quarta-feira, 28 de outubro de 2009

GUARDANAPOS DIGITAIS - ÚLTIMO (por agora !)

Pareceu útil acrescentar mais algumas infografias, com o fim de melhor fundamentar e documentar as afirmações feitas anteriormente. Em vez de progredir na sua forçada jornada rumo ao futuro, Tomar regride. Encolhe um pouco mais em cada dia que passa. Os dois quadros acima não permitem dúvidas. Estamos no grupo dos concelhos que têm vindo a perder população proveniente das migrações internas. Pouco a pouco, vamos perdendo a nossa tradicional marca de terra de acolhimento para novos residentes. Em relação a 2001, estamos até na posição pouco invejável de concelho com o maior decréscimo percentual. Repare-se que até 2001 o saldo migratório ainda era largamente positivo, enquanto que em 2008, já negativo, só foi ultrapassado por Coruche e Abrantes, municípios cuja principal característica não é propriamente o dinamismo económico, por isso já em posição netgativa em 2001.
Além do problema dos novos residentes, este quadro documenta uma debandada da população de todas as categorias, naturalmente em busca de melhores condições de vida. Particularmente doloroso para os que gostam de Tomar é o facto de concelhos com muito menos recursos que o nosso, conseguirem ainda assim melhores (ou menos maus) resultados. É o caso de Chamusca, Sardoal, Ferreira do Zêzere, Golegã e Constância. Porque será ?

Um último quadro, ainda mais triste e angustiante. Somos os primeiros no distrito, em termos de debandada da população jovem, o que quer dizer apenas isto -não há concelho mais repelente que o nosso, na área da migração interna de jovens. Dado que qualquer comunidade com poucos jovens não tem futuro... cabe aos nossos "novos" autarcas delinear tácticas e estratégias tendentes a inverter este tão trágico estado de coisas.
Não basta, de certeza, vir com proclamações ocas, afirmando que doravante o turismo vai ser a grande aposta. Numa terra praticamente sem empreendedores, nessa ou noutras áreas, terá de ser o município a fazer tudo ou quase tudo, pelo menos no início. A começar por um projecto devidamente estruturado e com pernas para andar, agora e nos próximos anos, naturalmente elaborado em função da cidade e do concelho que somos. De pouco adiantará recorrer a gabinetes ou empresas "especializados" em fabricar relatórios com títulos mais ou menos pomposos, que na realidade são meras reproduções do mesmo original, ao qual foram mudadas apenas as designações geográficas. Outro tanto se poderá dizer de dois reputados especialistas a nível nacional, cujos múltiplos relatórios, lautamente pagos, nunca pariram qualquer criação que se visse. O que não é de admirar -ainda está por determinar em que escola é que realmente se especializaram em elaboração e implementação de projectos de desenvolvimento local, regional, ou nacional, de turismo. Por razões óbvias não se mencionam nomes, mas a ANMP e os municípios algarvios conhecem-nos bem.



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