulação e sensibilização e limpeza e manutenção do Caminho, e sinalizá-lo..." Tentando levantar o astral, consultei a Petição a favor da protecção do alambor e fiquei mais animado. 2020 pessoas já subscreveram, em menos de um mês. Foi porém sol de pouca dura. Puz-me a contar os subscritores tomarenses e acabei por perder novamente o élan. Para desanuviar o espírito, fui dar uma volta nesta terra de que tanto gosto. Tive pouca sorte. Um amigo com quem falei lamentou amargamente que os responsáveis pelo Convento de Cristo tenham proibido os fotógrafos profissionais de tirar fotografias a noivos naquele monumento. Pior ainda, como se tal prepotência não fosse já suficientemente grave e um claro abuso de poder, deu-me a saber que um profissional de Torres Novas, que no início deste mês fotografava um par de recém-casados no jardim do castelo e no terraço de acesso ao Portal da Igreja, foi asperamente repreendido e intimado a sair. Com que direito? O Convento de Cristo e o Castelo dos Templários não são património do Estado? O respectivo acesso não é inteiramente livre, apenas condicionado pelo horário de funcionamento e, eventualmente pelo custo do bilhete de entrada? Os funcionários do defunto IGESPAR julgam-se donos daquele conjunto monumental? A autarquia e a Assembleia Municipal nada têm a dizer perante tais atentados às liberdades fundamentais dos cidadãos, nomeadamente à liberdade de circulação e ao livre exercício da sua profissão, no respeito pelas leis em vigor? Com tudo isto no mesmo dia, os leitores já compreenderão agora porque estive quase a verter lágrimas, que não seriam de modo algum de crocodilo. Podem crer. Termino com a interrogação inicial: Ultrapassar a crise numa terra assim, com gente assim? Era bom era! Mas será extremamente difícil, senão mesmo impossível. Infelizmente! |
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Ultrapassar a crise com gente assim?
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3 comentários:
Uma obra desta envergadura só pode ter um objectivo:
Cercar o convento como quem cerca uma quinta particular.
Dúvidas? Com o tempo verão se não é assim.
E a ideia veio de fora. Dos que já se acham donos do nosso País. Só estão à espera que a Grécia caia. Será o pretesto para a invasão.
O Convento será um couto para os novos dominadores. Com muros altos, grandes portões, sistema de video-vigilância e talvez até....guardas armados do lado de dentro.
Pode ser uma visão exagerada, dirão alguns. Pode ser, mas o projecto já está deliniado há muito. E cá dentro, os testas de ferro, miseráveis traidores já começaram a obra...
Prezado Amigo,
A vida como as marés:
às vezes vaza, às vezes enche ...
É, de facto, uma Alma Sensível. Perdoe-me o silêncio. Há alturas em que a necessidade de Proteger, acaba por não deixar Ver outras Realidades.
Bem Haja pela Luta Continuada.
VAMOS CONSEGUIR.
Porque o Único resultado aceitável, porque útil, porqueabsolutamente necessário, é Conseguirmos restituir àquele Conjunto Emérito e tão Absolutamente Querido, o seu estado original.
O Amigo irá estar presente «Na próxima sexta-feira, dia 30, há Assembleia Municipal, a partir da 15 horas, nos Paços do Concelho.», espero que os tomarenses de Bem, possam acompanhá-lo nesse momento tão importante em que seja exposta publicamente toda esta farsa no Fórum tomarense teoricamente mais adequado para o efeito.
Na mesma altura, estarei no 1º Colóquio Int. (http://tomaradianteira.blogspot.com/2011/09/duvidas-metodicas-e-angustiantes.html), pois tendo sugerido à Organização o cancelamento liminar do mesmo enquanto forma de protesto pela destruição e devastação do Conjunto Emérito e Imemorial de Thomar, foi-me referido que a directora do Convento de Cristo, aquilo que diz é algo de completamente diferente daquilo que foi relatado, e documentado em imagens. Sendo que, nas visitas preparatórias de Colóquio a Organização teve a possibilidade de constatar por si e in situ, os factos...
Mais, foi-me ainda referido que seria completamente absurdo tomar uma decisão intempestiva como aquela que sugeri (naturalmente que um colóquio internacional demora às vezes anos a organizar, e que tal decisão não pode ser tomada de ânimo leve, contudo os factos, assim o exigiam.), sem que «os factos denunciados estejam provados» (ipsis verbis).
Como ficou 'no ar' a insinuação de cobardia, fuga ao contraditório, e falta de Honra (interpretação minha, strictu sensu), não tive outra opção.
Não tinha a MENOR intenção de estar por perto de tal Colóquio, contudo chamada em Defesa da Honra, lá estarei.
Desejo-lhe 'um Bom Combate', que S. Miguel o Ajude.
Saudações Templárias,
MP
Para MP:
Prezada e corajosa amiga:
Bem haja pelas suas palavras. Para o dia 30 as coisas estão bem encaminhadas. Membros daquele órgão vão apresentar uma proposta para debate e votação. Só falarei se mesme assim reputar útil. Ou se houver bastante assistência, o que é difícil, pois a sala apenas comporta uma vintena de assistentes.
Desejo-lhe ânimo forte e boa estrela na sua tarefa.
Cordialmente,
António Rebelo
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