quarta-feira, 21 de outubro de 2009

PSD E PS DIALOGANTES, MAS...

Conforme já foi amplamente noticiado, tomam posse na próxima segunda-feira os eleitos para o novo mandato do executivo autárquico, bem como os membros do parlamento local. Tal como em relação à Assembleia Municipal (ver escrito anterior), tudo parece bem encaminhado para um entendimento entre o PSD e o PS, no sentido de garantir estabilidade para os próximos quatro anos. Em declarações à Rádio Hertz, o presidente da Comissão Política do PS nabantino, Hugo Cristóvão, manifestou disposição para conversar com os sociais-democratas e avançou até alguns parâmetros. Falou em implementar algumas das ideias socialistas, de partilha de poder e, concomitantemente, da divisão de lugares. Instado a mencionar as eventuais preferências em termos de lugares, referiu ser extemporâneo abordar tal assunto. Acrescentou que cabe ao PSD tomar a iniciativa do diálogo, uma vez que ganhou as recentes eleições.
Eleitores socialistas, contactados por este blogue, começaram por estranhar o presente silêncio de José Vitorino, sem qualquer explicação plausível, bem como de Luís Ferreira, por motivo de alegada doença. Sobre a projectada coligação com a maioria, apareceram várias posições, nem sempre convergentes. Alguns acham que contribuir para a estabilidade do futuro excutivo, uma vez obtidas as necessárias garantias e contrapartidas, é a única posição consequente. "Cada comboio só passa uma vez em cada estação e quem o perde pode ficar em terra demasido tempo." Outros consideram ser um erro tremendo ir meter-se na boca do lobo, sem procurar conhecer previamente a situação real do município, designadamente na área financeira. Um terceiro grupo acha que é um erro crasso, porque quer as coisas corram bem, quer corram mal, o PS ficará queimado para as próximas autárquicas. Se correrem mal, porque será acusado como um os coveiros do concelho; se correrem bem, porque se vendeu por algumas gamelas das mais pequenas, após uma campanha encarniçada contra determinado estado de coisas. Finalmente, também há quem ache ser uma excelente decisão, uma vez que o futuro é demasiado negro para as coisas virem a correr bem, o que irá obrigar uns e outros "a mudarem de cavalos para a próxima corrida, que pode muito bem ser antes de 2013."
Seria mais cómodo ficar por aqui, sem explicitar a nossa posição. Com o fim de evitar críticas justificadas, ela aqui vai. A nosso ver, a atitude mais coerente, conveniente e responsável seria adoptar a nível local exactamente o mesmo comportamento de toda a oposição a nível nacional. Nada de diálogos prévios, de coligações, partilhas ou outras variantes. Apenas discussão das propostas caso a caso, votando ora a favor, ora contra, consoante as circunstâncias. Retirar o tapete à maioria, logo que considerado conveniente em termos tácticos e estratégicos. Isto porque, em geral, ocorre com as coligações e/ou outros acordos políticos, algo muito parecido com os namoros, casamentos e/ou uniões de facto. De início, no namoro e na lua de mel, é tudo maravilhoso. Segue-se geralmente o inferno do divórcio ou da separação, que são cada vez mais numerosos e mais prematuros. Essa é que é essa !

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